quarta-feira, 21 de setembro de 2022

UMA NOITE ALUCINANTE 3 (1992). Dir.: Sam Raimi.

 

NOTA: 10



Em 1981, o diretor Sam Raimi lançou Evil Dead – Uma Noite Alucinante I – A Morte do Demônio, que se tornou um dos maiores clássicos do cinema de horror de todos os tempos.

 

O primeiro filme de terror a gente não esquece, não é? Qual foi o primeiro de vocês? O meu foi UMA NOITE ALUCINANTE 3, que encerra a famosa Trilogia Evil Dead, do diretor Sam Raimi, com Bruce Campbell no papel de Ash.

 

Eu devia ter uns 5 anos quando assisti a esse filme pela primeira vez, provavelmente na TV, e ao invés de me assustar, eu me senti fascinado pelas coisas que vi na tela, principalmente aqueles esqueletos com espadas e escudos, lutando contra o castelo inteiro; e juntamente com isso, algumas outras cenas ficaram na minha cabeça por anos: Ash dentro do poço; o olho saindo de seu ombro; os esqueletos saindo das tumbas e agarrando-o com as mãos... Foi o meu primeiro filme de terror, sem duvida. Por isso, tem um lugar muito especial no meu coração.

 

Não há duvidas que a Trilogia Evil Dead é conhecida pelo enredo na cabana nas montanhas, mas, Uma Noite Alucinante 3 se difere dos demais por levar a trama para o século XIV, conforme visto no final de Evil Dead II. Esse é o grande mérito do filme, porque, naquela altura, com certeza, não havia mais o que fazer com a trilogia, porque apostar na cabana na floresta e possessão pela terceira vez não seria legal; então, a ação foi transportada para a Idade Média, e, ao invés de espíritos possessores, temos aqui o Exército dos Deadites, composto por esqueletos e cadáveres em decomposição.

 

Não teria como dar errado, e de fato não deu. E justamente é o grande atrativo do filme, essa mudança de ares. Talvez até pareça estranho, principalmente por causa do título original – Army of Darkness – mas para os fãs isso não incomoda, como é o meu caso. Pelo contrario, é até muito legal ver a mudança de ares da trilogia a partir desse filme, porque, realmente, não havia mais para onde ir.

 

E assim como Evil Dead II, esse aqui começa com um repeteco dos eventos do filme anterior – aqui, no caso, tudo precisou ser filmado de novo por questões de direitos autorais; apenas o final do filme anterior é mostrado – para deixar o espectador atento e a par do que aconteceu anteriormente. Passado o flashback, somos levados até o filme de verdade. E novamente, outra atriz interpretou Linda, aqui no caso, foi a atriz Bridget Fonda. E aqui as mudanças continuam.

 

A principal, sem duvidas, é no tom da franquia, que, apostava no terror de verdade, principalmente o primeiro filme. Aqui, temos a alteração para a comédia de fato, com cenas carregadas no humor negro: Ash e suas versões minúsculas; a batalha contra os Deadites, entre outras. Pessoalmente, eu não vejo problemas, porque no filme anterior nós já tivemos uma pitada de humor, e de certo, seria outra coisa que não teria como mudar. O tom de humor funciona muito bem, e se tornou uma característica do próprio diretor, e passou também para a série de TV. As cenas são engraçadas, mas pessoalmente, não são daquelas cenas de arrancar gargalhadas, mas divertem muito.

 

Mas, vamos falar também das diferentes versões do filme. Não sei qual foi o motivo que levou o filme a ter duas versões diferentes – Versão de Cinema e Versão do Diretor – mas as duas são maravilhosas, mesmo com suas diferenças. A Versão do Diretor é a mais completa, com sequencias e diálogos estendidos e alternativos; já a Versão de Cinema também tem cenas e diálogos alternativos, mas alguns estão incompletos, principalmente nas sequencias do moinho e da batalha no castelo; e claro, temos os famosos finais: a Versão do Diretor termina com um final apocalíptico; enquanto que a Versão de Cinema termina na loja S-Mart. Na minha opinião, as duas versões são maravilhosas, mas se for para escolher, eu prefiro mais a Versão do Diretor. Curiosamente, pelo que me lembro, a versão em VHS optou por juntar as duas. Estranho... Corrijam-me se eu estiver errado.

