quinta-feira, 19 de março de 2020

THE OUTSIDER (2020).


NOTA: 9



THE OUTSIDER
THE OUTSIDER é uma das melhores adaptações de Stephen King que foram lançadas nesse primeiro semestre. Além disso, é uma das melhores séries que já vi nesse primeiro semestre.

Sem duvida o que contribuiu para isso foi o fato de terem decidido adaptar o livro de mesmo nome em formato de série, ao invés de adaptarem para o cinema; isso porque o livro de Stephen King – que eu ainda não li – é bem grandinho e deve ter muito mais historias para contar.

Como em toda adaptação, eu sei que mudanças na narrativa tiveram que ser feitas, até para não correr risco de deixa-la mais extensa e com isso, fazer o publico perder o interesse. Bom, no meu caso, não vi isso como problema. Não posso dizer quais mudanças foram boas até porque, não li o livro, mas já posso dizer que quando o assunto é adaptações de Stephen King, existem alterações na trama que funcionam muito bem, e aqui foi um caso.

The Outsider é excelente. Como o próprio Stephen King declarou em um dos especiais da HBO GO, um dos gêneros que mais lhe chamou a atenção na literatura era o gênero de detetives. Mas, sendo o gênio que é, ele resolveu ir mais além, e criou uma historia de detetive que foge dos padrões.

À primeira vista, a série parece uma das inúmeras series policiais que vemos por aí, mas, a medida que a historia avança, já nos primeiros capítulos, fica claro que a situação não é bem assim. O monstro utilizado por King é um dos mais enigmáticos que já vi em uma obra sua – até mais enigmático que Pennywise, o Palhaço Dançarino! Novamente, não sei como o autor abordou a criatura no livro, mas aqui, eles o fizeram que forma interessante. Isso porque o monstro em si, quase nunca aparece, apenas as metamorfoses que sofre ao longo da trama e os efeitos físicos que suas vitimas sofrem.

Esse é um dos destaques da série. A equipe optou por utilizar efeitos práticos de maquiagem, utilizando efeitos digitais somente em casos extremos, e mesmo assim, não estragaram a experiência. A maquiagem é muito boa e chega a dar nos nervos.

A estética também é muito boa. A fotografia não é carregada de filtros, principalmente nas cenas noturnas, o que dá um ar mais natural para as cenas; a edição não é confusa, como acontece em muitos filmes e algumas series atuais; e o design de produção também acerta. O elenco também foi um acerto, principalmente o ator Jason Bateman, que aparece nos dois primeiros episódios.

Todos os episódios foram muito bem escritos e dirigidos e atuados, e seguem a linha narrativa, sem apelar para muitos flashbacks. A única vez que um flashback foi utilizado foi no penúltimo episodio, que mostrou a destruição da uma caverna que serviu para a conclusão da historia.

Enfim, The Outsider é uma das melhores adaptações de Stephen King desse primeiro semestre.

Uma série tensa, assustadora, cheia de mistérios. Muito bem feita, roteirizada, atuada e dirigida. Uma historia redonda, sem pontas soltas, que não apela para sustos falsos.



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DOM CASMURRO (Machado de Assis).


NOTA: 9.5



DOM CASMURRO
Capitu traiu Bentinho?

Essa é a pergunta que todos nós, que já lemos o livro de Machado de Assis alguma vez na vida, sempre fazemos. Qual o objetivo do autor ao escrever essa obra? Bem, eu sinceramente não sei. O que eu sei é que até hoje, DOM CASMURRO é motivo de discussões.

Mas é só isso que faz deste um livro fascinante? Não. Na minha segunda excursão à ele, pude perceber que é muito mais do que um livro aberto a sugestões. É um dos melhores e mais divertidos livros que já li. A primeira vez que tive contato com ele foi durante a época da escola, quando resolvi encarar alguns clássicos da nossa literatura para o Vestibular. Dos poucos livros que li, a única experiência negativa foi com A Cidade e as Serras, do autor Eça de Queirós. O resto foi muito bem, e este aqui é um deles. Eu gostei da experiência, e ao contrario do que possa parecer, não achei um livro chato e ultrapassado; pelo contrario, foi uma leitura prazerosa.

E a sensação se repetiu nessa releitura, feita mais de dez anos depois, inspirada, curiosamente, pela novela Bom Sucesso, da Rede Globo. Curioso, não? Na verdade, eu já tentei reler o livro em outra ocasião, mas, provavelmente por causa da edição, não consegui concluir, então deixei de lado. Somente depois de ver o livro sendo mencionado na novela, é que resolvi dar outra chance a ele, desta vez em outra edição. E não deu outra.

