sábado, 21 de novembro de 2020

HÄXAN, A FEITIÇARIA ATRAVÉS DOS TEMPOS (1922). Dir.: Benjamin Christensen.

 

NOTA: 10



Filmes sobre a Caça às Bruxas não são fáceis de assistir, e o principal motivo são as cenas de tortura e execução. Pois bem, não sei qual o primeiro filme a retratar esse período vergonhoso da historia da Humanidade, mas, sem dúvida, HÄXAN, A FEITIÇARIA ATRAVÉS DOS TEMPOS (1922) é um dos melhores e mais assustadores, mesmo quase cem anos após seu lançamento.

 

Não se engane. Mesmo depois de tanto tempo, o filme continua relevante e atual, e principalmente, muito assustador. Häxan é um filme profano até a medula, com suas imagens perturbadoras e chocantes, até para os padrões atuais.

 

O diretor Benjamin Christensen teve como base o polêmico O Martelo das Feiticeiras (Malleus Maleficarum), o mais famoso livro sobre Caça às Bruxas da História, publicado no século XV, que se tornou uma espécie de guia para a Inquisição durante a época. Pois bem, segundo informações, o diretor mostrou interesse em fazer um filme sobre o livro, ainda em 1919, e pelos dois anos seguintes, estudou o tema a fundo. A pós-produção levou um ano para ser concluída, enquanto a fotografia principal levou cerca de oito meses. Como resultado, o filme tornou-se o longa europeu mais caro do cinema mudo.

 

Como mostrado já nos letreiros de abertura, o filme é divido em sete capítulos. No primeiro capitulo, somos apresentados a uma espécie de documentário, mostrando a representação do Demônio e das bruxas durante a Idade Média, usando como imagens, as clássicas ilustrações da época. Nos capítulos seguintes, o filme apresenta uma espécie de recriação da época medieval, como se fosse uma espécie de antologia. O mais pesado fica para os capítulos 4 até o capitulo 6, onde o diretor relata como foi a época da Inqusição, mostrando sem pudores o julgamento e tortura de uma velha senhora, acusada de bruxaria. E no ultimo capitulo, o filme nos leva até a Era Moderna, no caso, o começo da década de 20, onde o avanço da Ciência tenta nos dar uma explicação racional para o que na Idade Média era considerado como manifestações do Demônio, como por exemplo, doenças mentais e deformidades.

 

Do começo ao fim, Häxan é uma obra importante para os fãs de cinema. No quesito técnico, apresenta grandes cenas com efeitos especiais, como por exemplo, projeções, animação stop-motion e maquiagem. São cenas muito boas, e até hoje não deixam de ser impressionantes, pelo menos para mim. Difícil destacar uma cena especifica, porque são todas muito bem feitas, principalmente a maquiagem das criaturas, mais detalhes adiante.

 

Além de fazer uso de efeitos especiais dignos de nota, o diretor também não mostra pudor ao retratar a realidade, principalmente nas cenas históricas. Não espere pessoas com maquiagem para simular a sujeira e a velhice; não, aqui é tudo mostrado na cara dura: imperfeições, dentes faltando, sujeira, tudo que tem direito. E além disso, o diretor também faz questão de mostrar até mesmo cenas de nudez, mesmo que maneira quase imperceptível, e também, sacrifícios humanos e rituais satânicos com realismo impressionante.

 

Como mencionado acima, a maquiagem é um dos destaques. Os demônios e as criaturas são retratados de maneira quase que realista, principalmente o próprio Satã, interpretado pelo próprio diretor. Não me lembro de ter visto uma caracterização tão profana quanto a mostrada aqui, nem mesmo em outros filmes que falam sobre o assunto. A maquiagem é tão perfeita que faz pensar que aquelas criaturas são reais, o que aumenta o grau de realismo.

 

E a melhor sequência do filme, sem dúvida, é a sequência da Missa Negra dentro da floresta. Tem de tudo: profanação, sacrifícios, nudez, adoração à Satã... Tudo feito de uma maneira impressionante, que, novamente, beira ao realismo. É de fato uma sequência perturbadora e quase desconfortável, principalmente por conta das imagens de profanação e adoração à Satã, mas também não deixa de ser impactante e digna de nota, por conta da maneira como foi dirigida e montada. Uma sequência arrepiante e digna de pesadelos.

