terça-feira, 27 de agosto de 2019

O MONSTRO DO MAR REVOLTO (1955). Dir.: Robert Gordon.


NOTA: 10




O MONSTRO DO MAR REVOLTO (1955)
O MONSTRO DO MAR REVOLTO é excelente. Lançado em 1955, é mais uma cria do “cinema radioativo” da década de 50, que nos trouxe obras como Tarântula, O Mundo em Perigo, Earth vs the Spider, O Começo do Fim, entre outros.

Mas o que o torna um filme tão maravilhoso? Bem, para começar, a historia. Como todo produto daquela época, é uma historia simples, até, com tudo que tem direito: o monstro radioativo, os cientistas determinados a descobrir a causa de sua existência, o Exército mobilizado para destruí-lo e, claro, a população da cidade correndo em pânico. O filme tem tudo isso, e mais. Realmente, é um daqueles filmes que fica melhor a cada vez que assistimos, e fica mesmo. E o melhor de tudo é que o filme não tem falhas. É um filme redondinho, com roteiro bem amarrado.

E assistindo, fica claro o porquê disso tudo. Em nenhum momento, a trama é falha, arrastada, desconexa; é perfeitamente linear, indo do ponto A ao ponto Z, com tudo acontecendo do jeito certo, no momento certo, o que rende cenas memoráveis – mais sobre isso adiante.

Além de ser redondinha, a trama também é crível, inclusive a questão da Bomba H, que no filme, funciona muito bem. O que importa é que os personagens parecem de fato, cientistas e militares. Sério. Não é difícil acreditar que o Capitão Pete Matthews é um militar de verdade; que Leslie e Carter são cientistas, e por aí vai. As atuações ajudam nessa impressão. Nenhum dos atores é canastrão, ou atua mal; pelo contrário.

Os aspectos técnicos também funcionam. O diretor Robert Gordon preenche a tela com cenas bem filmadas, que combinam muito bem com materiais de arquivo, técnica comum no cinema daquela época. Gordon utiliza imagens de arquivo de submarinos, navios sendo abatidos e testes com bombas. Isso, combinado com as cenas do filme, não fica falso. Os efeitos em cromaqui também funcionam. É o tipo de efeito que eu gosto muito, efeitos ópticos, onde os personagens aparecem “destacados” da tela. Efeitos assim são muito melhores do que os efeitos de hoje em dia.

O melhor sobre esse filme, além do que já foi mencionado, é que o tipo de filme que dá pra assistir de uma tacada só. A historia é tão rápida que em pouco tempo, o filme já acabou. E dá pra se divertir. Quer dizer, eu não sou do tipo que fica dando risada, apontando pra tela, vendo o quão “malfeito” ele é; pelo contrário, eu me divirto muito vendo aquele polvo gigantesco atacando a cidade de San Francisco, destruindo a pote Goden Gate e esmagando a população com seus tentáculos. É o tipo de filme que eu gosto de ver para me distrair e me divertir.

Já comentei sobre os personagens, mas, não posso deixar de falar sobre eles detalhadamente. O Capitão Pete Matthews é o típico Capitão da Marinha Americana. Um homem determinado, sempre disposto a servir o país e talvez se sacrificar pela tripulação de seu submarino. A Dra. Leslie Joyce é talvez a melhor personagem do filme. Ao contrario das personagens femininas de sempre, ela mostra-se uma mulher a frente de seu tempo, que não aceita ajuda de nenhum homem e quer provar que também pode ser tão capaz quanto eles. E ela consegue. E por fim, seu colega John Carter. Assim como Leslie, ele também é determinado a sua causa, e apoia as opiniões da colega e também a respeita, o que é muito importante. Juntos, eles formam uma espécie de “triangulo amoroso” em certos pontos da historia, mas, fica claro que o romance entre Matthews e Leslie é o mais evidente. E o legal, é que não atrapalha em nada o andamento da historia.

Não posso concluir esse texto sem deixar de mencionar o Polvo.

Ele é, sem duvida, a melhor coisa do filme inteiro. Gigantesco, com seus tentáculos enormes, que deslizam pela cidade de San Francisco, destruindo os prédios, esmagando as pessoas, ou então, envolvendo os barcos, para leva-los para debaixo d’água. Posso dizer, com toda certeza, que ele é muito melhor que qualquer criatura digital do cinema de hoje. Tudo isso graças aos efeitos especiais do saudoso Mestre Ray Harryhausen, mestre da animação Stop-Motion. A animação de Harryhausen é perfeita, e em momento nenhum, passa a sensação de ser falsa; pelo contrario, é possível acreditar que o polvo é real, e está causando todos aqueles estragos. Difícil dizer qual cena é a melhor, porque ele brilha em todas elas. Mas, sem duvida, a mais icônica, é quando ele ataca a ponte Golden Gate, em San Francisco. É uma cena muito bem feita, como todas envolvendo o monstro. E quando ele surge, enche a tela com sua monstruosidade e sua beleza. Um belíssimo monstro marinho. É a minha criatura favorita de Harryhausen.