 

Independente das versões, é possível ver que aqui temos um Evil Dead com mais orçamento, visto o cenário do cenário e os demais efeitos especiais dos monstros. Temos aqui de tudo: marionetes, maquiagem e fantasias, tudo muito bem feito. Os efeitos dos esqueletos são os melhores e misturam de tudo isso, sendo o Stop-Motion e as marionetes os principais. Além dos esqueletos, temos também a presença reduzida os demônios possessores e novos monstros, além, é claro, da entidade sem rosto que percorre a floresta, e do vilão principal, aqui, uma versão do Mal do protagonista, também interpretado por Bruce Campbell. Os efeitos especiais foram criados pela KNB Effects e por Tony Gardner, nomes conhecidos no gênero do terror.

 

O vilão principal é um dos atrativos do filme, e de longe, é muito diferente do que já vimos nos filmes anteriores. Diferente porque eu pessoalmente não o considero demoníaco o bastante; ao contrario, é um grande palhaço que garante momentos divertidos.

 

Conforme mencionado acima, Uma Noite Alucinante 3 tem muitas cenas memoráveis para mim, mas as minhas favoritas são a marcha dos Deadites ao castelo, acompanhado pelo tema musical de Danny Elfman; e a ressureição do vilão principal, num super close de seu rosto.

 

Antes de encerrar, a Trilogia Evil Dead tem o seu lugar no hall dos filmes de terror de todos os tempos. Todos – principalmente os dois primeiros – são altamente avaliados por sites críticos lá fora e os dois primeiros tem seu lugar na galeria dos filmes de terror mais importantes de todos os tempos. Graças à trilogia, o diretor Sam Raimi hoje tem status em Hollywood e como sabemos, conseguiu dirigir a trilogia do Homem-Aranha e o novo filme do Doutor Estranho. Além da trilogia, temos também a série Ash VS Evil Dead, que se encontra disponível na Netflix. Talvez ainda esse ano, seja lançado o quarto filme da franquia, Evil Dead Rise, que não contará com Sam Raimi na direção e nem Bruce Campbell no elenco, mas ambos estão envolvidos na equipe de produção.

 

Foi lançado em Blu-ray no Brasil pela Obras-Primas do Cinema com as duas versões, na coleção Trilogia Uma Noite Alucinante, em edição caprichada recheada de material extra. Atualmente, a coleção está fora de catalogo, mas a distribuidora anunciou o lançamento da trilogia em DVD ainda nesse ano.

 

Enfim, Uma Noite Alucinante 3 é um filme excelente. Divertido, assustador, com cenas memoráveis e momentos de comédia que mudam o tom da franquia. Novamente, a direção e o estilo de Sam Raimi são um dos atrativos, além da presença de Bruce Campbell em papel duplo. Temos aqui novos monstros, além de esqueletos animados em Stop-Motion carregando espadas. Um filme memorável para mim, que tem um lugar especial em meu coração. Excelente. Maravilhoso. Altamente recomendado.



Créditos: Obras-Primas do Cinema


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segunda-feira, 19 de setembro de 2022

POSTAGEM ESPECIAL – HÄXAN 100 ANOS.

 





Ontem, há 100 anos, foi lançado Häxan – A Feitiçaria Através dos Tempos.

 

Escrito e dirigido por Benjamin Christensen, este é um dos primeiros longas-metragens gênero terror a ser produzido pelo cinema.

 

Ao longo de 7 capítulos, o diretor faz um relato sobre a historia da Bruxaria através dos tempos, passando por diversas épocas até chegar à Era Moderna, tudo feito em tom quase documental.

 

Além do aspecto de falso documentário, Häxan também é um filme profano até a medula, com suas cenas e imagens de Sabá e Satanismo.

 

Um filme que não envelheceu e até hoje se mostra muito poderoso.

 

Feliz 100º Aniversário, HÄXAN.




quarta-feira, 14 de setembro de 2022

EVIL DEAD II – UMA NOITE ALUCINANTE 2 (1987). Dir.: Sam Raimi.

 

NOTA: 10



Em 1981, o diretor Sam Raimi lançou Evil Dead – Uma Noite Alucinante I – A Morte do Demônio, que se tornou um dos maiores clássicos do cinema de horror de todos os tempos.

 

Em 1987, foi lançado EVIL DEAD II – UMA NOITE ALUCINANTE 2, novamente comandado por Sam Raimi e estrelado por Bruce Campbell, reprisando seu icônico papel como Ash.

 

O que dizer sobre esse filme? Bom, digo o seguinte. Esse é um dos melhores filmes de terror e comédia de todos os tempos, pois mistura os dois na medida certa, e aqui temos de tudo.