 

Foi lançado em DVD no Brasil pela Obras-Primas do Cinema, em versão restaurada, com três opções de áudio e muitos extras. Lá fora, recebeu uma nova restauração em 4k em Blu-Ray pela Criterion; anteriormente, foi lançado em DVD no Brasil pela Magnus Opus; e além disso, como está em domínio publico, pode ser encontrado no YouTube sem dificuldades.

 

Enfim, Häxan, A Feitiçaria Através dos Tempos é um filme excelente. Uma obra verdadeiramente assustadora, com imagens e cenas dignas de pesadelos. Um filme muito bem feito, e que até hoje, impressiona, por conta de seus efeitos especiais e cenas antológicas. O diretor Benjamin Christensen faz um relato histórico detalhado e impressionante da época medieval, passando pela Inquisição, e mostrando, sem pudor, cenas de tortura, violência, nudez e profanação. Sem dúvida, uma obra profana até a medula, mas não menos impressionante e atual. Um dos filmes de terror mais assustadores de todos os tempos. Perturbador. Arrepiante. Macabro. Excelente. Altamente recomendado.

 


Créditos: Obras-Primas do Cinema



Agradecimentos:

Canal Boca do Inferno.com.br


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terça-feira, 10 de novembro de 2020

A NOITE DOS ARREPIOS (1986). Dir.: Fred Dekker.

 

NOTA: 9.5



Não é novidade nenhuma que os anos 80 foram a década mais prolifera do terror, com inúmeras produções baratas, muitas de gosto duvidoso, mas muito divertidas. A NOITE DOS ARREPIOS (1986), do diretor Fred Dekker, é uma delas.

 

Devo confessar que sempre tive uma impressão errada a respeito desse filme; achava que se tratava de uma comedia adolescente de humor negro, com zumbis no meio; e muito disso se deve a um dos pôsteres, que mostrava um zumbi vestido de smoking em frente a uma janela, segurando um buque de flores.

 

Bem, eis que tive a oportunidade de assistir ao filme. Eu não podia estar mais errado! A Noite dos Arrepios é um filme super legal, do tipo que faz falta hoje em dia. É um filme B? Sim! A história é absurda? Com certeza! Tem atores canastrões e atuações exageradas? Pode apostar! Mas tudo isso faz parte do charme do longa. É sério, desde a primeira vez que vi esse filme, eu adorei. É tanta besteira e canastrice jogadas na tela, mas são besteiras e canastrices divertidas, daquelas que arrancam sorrisos e risos propositais.

 

Sem contar que o roteiro é uma bela homenagem ao cinema Classe B dos anos 50, e também ao próprio gênero terror. São tantas referencias apresentadas que não soam forçadas, e são fáceis de aceitar; e cada uma é melhor que a anterior. Nomes de cineastas do gênero como David Cronenberg, John Landis, Tobe Hooper, Sam Raimi e John Carpenter são citados no longa, no caso, os personagens foram batizados assim; além, é claro, do nome da universidade: Corman University! Não é genial? Não seria demais se essa universidade existisse de verdade? E temos também uma ponta do saudoso Dick Miller no papel do faz-tudo Walter Paisley.

 

Além das citações a cineastas, temos também citações a filmes do gênero, como por exemplo, o clássico de Ed Wood, Plano 9 do Espaço Sideral (1959), mencionado logo no começo do filme. Aliás, o começo do filme merece uma citação. Todo rodado em preto e branco, com ambientação nos anos 50, ficou perfeito. Parece mesmo que estamos assistindo a um filme B de ficção cientifica daquela época. Muito bom.

 

A Noite dos Arrepios é um filme de zumbi, com tudo que tem direito. Só que existe algo a mais. É um filme de zumbi com pitadas de ficção cientifica, uma vez que a ameaça é desencadeada por um experimento alienígena que cai na Terra. O prologo ambientado dentro da nave extraterreste também é muito legal. Tem até legenda para os diálogos dos ETs. E o melhor é que parece não ter relação nenhuma com o título do longa; por exemplo: “O que uma nave extraterrestre tem a ver com arrepios?”, ou então, “É um filme de invasão alienígena? Então por que tem esse título?”. Com certeza, qualquer pessoa que vá assistir ao filme pela primeira vez vai fazer essa pergunta.