Ray Harryhausen foi um mestre na arte da animação Stop-Motion, que consiste no lento processo de animar um frame por vez e fotografar, animar um frame e fotografar... Um processo lento e demorado. Harryhausen começou como discípulo de Willis O’Brien, responsável pelo inesquecível King Kong (1933). Juntos, eles foram responsáveis pela animação do macaco de Mighty Joe Young (1949), filme de aventura inspirado em King Kong. Entre seus outros trabalhos, destacam-se A Sétima Viagem de Sinbad (1958), A Ilha Misteriosa (1961), Jasão e o Velo de Ouro (1963), o excelente O Vale de Gwangi (1969) e Fúria de Titãs (1981), seu último trabalho antes de se aposentar. Suas criaturas tornaram-se referencia para o cinema de fantasia, e seu trabalho é reverenciado por cinéfilos e cineastas até hoje; um de seus maiores admiradores é o diretor Tim Burton, que prestou varias homenagens à ele em seus filmes. Harryhausen faleceu em 7/mai/2013.

O filme foi lançado em DVD no Brasil em 2007, numa edição com dois discos, com vários extras, entre eles, um bate-papo entre Harryhausen e Tim Burton. O primeiro disco apresenta o filme em versão original em preto e branco e versão colorida, supervisionada por Harryhausen. O filme fez parte de uma coleção de três filmes de Harryhausen, que contou também com A Invasão dos Discos Voadores (1956) e A Vinte Milhões de Léguas da Terra (1957). Atualmente, o DVD está fora de catálogo.

Os polvos gigantes voltariam ao cinema no ótimo Tentáculos (1977), trash italiano lançado no sucesso de Tubarão (1975), e depois em Octopus (2000) e Octopus 2 (2001), duas bobagens lançadas direto para vídeo.

Enfim, O Monstro do Mar Revolto é um filme excelente. Um pequeno Clássico da Ficção Científica. Um dos melhores filmes de monstros de todos os tempos. Excelente. Maravilhoso.









quinta-feira, 8 de agosto de 2019

OS MORTOS-VIVOS (1981). Dir.: Gary A. Sherman.


AVISO!

ESSA RESENHA CONTÉM SPOILERS!


NOTA: 10


OS MORTOS-VIVOS (1981)
OS MORTOS VIVOS (1981) é um filme excelente. Original, assustador, impressionante e com um final de cair o queixo.

Esse é sem duvida, um dos melhores filmes de terror que já tive o prazer de assistir. Já tinha conhecimento de sua existência graças a uma resenha publicada no site Boca do Inferno, e já de cara, fiquei curioso, porque o que mais me chamou a atenção, era o fato de que o filme tinha um final surpresa. E é verdade. Na primeira vez que eu vi, fiquei chocado. Não me lembrava de ter visto um final tão soco no estomago como o apresentado nesse filme – acho que nem os finais do Shyamalan são tão pesados.

É o tipo de filme que não deve, em hipótese alguma, ser visto pela metade. É necessário assisti-lo desde o começo para entender o que está acontecendo, porque os primeiros sinais de mistério surgem logo depois da sequencia de abertura. E depois que surgem, não param mais. É uma surpresa atrás da outra, o que impede o espectador de parar para respirar. É sério.

O roteiro, escrito por Ronald Shussett e Dan O’Bannon - os criadores de Alien (1979) - é perfeito, redondo e muito bem amarrado. Não existe nenhuma falha na narrativa, e tudo acontece do jeito certo. E como já disse, não poupa o espectador. Porém, o maior problema do filme é o fato de que não dá para falar sobre ele sem entregar spoilers – tentarei fazer isso aqui, mas não prometo nada! É tanta coisa que pega o espectador de surpresa, que fica difícil não entregar pelo menos uma. Talvez, o máximo que pode ser dito é que é um filme de zumbis. Talvez, e olhe lá, difícil dizer mais sem estragar a surpresa.

Bom, além de ser um filme inteligente, é um filme assustador, com imagens que já tornaram-se antológicas – mais sobre isso adiante. É um filme assustador porque existem cenas que fazem qualquer um pular da cadeira, sem esforço. Elas surgem no momento mais inesperado, com uma trilha sonora alta, digna de provocar medo – quase um jump scare, mas um jump scare muito bem feito, diga-se. Esses jump-scares acontecem nas cenas de assassinato, e olhe, que cenas de assassinato. Ao contrario dos Slashers que estavam em vigor na época, aqui nós temos cenas verdadeiramente pesadas, violentas, cruéis: gargantas cortadas, rostos desfigurados e derretidos e membros decepados. Tudo feito de maneira brilhante, realista, até, digna de causar arrepios. Mas claro que as cenas assustadoras não se resumem apenas às cenas de assassinato. Existem também momentos em que o simples olhar de um personagem é assustador; até porque, aquelas pessoas são, de fato, assustadoras e bizarras. E o medo também acontece na forma como tais cenas são construídas: aos poucos, sem pressa, tudo para deixar o espectador mais assustado. E consegue.