 

Evil Dead II é o exemplo de continuação que muita gente considera melhor que o primeiro filme, talvez por ser mais maduro e mais desenvolvido... mas eu pessoalmente o considero tão maravilhoso quanto o primeiro, justamente por causa desses fatos, e mais ainda, pela nostalgia.

 

Eu assisti a esse filme pela primeira vez em 2002, pouco tempo depois de assistir ao primeiro filme, quando aluguei na mesma locadora. Mas, diferente do primeiro, a imagem era bem mais clara, então pude ver tudo sem nenhum problema. Eu adorei o filme, e quando o vi em uma banca, comprei rapidamente, sem saber que o primeiro filme estaria disponível também; este saiu em VHS, o segundo, saiu em DVD. O engraçado é que quando eu vi que o primeiro saiu também, eu fiquei arrepiado por causa da minha experiência negativa com ele. Hoje em dia, eu amo a Trilogia Evil Dead, e os filmes ficam melhores a cada revisão.

 

Com este aqui não é diferente. Eu me divirto toda vez que assisto, e conheço todas as cenas, e fica difícil dizer qual é a melhor; a minha favorita é quando um dos personagens é possuído e levita pela cabana.

 

Alias, aqui temos aqui a volta da cabana isolada na floresta, visto que no começo do filme, acontece um repeteco do anterior, por motivos que foram explicados pelo próprio Bruce Campbell em uma entrevista. Talvez para os mais exigentes, isso seja um problema, mas talvez isso funcione como uma espécie de recapitulação sem os demais personagens, e funciona. A presença da cabana na floresta é um fator recorrente e marcante da franquia que funciona mesmo para quem não conhece o filme propriamente dito.

 

Pode-se dizer que o “filme de verdade” acontece após esse repeteco, quando os demais personagens vão até a cabana e a trama acontece; mas não é bem assim, porque é importante não desconsiderar o que acontece anteriormente, porque ocorrem outras coisas após a possessão da namorada de Ash.

 

Os demais personagens são muito legais, cada um com a sua característica, mas o melhor é a versão possuída da esposa do arqueólogo, que inferniza a vida de todos ali. É uma característica comum da franquia, conforme mencionei anteriormente, um grupo de vilões que os personagens precisam combater antes de destruir o vilão principal.

 

Evil Dead II é conhecido também como um dos mais famosos exemplares de terror e comédia do cinema. Nos anos 80, o gênero começou a se misturar com a comédia, o que rendeu grandes exemplares, e este aqui é um dos melhores. Os momentos de humor ficam por conta do confronto entre Ash e sua mão possuída, que rende momentos antológicos, com direito a pratos quebrados e tiro ao alvo.

 

Além do humor negro, temos também a presença de melhores efeitos especiais. Temos aqui cabeças e membros decepados, corpos sem cabeça que andam sozinhos e stop-motion, tudo graças ao orçamento um pouco maior. E claro, temos também a câmera que percorre o cenário no papel da entidade demoníaca sem rosto. Aqui a câmera está afiada, com seus movimentos elaborados e rapidez alucinante. Os efeitos especiais foram realizados por grandes nomes do gênero, e deixam o filme ainda mais divertido. A maquiagem dos monstros também está bem melhor.

 

Antes de encerrar, Evil Dead II é considerado por muitos como sendo melhor que o primeiro filme, tendo recebido avaliações mais altas em sites e de críticos.

 

Foi lançado em Blu-ray no Brasil pela Obras-Primas do Cinema em versão restaurada em 4k na coleção Trilogia Uma Noite Alucinante, em edição caprichada recheada de material extra. Atualmente, a coleção está fora de catalogo, mas a distribuidora anunciou o lançamento da trilogia em DVD ainda nesse ano.

 

Enfim, Evil Dead II é um filme excelente. Um filme maravilhoso, com cenas antológicas misturadas com humor negro que funciona muito bem. A direção de Sam Raimi também é um dos destaques, novamente com sua câmera frenética que percorre os cenários de maneira alucinante. Os efeitos especiais também funcionam e deixam o filme ainda mais divertido. Um dos melhores filmes de terror de todos os tempos. Altamente recomendado.


Créditos: Obras-Primas do Cinema


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segunda-feira, 12 de setembro de 2022

COMUNHÃO (1976). Dir.: Alfred Sole.

 

NOTA: 9



Em 1974, o diretor Bob Clark lançou Noite de Terror, considerado o primeiro Slasher do cinema, porque foi o primeiro a abordar a questão das datas comemorativas associadas ao gênero.