 

Além de ser um dos melhores filmes de zumbis dos anos 80, é também um dos maiores representantes do Terrir, que tomou conta do gênero na época. O filme é propositalmente uma comedia de humor negro. Tem tudo que faz parte: situações absurdas, diálogos estúpidos e personagens idiotas. A dupla de protagonistas, Chris e JC, é um exemplo. Os dois são completos losers, que vivem tentando azarar as garotas, mas não conseguem, principalmente Chris. Quando se apaixona pela mocinha, ele é tão medroso, que JC precisa ir falar com ela. Situação corriqueira e familiar. Outros personagens como os membros da fraternidade, o faxineiro, o cientista, os policiais incompetentes, as garotas da fraternidade e uma garota CDF completam o elenco de personagens imbecis e caricatos. Um prato cheio.

 

No entanto, nenhum deles é melhor do que o detetive Cameron. Interpretado pelo sempre canastrão Tom Atkins, outra figura carimbada do cinema de terror, o policial é o dono do filme. Ele tem as melhores tiradas, os melhores diálogos, as melhores cenas e a melhor fala do longa. Impossível esquecer: “Eu tenho boas e más notícias, garotas! A boa notícia é que seus namorados chegaram. A má notícia é que eles estão mortos”. É genial! É a frase que resume o filme inteiro. E como todo personagem de comédia, ele também seu próprio bordão: o também clássico “Thrill me!”, “Manda ver!”. Não sei quantas vezes ele diz a frase, mas não fica chato; pelo contrário, a gente até espera por ela! Hilário. Fora a caracterização do personagem. Sempre de sobretudo, com a gravata desfeita, e arma na mão; além disso, é um fracassado de marca maior, traumatizado por um trauma do passado. E a fama do personagem é tanta que a NECA lançou uma action-figure do personagem com uma espingarda e uma lata de cerveja. Item de colecionador.

 

Essa também é outra sacada do filme. Tem umas três histórias diferentes dentro do roteiro. A primeira é sobre alienígenas; a segunda é sobre zumbis; e a terceira é sobre um maníaco foragido. E o melhor é que todas se encaixam. Sem dúvida, o roteiro é muito bem amarrado e não deixa nada de fora, até os detalhes que aparecem no começo são retomados depois. Novamente, é o tipo de coisa que faz falta hoje em dia.

 

E claro, não dá pra não mencionar os zumbis. Como todo filme de terror dos anos 80, foram utilizados efeitos práticos para dar vida aos mortos-vivos; e tais efeitos são espetaculares. Tem de tudo: maquiagem, animatrônicos e marionetes. Os zumbis são excelentes, com o clássico andar arrastado e expressão neutra. No entanto, o melhor de todos é um cujo rosto foi rasgado e apenas a caveira ficou a mostra. Muito bom. Existe até um gato zumbi!

 

Para finalizar, A Noite dos Arrepios possui um enorme apelo cult nos Estados Unidos. É um dos filmes de zumbi mais lembrados pelos fãs do gênero por lá. Aqui no Brasil, permanecia inédito por anos – não sei se chegou a passar na televisão – até que foi lançado em DVD pela Versátil Home Vídeo, na coleção Zumbis no Cinema, em versão restaurada, na Versão do Diretor, com o final original.


Enfim, A Noite dos Arrepios é um filme super legal. Um festival de bobagens e sustos, combinados de maneira perfeita, do jeito que somente cineastas criativos sabiam fazer. Um filme com apelo saudosista absoluto, e que fica melhor a cada revisão. O tipo de filme que podemos assistir embarcando na piada, e continuamos rindo até o final. Um roteiro bem amarrado e uma direção experiente, aliados a atuações canastronas e efeitos especiais de primeira, foram uma combinação perfeita. Um exemplo de filme que faz falta atualmente. Genial. Engraçado. Assustador. Exagerado. Excelente. Altamente recomendado. 


Créditos: Versátil Home Vídeo



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segunda-feira, 2 de novembro de 2020

NOSFERATU (1922). Dir.: F.W. Murnau.

 

NOTA: 10



Desde que sua publicação, no final do século XIX, Drácula, do autor Bram Stoker, tornou-se um sucesso. Na virada do século XX, a obra passou a ser adaptada para o cinema, por vários cineastas, ao longo dos anos. Foram mais de 200 adaptações, entre elas, clássicos absolutos, produções medianas, produções trash e grandes bombas. A primeira adaptação surgiu em 1920, em um filme húngaro chamado A Morte de Drácula. Infelizmente, não sabemos quase nada a respeito desse filme, porque ele foi perdido. Então, eis que, em 1922, surgiu aquela que é considerada a primeira adaptação oficial do livro de Bram Stoker: NOSFERATU, dirigido por F.W. Murnau. 