O protagonista, o xerife Dan Gillis, é o típico personagem de bom coração de filmes assim. Autoridade na pequena cidade, ele mostra-se um homem que quer, a todo custo, desvendar os crimes que estão acontecendo, sempre confiando na razão e não em forças sobrenaturais. Sua esposa, Janet, é professora na escola local, e a típica esposa apaixonada e devotada ao marido, sempre preparando seu jantar quando ele chega em casa depois do trabalho. Juntos, eles formam um casal simpático, talvez, um casal de mocinhos, mas a coisa não é bem assim. Agora, o personagem mais sinistro é o Sr. Dobbs, o agente funerário. Um velhinho alto, magro, de óculos grandes, que sempre ouve musicas antigas enquanto trabalha. Dobbs é obcecado pelo trabalho. Mas não é o tipo de obsessão boa, não. Seu trabalho na funerária é o de reconstruir os corpos que recebe; e sempre faz o serviço com um sorriso maléfico no rosto, referindo-se a eles como “obras-primas” depois de concluídos. Um sujeito sinistro, no mínimo. Os outros personagens também não ficam atrás. Temos os pescadores, a garçonete, o frentista, o homem do guincho... Todos sinistros.

Como mencionado acima, Os Mortos-Vivos pode ser considerado um filme de zumbis. Mas não espere aqueles zumbis que arrastam os pés, que andam com os braços estendidos, não. Aqui, os zumbis são quem a gente menos espera. E o melhor, o roteiro não dá uma explicação para o que está acontecendo na cidade, e, francamente, para mim, isso não importa. É como o tal conteúdo da mala do Pulp Fiction (1994). A gente nunca sabe o que tem lá dentro, porque não é mostrado, e não faz a menor diferença. Aqui, é a mesma coisa. O máximo que o roteiro faz, é apresentar uma frase presente num livro sobre bruxaria, que diz como os mortos podem ser trazidos de volta, e só. Não precisa de mais nada.

Como em todo filme de zumbis, os efeitos especiais são destaque. E não é pra menos. O responsável por eles foi o saudoso Stan Winston, em inicio de carreira. Como ele mesmo declarou, ele fez tudo sozinho, até porque, o hoje famoso Stan Winston Studio não existia, então, ele teve que arregaçar as mangas. E conseguiu fazer coisas extraordinárias. A melhor, sem dúvida, é o corpo da primeira vitima, com o rosto todo enfaixado, somente com um olho e a boca à mostra. Uma imagem perfeita, que mesmo presente por poucos segundos, já fica na memória. E a cena da agulha também. Segundo Winston, tudo presente naquela cena é um efeito especial, até mesmo o corpo enfaixado. E o resultado é de causar frio na espinha. A outra grande cena, é a cena da reconstrução facial. Winston também fez tudo aquilo sozinho, e o resultado também é de cair o queixo, tanto que ele declarou que foi o efeito que mais o deixou orgulhoso. Nada mal para o homem que se tornou responsável pelas maiores criaturas do cinema de fantasia atual, como os dinossauros da trilogia Jurassic Park, o Pinguim de Batman – O Retorno, O Exterminador do Futuro e Edward Mãos-de-Tesoura, por exemplo. Stan Winston faleceu em 15/jun/2008.

Além dos excelentes efeitos especiais, o filme também é cheio de cenas memoráveis, além das já mencionadas. Outra que merece destaque é quando uma multidão está caminhando em direção ao carro de uma família em apuros. É uma cena brilhante, escura, onde não vemos os rostos das pessoas, apenas as silhuetas, e somente uma luz iluminando as pessoas por trás. Sem duvida, uma cena apavorante. Outra – e foi essa que me surpreendeu primeiro – acontece antes, quando o frentista, que estava de costas, vira-se para a câmera e mostra seu rosto: a revelação é chocante, e como eu disse, foi a que me surpreendeu primeiro. E por ultimo, destaco aquela em que todos colocam flores no tumulo da esposa do xerife, no final do filme. Macabra e muito bem feita.

Os aspectos técnicos também não ficam atrás. Vou destacar a fotografia. Sem duvida, o melhor momento acontece acima, mas existem outras cenas onde o diretor de fotografia fez um ótimo trabalho. Posso estar enganado, mas acho que ele fez uso de luz natural em algumas cenas, principalmente na cena do hotel, e nas cenas noturnas. Todas são muito bem feitas, bem montadas, dirigidas e atuadas. Os atores também não fazem feio. Em momento nenhum, eles mostram-se exagerados ou caricatos; pelo contrário, dá pra imaginá-los como pessoas reais, principalmente o xerife Gillis. Quando ele faz a descoberta chocante no final do filme, as expressões de medo e descrença em seu rosto são verdadeiras. A cena em que ele confronta Dobbs e a esposa é brilhante e muito pesada.