 

Dois anos depois, foi lançado COMUNHÃO, do diretor Alfred Sole, considerado um dos primeiros exemplares do gênero.

 

Talvez para os mais exigentes, o único mérito desse filme seja o fato de ser o primeiro longa da atriz Brooke Shields, mas, é muito mais do que isso. Ao contrario do que viria depois no gênero, temos aqui um filme muito mais focado no suspense do que nas cenas de morte e no sangue, o que, conforme mencionei em outras resenhas, é muito bom, porque mostra que naquela época, os cineastas estavam muito mais interessados na história no que no sangue.

 

E Comunhão segue isso quase ao pé da letra, visto que temos aqui pouquíssimas cenas de morte – apenas três personagens morrem – e mais momentos de mistério e investigação policial. Aliás, isso é o que mais temos aqui, visto que os incidentes têm inicio após – não é spoiler! – o assassinato da personagem de Brooke Shields na primeira comunhão, uma cena muito pesada.

 

Durante boa parte do filme, somos brindados com cenas da policia investigando o homicídio, interrogando os parentes da menina, fazendo testes de poligrafo na irmã mais velha, etc... Além disso, temos também os demais personagens envolvidos no mistério, entre eles, a Sra. Tredoni, a mulher que cuida dos afazeres da igreja; e o Sr. Alphonso, o desprezível senhorio do prédio onde Alice mora com a família. Os demais eventos se resumem à policia investigando a personagem, e o pai desconfiado da sobrinha, principalmente após outro incidente.

 

Além dos momentos de investigação, o filme é cheio de momentos tensos e pesados, muitos deles envolvendo a família de Alice; a começar pelo fato de que o pai e a mãe são divorciados e se reencontram durante o funeral de Karen, e o clima é carregado de tensão, principalmente sexual, visto que os dois ainda se amam. Juntamente com isso, temos também a complicada relação entre a mãe e a tia de Alice. A tia Annie é uma mulher tipicamente autoritária, que não respeita nem mesmo o momento de luto da irmã e da sobrinha. As cenas dessa personagem são as mais pesadas, tudo graças ao roteiro e a interpretação afiados da atriz.

 

O Sr. Alphonso também é um personagem com momentos tensos, principalmente graças às suas atitudes em relação aos outros personagens; em determinada cena, ele tenta assediar Alice quando a menina lhe entrega o cheque, por exemplo. Uma cena verdadeiramente grotesca que não seria reproduzida hoje em dia...

 

E além dele, temos também a Sra. Tredoni, que cuida dos padres da igreja. Desde sua primeira aparição, fica claro que ela tem algum problema, principalmente com o Padre Tom... Não posso entrar em mais detalhes para não dar spoilers, mas, fica claro que ela é aquele tipo de personagem que usa a fé para justificar seus atos, não importa quão terríveis eles sejam.

 

E para fechar, temos a protagonista, Alice. Assim como os demais, desde sua primeira cena, é possível perceber que há algo errado na menina, principalmente nas cenas em que ela interage com os pais e com a irmã mais nova. A principio, ela aparenta ter ciúmes da irmã, mas conforme o filme avança, a coisa fica mais séria. Ela é, sem duvida, uma das melhores crianças perversas do cinema.

 

E claro, como todo Slasher, temos também a figura memorável do assassino. Aqui, temos um assassino que se veste com uma capa de chuva amarela e usa uma máscara de boneca translucida. E desde o começo, as suspeitas sobre sua identidade caem sobre Alice, visto que a menina tem as mesmas roupas, mas, durante o segundo assassinato, as suspeitas mudam – por motivos de spoiler, não vou revelar o porquê. É um dos melhores assassinos do gênero, e assusta sem o menor esforço.

 

Antes de encerrar, Comunhão é basicamente um filme de terror cristão, visto que a figura dos padres, das freiras e a igreja são presenças recorrentes no longa, o que lhe dá um aspecto até mais pesado, porque é difícil imaginar um Slasher ambientado nesse contexto, além de contribuir para algumas das críticas sociais apresentadas no filme.

 

Foi lançado em DVD no Brasil pela Versátil Home Vídeo na coleção Slashers – Vol.4, em versão restaurada sem cortes, após anos fora de catálogo.

 

Enfim, Comunhão é um filme perturbador. Uma trama cheia de mistério e violência, onde nada é o que parece. Um filme que consegue arrepiar sem fazer esforço para isso, com suspense bem construído e um final chocante. Uma trama perturbadora em todos os sentidos. Um dos primeiros exemplares do gênero Slasher e um dos melhores.