Eu me diverti muito durante a leitura, principalmente quando Bentinho relata sua infância ao lado da família. O modo como ele os descreve é muito engraçado, como se todos fossem personagens de alguma comédia, principalmente o agregado José Dias, que vive com eles. O sujeito é um verdadeiro cara de pau em todas as suas ações, e parece não ter vergonha nenhuma. É o tipo de personagem que a gente se pega rindo quando lê o que ele faz, e foi justamente assim que me senti; tive vontade de rir sempre que lia alguma linha de diálogo. A mãe de Bentinho também não fica atrás. Sem duvida, a melhor característica dela é o fato de não desistir da promessa que fizera quando o filho nasceu: ele iria para o seminário. É o tipo de insistência que chega a ser engraçada de certa forma, porque, conforme Bentinho narra, isso o coloca em diversas confusões, principalmente por causa da sua vizinha, Capitu, que também se torna seu primeiro e único amor. Não sei as outras pessoas que já leram o livro, mas, para mim, essa historia não me parece um romance e sim uma comédia romântica dramática.

A respeito da escrita do autor, digo o seguinte. É um livro muito bem escrito. Não tive muitos problemas durante a leitura, e consegui visualizar as cenas sem problemas, principalmente as cenas da infância do protagonista. Ainda não tive acesso aos outros textos de Machado de Assis, mas imagino que sejam tão bem escritos quanto este. A leitura do livro também foi rápida.

Bom, vamos à principal questão da obra. Capitu traiu Bentinho, ou tudo não passou de imaginação dele? Eu sinceramente, não sei responder. Não me lembro a que conclusão cheguei após a leitura que fiz no passado, mas após essa releitura, tudo que posso dizer é: não sei a resposta. E olha que, em certo trecho, há certa “pista” de uma possível traição; mas, mesmo após esse trecho – e antes dele até – , fica difícil confiar na palavra do Bentinho, porque Capitu sempre se mostrou muito apaixonada por ele, desde a infância. Fica a dúvida.

Esse também foi o melhor momento da leitura em minha opinião, o namoro de Capitu e Bentinho. É o típico amor de juventude, onde tudo é maravilhoso e divertido e novo. Em vários momentos, pareceu que eu tinha voltado à minha própria juventude e estava vivendo o mesmo tipo de amor – sensação essa que já havia sentido em Memórias de um Sargento de Milícias, outro clássico da literatura brasileira, e um dos meus livros favoritos.

Alias, como mencionado acima, a tal promessa da mãe do Bentinho leva o protagonista a uma serie de confusões, principalmente por causa do romance dele com Capitu. Em um dos capítulos mais engraçados, ela arma um “plano” para ajudar Bentinho a fugir da promessa, mas dá tudo errado. E essas confusões vão aumentado ao longo do livro, o que torna a leitura muito mais prazerosa.

Existem também outras cenas cômicas no livro, como por exemplo, um sonho onde Bentinho se imagina matando Capitu; ou então, quando ele pondera se deveria ou não acabar com a própria vida, em virtude de suas desconfianças... Mas existem também momentos dramáticos, principalmente no final, quando o personagem conclui sua narrativa, completamente sozinho. Não chegam a ser momentos dignos de nó na garganta, mas, servem quase como um castigo para Bentinho, por duvidar da fidelidade da esposa. Talvez.

Mas, a pergunta que fica é: Machado de Assis deixou a resposta escondida em algum lugar do livro, ou seu objetivo era mesmo fazer o leitor tirar suas próprias conclusões? Acredito que jamais saberemos.

Enfim, o fato é que Dom Casmurro é um dos maiores clássicos da literatura brasileira; um livro que até hoje gera discussões e é motivo de estudos, tanto no Brasil, como no exterior.

Um livro muito bem escrito. Uma historia romântica e divertida, com personagens memoráveis. Um clássico da literatura brasileira. Divertido. Excelente.

Altamente recomendado.

E para concluir, uma ultima pergunta. Capitu traiu Bentinho?




terça-feira, 10 de março de 2020

NOTA.










No último domingo (8/mar), o ator franco-sueco Max von Sydow, nos deixou. A notícia foi confirmada por sua esposa.



Com uma carreira de mais de 100 filmes, von Sydow era um dos maiores atores de todos os tempos, tendo atuado em clássicos como O Sétimo Selo, de Ingmar Bergman, com quem trabalhou em outros 9 filmes, e O Exorcista, um dos maiores clássicos do terror.



Seus outros trabalhos incluem Minority Report, de Steven Spielberg, Ilha do Medo, de Martin Scorsese, e A Maior História de Todos os Tempos, onde interpretou Jesus Cristo.



O Sétimo Selo contém uma das cenas mais memoráveis de todos os tempos: o jogo de Xadrez entre Antonius Block e a Morte, que acontece na praia; já a chegada do Padre Merrin a casa de Regan MacNeill, em O Exorcista, é uma cenas mais icônicas do cinema.



Um dos maiores atores de todos os tempos, Max von Sydow será sempre lembrando por suas inesquecíveis atuações.


Fica aqui a homenagem do Livros & Filmes de Horror à MAX VON SYDOW.




O MASSACRE DA SERRA ELÉTRICA – O RETORNO (1995). Dir.: Kim Henkel.

  NOTA: 1 Lembram-se do que eu disse no começo da resenha de A Hora do Pesadelo 6 , sobre filmes ruins? Para quem não se lembra, eu disse qu...