Os Mortos-Vivos foi rodado na cidade de Mendocino, na Califonia. Não sei se a ideia era de que a historia se passasse na Nova Inglaterra, mas o fato é que isso não atrapalha em nada. A locação é belíssima, com sua atmosfera de cidade pequena, costeira, uma verdadeira comunidade de pescadores. Anteriormente, a cidade foi usada como locação em O Altar do Diabo (1970), de Daniel Haller, baseado em O Horror de Dunwich, de H.P. Lovecraft.

Como mencionado acima, o roteiro foi escrito por Ronald Shussett e Dan O’Bannon, e foi vendido como “from the creators of Alien”, inclusive nos trailers. No entanto, O’Bannon declarou que Shussett escreveu o roteiro sozinho, e apenas colocou seu nome no projeto com a promessa de que isso aumentariam suas chances. Porém, ao perceber que suas ideias não foram incluídas, O’Bannon pediu que seu nome fosse removido do projeto, mas isso não aconteceu.

O filme não fez muito dinheiro nas bilheterias, mas o trabalho de Winston foi bastante elogiado; porém, o filme acabou parando na famigerada lista dos “Vídeo Nasties” britânica em 1990 com 30 segundos de cortes – foi lançado sem cortes apenas em 1999. Hoje em dia, o filme possui uma aura cult e é considerado um dos melhores filmes de terror dos anos 80.

O filme chegou a ser lançado em DVD no Brasil há alguns anos, – não sei se saiu em VHS – mas, hoje em dia, está fora de catálogo.

Enfim, Os Mortos-Vivos é um filme excelente. Uma historia fascinante e assustadora. Um filme inteligente e cheio de surpresas. Um pequeno clássico do terror dos anos 80. Brilhante.

Altamente recomendado.










Agradecimentos: Site "Boca do Inferno".


CANAL LFH.














O 6º episódio do Canal LFH já está no ar, com resenha do conto A Tumba, de H.P. Lovecraft.


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sábado, 3 de agosto de 2019

OS VAMPIROS DE SALEM (1979). Dir.: Tobe Hooper.


NOTA: 10



OS VAMPIROS DE SALEM (1979)
OS VAMPIROS DE SALEM (1979)  – baseado no livro Salem, de Stephen King do diretor Tobe Hooper, diretor do Clássico O Massacre da Serra Elétrica (1974), é a segunda adaptação do autor, desta vez, para a TV, em formato de minissérie.

Lançado há 40 anos, até hoje, o filme possui lugar entre os maiores filmes de vampiro de todos os tempos. Com razão.

Os Vampiros de Salem é excelente. Possui um clima de medo e nostalgia que é agradável de se ver, e não fica chato; pelo contrario. Além desse clima de nostalgia, também possui diversas cenas antológicas, e às vezes, é difícil dizer qual a melhor – mais sobre isso adiante.

O que também vale destacar é que, na época, Hooper ainda estava em alta em Hollywood, por conta do sucesso de O Massacre da Serra Elétrica – nos anos seguintes, sua carreira sofreu uma queda brusca, por conta do fracasso de seus filmes produzidos pela extinta Cannon Group. Mas, aqui, Hooper dá o seu melhor como diretor, e consegue, uma vez que o filme não apresenta nenhuma falha em sua concepção.

É um dos filmes mais assustadores que já vi, em razão das cenas envolvendo os vampiros. São cenas muito bem feitas, dirigidas e atuadas, muitas vezes, chegam a ofuscar as cenas envolvendo os personagens humanos.

Como toda produção feita para a televisão, possui uma estrutura própria, com cenas montadas de maneira diferente das produções para o cinema, além de apresentar uma ambientação própria também, como se todos os cenários fossem de fantasia, quase outra dimensão. Hoje em dia, isso ainda existe, mas não da mesma maneira que apresentada aqui. Os enquadramentos também merecem destaque, com tomadas aleatórias da cidade vista de cima, câmera quase sempre parada e closes rápidos. Tudo feito de maneira brilhante, digna de nota, e se bobear, de estudo também. Pessoalmente, é um dos diversos aspectos que me atraem no filme.

A trilha sonora também é um item à parte. O tema é arrepiante, e quando toca, não fica chato, pelo contrario, ajuda a aumentar a tensão. Em alguns momentos, a musica surge de repente – o que hoje em dia, seria equivalente a um jump-scare – e mesmo assim, não parece falso. É muito boa.

A produção também caprichou ao escolher o cenário para o filme. A cidade é muito bonita, e nas cenas durante o dia, chega a ser convidativa, e, misturado com o clima de filme feito para a TV e com a atmosfera da época, fica ainda melhor. Em momento nenhum, parece que a rotina da cidade é chata, ou ela parece artificial. Longe disso. O filme foi rodado na Ferndale, na Carolina do Norte, com cenas rodadas também nos Estúdios Burbank, na Califórnia. Mesmo não rodado na Nova Inglaterra, o filme passa essa sensação.