Créditos: Versátil Home Vídeo

 

quarta-feira, 7 de setembro de 2022

SEXTA-FEIRA 13 – PARTE 5 – UM NOVO COMEÇO (1985). Dir.: Danny Steinman.

 

NOTA: 3



Não há dúvidas que a franquia Sexta-Feira 13 é uma das maiores do Slasher; tudo graças à presença de seu vilão, o assassino Jason Voorhees. Desde o seu lançamento, o primeiro filme tornou-se um sucesso de bilheteria, o que inspirou o estúdio a realizar uma série de sequências.

 

Pois bem, eis que chegamos à SEXTA-FEIRA 13 – PARTE 5 – UM NOVO COMEÇO, lançado em 1985, e o mais controverso da franquia.

 

Por que controverso? Porque – ALERTA DE SPOILER! – este é o filme da franquia que não tem o vilão Jason! Mais detalhes sobre isso adiante.

 

Mas o maior problema não é esse. O problema é que o filme é bem fraco mesmo, graças, principalmente, aos personagens.

 

Aqui, nós temos os piores personagens da franquia, sem exceção. Nenhum dos personagens é carismático e simpatizante. São todos muito ruins, e os atores também não ajudam.

 

O resto do filme até que é bem filmado, principalmente as cenas de assassinato, que, assim como o primeiro, contam com takes em plano detalhe das mãos do assassino. O diretor Steinman faz um trabalho esforçado para conseguir criar um bom filme com bons momentos de suspense, mas, infelizmente, não temos cenas tão tensas assim, em comparação com os filmes anteriores.

 

A sensação que temos aqui é que os produtores e roteiristas não sabiam exatamente para onde ir após o final do filme anterior, e também não sabiam como aproveitar o personagem Tommy Jarvis, aqui mais velho. O personagem é muito chato, inexpressivo, e não faz absolutamente nada para o andamento da trama.

 

Mas o problema não é esse somente. O maior problema é o roteiro, principalmente quando foca nessa questão se Tommy está mesmo vendo Jason ou não; ou até, se ele é o responsável, ou não, pelos assassinatos no local. É um grande potencial desperdiçado.

 

Além do potencial desperdiçado, temos aqui os mesmos personagens genéricos da franquia: o casal que transa, a final-girl, os jovens desajustados, etc. Mas o pior fica para a mãe e o filho rednecks, que são os personagens mais desprezíveis e nojentos da franquia. Sério, eles são horríveis.

 

O melhor do filme são mesmo as cenas de assassinato. Assim como no primeiro filme, aqui somos brindados com takes em plano detalhe das mãos e pernas do assassino enquanto ele mata as vítimas. A melhor delas é cena da árvore, que chega até a dar aflição.

 

Mas vamos falar do potencial desperdiçado. Conforme mencionado acima, Tommy é um sujeito atormentado por visões do vilão, o que está causando problemas psicológicos. O mais frustrante, é que ele está sempre por perto depois que alguém morre, o que levanta suspeitas se ele é o responsável ou não. O pior fica para a última cena, que poderia gerar novas possibilidades para a franquia.

 

No entanto, a questão mais polemica é que aqui não temos o vilão Jason. ALERTA DE SPOILER! Conforme revelado no final do filme, o assassino é um motorista de ambulância que viu seu filho ser esquartejado por um dos jovens do local, e usou a lenda de Jason para criar pânico na região. Uma ideia capenga, mas que poderia ser muito melhor se Tommy fosse o responsável pelas mortes, por exemplo, o que faria muito sentido.

 

Nem preciso dizer que tal ideia não deu certo e o estúdio resolveu trazer o assassino de volta no filme seguinte.

 

Sexta-Feira 13 – Parte 5 foi lançado em 22/mar/1985 e não conseguiu obter um bom resultado de bilheteria.

 

A franquia foi lançada em VHS e DVD no Brasil ao longo dos anos, mas atualmente está fora de catálogo.

 

Enfim, Sexta-Feira 13 – Parte 5 é um filme fraco, com um grande potencial que infelizmente foi desperdiçado. Os personagens também não funcionam, principalmente o protagonista. As cenas de morte são a melhor coisa do filme e o salvam de ser um completo desastre. Um dos mais fracos da franquia.




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O MASSACRE DA SERRA ELÉTRICA – O RETORNO (1995). Dir.: Kim Henkel.

  NOTA: 1 Lembram-se do que eu disse no começo da resenha de A Hora do Pesadelo 6 , sobre filmes ruins? Para quem não se lembra, eu disse qu...