Outra coisa que contribui para o clima de terror, é o fato de que, durante boa parte da narrativa, o filme dá a impressão de ser sobre casa mal-assombrada, visto que o protagonista questiona os cidadãos se eles acreditam que o Mal pode dominar uma casa. E isso funciona, principalmente para quem não conhece o filme, e no final, acaba surpreendido. Ainda sobre a questão da casa, vale mencionar que ela é de fato, assustadora, localizada no topo da colina, sempre de olho na cidade abaixo. Ao contrario do que se imagina, ela é um exemplo de que uma casa maldita não precisa ser pintada de preto para ser assustadora. Com seus tons de bege, a Mansão Marsten causa, sem esforço nenhum, arrepios na nossa espinha. De verdade. E por dentro também. É um lugar abandonado, com teias de aranha em todos os lugares, o chão todo sujo, moveis destruídos... O ambiente perfeito para um vampiro morar. E além disso, também passa uma sensação de terror gótico, que naquela época, já estava desaparecendo.

Agora, sobre os vampiros. Eles são a melhor coisa do filme, sem duvida. Com suas peles azuladas, olhos amarelos brilhantes e presas afiadas, conseguem meter medo em qualquer um. São a própria imagem da Morte, espalhando-se pela cidade como uma praga. E como já mencionado, eles protagonizam as melhores cenas do filme. Uma das minhas favoritas é quando a Sra. Glick ressuscita no hospital e ataca Ben e o médico. Uma cena muito bem feita, com o clima construído lentamente, e a tensão aumentando, porque não dá pra saber o que vai acontecer, até que finalmente acontece. Uma cena brilhante. No entanto, a cena da janela, que acontece anteriormente, é com certeza a mais icônica. Assim como a cena descrita anteriormente, também é muito bem feita, novamente com o clima acontecendo devagar, quase sem trilha sonora, e quando finalmente acontece, provoca arrepios. É uma cena que acontece à distancia, do ponto de vista do espectador, o que aumenta ainda mais o clima de horror.

Porém, o melhor de todos é o Sr. Barlow, o vampiro-mestre. Com visual idêntico ao Nosferatu de Murnau, ele é uma figura ameaçadora. Quando finalmente surge no filme, na segunda parte, mostra-se um verdadeiro monstro, com seus olhos amarelos brilhantes, presas afiadas e unhas pontiagudas. Assim como o vampiro de Murnau, ele é a própria imagem do Mal. Seu melhor momento, sem duvida, é quando surge na casa de uma família e ameaça matar o garoto diante do padre, enquanto o Sr. Straker fala por ele, e propõe uma troca diabólica. Uma cena brilhante, construída da mesma maneira que as anteriores. É também a minha favorita. O confronto final entre ele, Ben e o garoto Mark, também é digno de nota, e sinceramente, não poderia acontecer de outra maneira.

Os Vampiros de Salem esteve em produção pela Warner Bros. apos o estúdio adquirir os direitos para adaptação, anteriormente imaginada para o cinema. Vários diretores e roteiristas, entre eles o cineasta Larry Cohen, mostraram interesse em adaptá-lo, mas Stephen King não se mostrou satisfeito com as propostas. Então, o produtor Richard Kobritz entrou em contato com a Warner Bros. Television para adaptar o livro em formato de minissérie. Para isso, chamou o roteirista Paul Monash, que havia produzido a adaptação de Carrie, a Estranha (1976), dirigida por Brian de Palma. Ao que parece, King ficou satisfeito com o roteiro apresentado por Monash. Inicialmente, o diretor George A. Romero foi cogitado para o trabalho, mas, como ele havia lançado o excelente Martin, um filme de vampiros com uma temática original, dois anos antes, os produtores acharam que não seria acrescentaria nada de novo ao gênero. Então, chamaram Tobe Hooper para dirigir, em virtude do sucesso de O Massacre da Serra Elétrica (1974). Segundo o produtor Kobritz, a ideia de voltar ao Nosferatu de Murnau foi para apresentar o Sr. Barlow como a essência do Mal, assim como o vampiro de Max Scherck fez no Clássico Alemão. Porém, King não ficou satisfeito com o visual do vampiro. E também, segundo Kobritz, a intenção de fazer com que Barlow fosse mudo e tivesse o Sr. Straker como intermediário, também pareceu mais plausível do que se o vampiro fosse articulado, além de outras mudanças na narrativa. O resultado ficou perfeito. 

Além disso, a ideia de esconder o vampiro-mestre durante boa parte do filme, na minha opinião, também funciona, porque assim, aumenta o suspense, e chega até a dar a impressão de que o monstro não existe. E funciona muito bem.  

O filme foi estrelado por David Soul, no papel do protagonista Ben Mears, e James Mason, como o Sr. Straker, e ambos mostraram-se perfeitos. É possível enxergar os personagens nos atores, e o mesmo vale para todo o resto do elenco. Por exemplo, o garoto que interpreta o adolescente Mark Petrie, tinha 18 anos na época, mas, é possível visualizar um adolescente de 14 anos nele, sem esforço. Bonnie Bedellia também está perfeita como Susan Norton, par romântico de Ben. E claro, Reggie Nalder, conhecido por sua atuação em um episodio de Star Trek, está perfeito como o vampiro-mestre Kurt Barlow. Este foi um dos últimos papeis de Mason, eternizado por suas excelentes performances como o Capitão Nemo de 20.000 Léguas Submarinas (1954), da Disney; e como Humbert Humbert, em Lolita (1962), de Stanley Kubrick. O ator faleceu em 1984.

Os Vampiros de Salem foi lançado em Novembro de 1979, primeiramente em formato de minissérie, com 187 minutos. Logo depois, uma versão para cinema de 112 minutos foi lançada, com alguns cortes e cenas alteradas. Foi recebido com criticas muito positivas e recebeu três indicações em Emmy, o Oscar® da televisão.

Apesar de chegar a ser exibido na televisão no Brasil pelo canal TCM, por anos, permaneceu inédito por aqui, até que foi lançado em DVD pela Versátil Home Vídeo, em excelente versão restaurada e integral – a versão original de 187 minutos.

Em 1987, uma lamentável continuação, escrita e dirigida por Larry Cohen, foi lançada. A única coisa interessante naquele filme era Tara Reid, em inicio de carreira, vestida de noiva-vampiro. O resto, é um desastre completo. Não vale a pena.

Em 2004, uma nova versão, também para a TV foi lançada, estrelada por Donald Sutherland, Rod Lowe e o saudoso Rugter Hauer. Apesar de ter gostado na época, hoje, já não sou mais tão fã assim, pois considero inferior.

Recentemente, foi anunciado que uma nova adaptação, desta vez para o cinema, está em desenvolvimento, com James Wan envolvido. Por enquanto, nada a dizer sobre isso.

Enfim, Os Vampiros de Salem é excelente. Um filme verdadeiramente assustador, com clima de nostalgia que prende a atenção e provoca arrepios. Uma das melhores adaptações de Stephen King. Um dos maiores filmes de vampiro de todos os tempos. Maravilhoso.

Altamente recomendado.







sexta-feira, 2 de agosto de 2019

TUBARÃO (1975). Dir.: Steven Spielberg


NOTA: 10




TUBARÃO (1975)
TUBARÃO (1975) é um Clássico Absoluto. Um dos maiores filmes de todos os tempos, e um dos filmes mais assustadores da historia. 

Até hoje, mais de 40 anos depois, possui imensa importância para o Cinema, seja nos aspectos técnicos, seja em relação à historia, enfim, um filme importante.

Produzido durante a Nova Hollywood – movimento marcado pela reinvenção da indústria, durante a década de 70 – , foi um filme marcado por contratempos, a maioria envolvendo o tubarão animatrônico, conforme comentarei mais adiante.

Seja como for, o fato que é o filme possui seu lugar ao sol no hall dos clássicos do cinema, isso é indiscutível.

Tubarão é perfeito. O roteiro, adaptado do romance de Peter Benchley, lançado dois anos antes, é linear, e não apresenta nenhuma falha. Tudo que acontece, acontece no momento certo, sem problemas. A direção de Spielberg – em seu terceiro trabalho – é excelente, e aqui, já é possível ver que ele apresentaria seu estilo como cineasta autoral. Além da direção, a trilha sonora de John Williams também contribuiu para o sucesso do filme.

Tubarão foi um filme que me assustou muito quando eu era pequeno. Por anos, foi um filme que só consegui assistir a partir da sequencia do feriado do 4 de Julho – Dia da Independência Americana – até o final. E o final era a minha parte favorita, quando o vilão aparece em toda sua gloria. Mais sobre isso adiante.

O engraçado também é que meu irmão era apaixonado por esse filme, não apenas por esse filme, mas pelos tubarões. E isso perdurou por anos; eu já tinha interesse pelo filme, mas não era tanto assim, tanto que, quando passou na TV, ele pediu pra gravar, porque ele gostou da chamada, provavelmente, e queria ver o filme. Meu amor verdadeiro pelo filme – e pelos tubarões – só surgiu anos depois, mais ou menos, em 2000, quando o filme completou 25 anos, e foi lançado em VHS duplo. E acho que não apenas isso, mas também outras coisas relacionadas ao filme aumentaram meu interesse e por consequência, meu amor por ele também.

Seja como for, o fato é que é um filme que merece ser visto, e fica muito melhor cada vez que se vê. Parece um daqueles filmes que a gente assiste, e encontra algo novo, que havíamos visto antes. E não fica chato; pelo contrario, passa as mesmas sensações toda vez! É o tipo de coisa que dá gosto de fazer: assistir Tubarão, principalmente depois de muito tempo desde a última vez. E a sensação de medo, por exemplo, não passa, não importa a cena. Por exemplo, a cena em que o garoto é morto pelo tubarão – inclusive, uma cena que me assustou muito quando eu era pequeno – é brilhante. A maneira como ela é construída, de certa forma, passa essa sensação. Spielberg mostrou-se um mestre, quando optou por focá-la no Chefe Brody, e no seu medo de entrar na água, porque ele sabe que há um tubarão ali, mas mesmo assim, omite o fato e deixa todos entrarem na água. E quando o baque vem, ele vem com tudo e de uma forma brilhante.

As demais cenas também são assim, construídas com brilhantismo, mesmo aquelas que não mostram nada de assustador. As cenas envolvendo a cidadezinha de Amity são maravilhosas; coloridas, sempre iluminadas pelo sol do verão; têm um aspecto de cidade pequena, que chama a atenção, e torna-se convidativo. Eu pessoalmente, nunca me canso de ver essas cenas, e posso dizer que, te certa forma, elas me influenciaram quando penso em uma historia de monstro marinho.

É o tipo de filme que não precisa mostrar o personagem-título para mostrar que é sobre ele – na verdade, aprendi com As Aventuras de Tintim que narrativas não precisam ser dessa forma. Mesmo com a ausência física do tubarão, Spielberg faz questão de sugeri-lo o tempo todo, principalmente na cena do livro, uma das minhas favoritas. Brody foleia o livro e vê fotos de tubarões – principalmente do grande tubarão branco – o tempo todo, o que sugere que ele está sempre presente, sempre atrás de nós. Outra cena que ilustra isso muito bem, é a cena em que Brody está sentado em sua mesa de jantar, triste pelo que aconteceu anteriormente. Novamente, uma cena belíssima, muito bem orquestrada, atuada e dirigida. O mesmo vale para o restante do filme.

O Chefe Brody de Roy Scheider é excelente. O típico herói disfarçado de não-herói, desastrado, medroso, engraçado; o Quint de Robert Shaw também é excelente. Assim como Brody, pode-se ver que é o típico pescador de ilha, rabugento, de opinião própria e que se considera o melhor pescador da ilha; e o Matt Hooper de Richard Dreyfuss também é excelente; o Oceanógrafo competente, que sabe o que está fazendo, disposto a ajudar Brody a descobrir a verdade, enfim... O mesmo vale para todos os personagens.

Conforme Spielberg declarou, a trilha sonora foi um dos fatores que contribuíram para o sucesso do filme. É de verdade. Desde a primeira cena, a música surge na tela, e continua pelo filme, e nunca mais sai da nossa cabeça. Conforme minha mãe disse algumas vezes, ela teve o prazer de assistir ao filme no cinema, e segundo ela, parecia que quando a música tocava, o tubarão estava na sala do cinema, debaixo das poltronas. Pior que é verdade. É o tipo de música que não nos abandona, que gruda mesmo, e, só de ouvi-la, já sabemos de que filme é. Conforme o compositor John Williams declarou, é o tipo de situação em que a música e a imagem combinam perfeitamente, e tornam-se inesquecíveis, assim como a cena do chuveiro em Psicose (1960).

Não é novidade nenhuma que o filme foi marcado por problemas na produção, a maioria deles envolvendo o tubarão mecânico, chamado de “Bruce” pela produção, em homenagem ao advogado de Spielberg na época. O monstro foi criado por Robert Mattey, que também havia criado a lula-gigante de 20.000 Léguas Submarinas (1954), produzido pelos Estúdios Disney. Joe Alves, o designer de produção, declarou que a proposta de construir um tubarão em tamanho natural inicialmente fora recebido com ressalvas, mas quando entrou em contato com Mattey, a resposta foi diferente. Primeiro, eles fizeram o teste do tubarão no seco, para ver se o mecanismo iria funcionar, e funcionou. Porém quando fizeram os testes no mar, a coisa foi diferente. O equipamento sofreu com a brutalidade do mar, que prejudicou o funcionamento do robô por meses, o que atrasou a produção, culminando inclusive, na possibilidade de Spielberg ser demitido, e o filme, cancelado. No entanto, os produtores sabiam que o filme não poderia ser cancelado, porque, se tirassem o rolo da câmera, não poderiam coloca-lo de volta; então, eles tiveram que continuar a filmar, mesmo que fossem tomadas pequenas. O tubarão só foi funcionar de fato em meados de Setembro, e continuou assim até o final das filmagens; no entanto, mesmo com o tubarão funcionando, algumas cenas apresentaram dificuldades, como a cena do garoto sendo morto pelo monstro.

Os problemas de produção não foram causados apenas pelo tubarão. O barco Orca chegou a afundar durante as filmagens, porque um dos ganchos que prendiam os barris foi puxado com muita força, o que arrancou a parte de trás. Como resultado, toda a  equipe teve que ser removida às pressas.

A cena do ataque à gaiola foi filmada nos tanques da MGM, após a fotografia principal na Nova Inglaterra. Na ocasião, Richard Dreyfuss não estava disponível, então, chamaram um duble para realizar a cena. A cena em que o tubarão destrói a gaiola foi aproveitada de uma filmagem com tubarões reais realizada na Austrália, onde um tubarão prendeu-se em uma das gaiolas. A ideia de filmar tubarões de verdade foi da própria produção, com o objetivo de trazer mais veracidade para o filme, e deu muito certo.

Tubarão foi filmado na ilha de Martha’s Vineyard, na Nova Inglaterra. A cidade de Edgartown serviu como cenário para o filme, o que levou a produção a escalar alguns membros da própria comunidade para alguns papéis e também como figurantes. O resultado é impressionante. Segundo os produtores, a locação nunca havia sido utilizada em um filme antes, então, eles foram precavidos, a fim de não causar estranhamento entre os residentes da comunidade, principalmente nas cenas envolvendo o tubarão. As cenas de pânico na praia foram um desafio, por causa da temperatura da água, e porque também as pessoas não entravam na água naquela época, inicio do verão. Mesmo assim, a produção conseguiu excelentes resultados.

Spielberg optou por filmar em locação, então, segundo ele, era importante que a câmera não focasse nenhum ponto de terra, na sequencia da caçada ao tubarão. Segundo ele, se a câmera capturasse algum ponto de terra, a credibilidade seria comprometida.

Os produtores Richard Zanuck e David Brown mostraram interesse em adaptar o romance de Peter Benchley ainda em 1973, após lerem o livro. O próprio Benchley também demonstrou interesse em adaptá-lo, então escreveu o primeiro rascunho do roteiro, que mostrou-se muito próximo ao livro, o que apresentou problemas. Então, outros roteiristas foram chamados, e novas adaptações foram feitas, sempre com Benchley envolvido. O rascunho final foi escrito por Benchley e por Carl Gottlieb, que foi inicialmente contratado como ator pelo próprio Spielberg. O processo de escrever o roteiro teve que ser rápido, porque o sindicato determinou que nenhum filme poderia ser rodado antes do final daquele ano, o que também apresentou problemas.

Tubarão estreou em 20/jun/1975, em Dallas. Zanuck e Brown ficaram apreensivos, pois temiam que o tubarão animatrônico provocaria risadas na plateia. Mas, conforme eles comprovaram, foi exatamente o oposto. Ao todo, o filme arrecadou mais de US$ 100 milhões, tornando-se um fenômeno de bilheteria, inaugurando o fenômeno dos blockbusters. Até hoje, a arrecadação do filme é uma das maiores de todos os tempos.

Até hoje, Tubarão é reconhecido como um Clássico do Cinema, e um dos maiores filmes de todos os tempos, ocupando diversas posições nas listas do AFI:

  • A fala “You’re gonna need a bigger boat”, improvisada por Roy Scheider, ocupa a 35ª posição na lista do 100 Years... 100 Movie Quotes;
  • O tubarão “Bruce” ocupa a 18ª posição no ranking dos Maiores Vilões do Cinema, na lista do 100 Years... 100 Heroes and Villains;
  • O filme ocupa a 48ª posição na lista do 100 Years... 100 Greast American Films;
  • Também ocupa a 56ª posição na lista do 10º aniversário do AFI do 100 Years... 100 Greast American Films;

Além desse reconhecimento, o filme também foi escolhido para preservação pelo National Film Registry.

Os realizadores de Procurando Nemo (2003) prestaram homenagem ao filme, batizando um dos personagens – um grande tubarão branco – de Bruce.

Tubarão ocupa a 1ª posição na Lista do Bravo’s 100 Scariest Movie Moments, e a 10ª posição na lista dos 100 Filmes Mais Assustadores da História, criada pela extinta revista SET em 2009.

Além de sua contribuição para o cinema, o filme – e o livro de Benchley – despertou o interesse do publico pelos tubarões, o que ajudou a preservá-los como espécie e também serviu para desmistificar a reputação de comedores de homens, algo que Peter Benchley se arrependeu até o dia de sua morte.

O filme também consolidou a carreira de Steven Spielberg, que hoje em dia, é considerado um dos maiores cineastas de todos os tempos.

O sucesso nas bilheterias motivou a realização de três continuações, lançadas entre 1978 e 1987. Além das sequencias, também gerou diversos imitadores, muitos deles, dignos de nota, lançados nos anos 70 e 80; hoje em dia, o subgênero “tubarão” está renegado apenas às produções lamentáveis da Asylium, responsável pelos Sharknados da vida...

O ultimo filme de tubarão assassino que é digno de nota, é o filme Águas Rasas, lançado em 2016.

O astro Roy Scheider faleceu em 2008. Robert Shaw faleceu em 1978. Até hoje, ambos são lembrados pelos seus papeis, bem como o ator Richard Dreyfuss. O autor Peter Benchley faleceu em 2006. Richard D. Zanuck faleceu em 2012. David Brown faleceu em 2010.

Enfim, Tubarão é um Clássico do Cinema. Um dos maiores filmes de todos os tempos. Um dos Filmes Mais Assustadores da História.

Excelente. Maravilhoso. Um filme inesquecível.

Altamente recomendado.







O MASSACRE DA SERRA ELÉTRICA – O RETORNO (1995). Dir.: Kim Henkel.

  NOTA: 1 Lembram-se do que eu disse no começo da resenha de A Hora do Pesadelo 6 , sobre filmes ruins? Para quem não se lembra, eu disse qu...