 

Nosferatu é um Clássico do Cinema, não apenas do cinema de horror. É um dos filmes mais assustadores de todos os tempos, e até hoje, mantém o seu poder de causar calafrios no espectador. Lançado no auge do Expressionismo Alemão, o filme é um dos maiores representantes do movimento; o maior ainda é O Gabinete do Dr. Caligari, lançado dois anos antes. O Expressionismo Alemão foi um estilo de cinema que surgiu nos anos 20, cuja maior caraterística eram as imagens distorcidas, geralmente de personagens e cenários, graças ao uso de recursos cinematográficos e maquiagem. Além do filme de Murnau e de Caligari, o movimento teve outros grandes exemplares, como Metrópolis (1927), de Fritz Lang, considerado um marco no cinema de ficção cientifica.

 

Mas não é apenas seu papel no movimento que faz de Nosferatu uma obra atemporal. Ele também foi o responsável pela introdução do cinema de terror gótico, apresentando algumas das características que se tornariam marcas no gênero, como por exemplo, portas que se abrem sozinhas, o castelo no alto da colina, a própria ambientação, com teias de aranha, e cortinas esvoaçantes. Tudo o que conhecemos do terror, pode-se dizer que surgiu com o filme de Murnau, apesar de eu não ter 100% de certeza a respeito disso.

 

Bom, o fato é que o filme é, sim, muito assustador. Desde o momento em que o Conde Orlok, interpreto por Max Schreck, surge, já sentimos um calafrio na espinha, principalmente por causa de sua aparência – mais sobre isso adiante. E o terror não para. Vale lembrar que o filme foi lançado numa época em que o cinema de terror era mais artístico, com toques belos, que conseguiam assustar, muito diferente do que vemos atualmente. Nosferatu é um exemplo. Não há dúvida que o filme é belíssimo. A fotografia é um dos principais fatores, e deu ao filme um ar de mistério e fantasia, que passou a ser copiado por diversos cineastas nas décadas seguintes.

 

A direção de Murnau é excelente. O diretor conseguiu criar cenas belíssimas com os recursos que tinha à disposição, e, praticamente com uma única câmera, devido a questões de orçamento. Graças a isso, o filme é repleto de cenas memoráveis, desde o começo, quando Hutter e sua esposa se abraçam apaixonadamente, passando pelas cenas no castelo, a cena na praia, e a famosa cena das sombras de Orlok nas escadas.

 

E o medo está presente, principalmente após a chegada do vampiro a Wisborg. Não sabemos o que ele vai fazer, mas ficamos apreensivos, e não conseguimos tirar os olhos da tela. Tudo isso acompanhado às cenas da esposa de Hutter angustiada, esperando que o marido volte para casa. E a coisa fica ainda pior, uma vez que a chegada do vampiro é acompanhada pela chegada da Peste, o que obriga dos cidadãos a ficarem trancados em casa. Ou seja, não há escapatória. O vampiro é imbatível e está disposto a dizimar a população da cidade. Uma coisa realmente assustadora.

 

Além da fotografia, o filme também foi inovador pelo fato de ser o primeiro filme rodado em locação. O filme teve locações na Alemanha, principalmente na cidade de Wismar, além de locações em Lauenburg, Rostock e em Sylt. Outras locações foram nos próprios Montes Cárpatos, principalmente no Castelo de Orava, e também em Tatras Altos, na fronteira entre a Eslováquia e a Polônia. De todas essas locações, a mais impressionante é o Castelo de Orava, que serviu de cenário para o castelo do conde. Realmente, o lugar dá a impressão de ser um castelo assombrado, com suas janelas enormes e portas que se abrem sozinhas. Espetacular. 

 

Porém, o melhor fica para o Conde Orlok. Sua caracterização é absolutamente aterrorizante: o vampiro é alto, magro, veste-se todo de preto, careca, com orelhas e unhas pontudas e dentes frontais afiados. É uma figura digna de pesadelos. Segundo informações, Orlok é o mais próximo da ideia original que Bram Stoker tinha de Drácula; ao contrário do conde charmoso e aristocrático, ele seria repulsivo e nada atraente. Como ainda não li o livro, não posso dizer se tal afirmação está correta, mas concordo com ela.

 

Provavelmente, Nosferatu é conhecido também por sua história de bastidores problemática. O que aconteceu foi que os realizadores, e principalmente o estúdio, a Prana-Films, não consultaram a família de Stoker para comprar os direitos de adaptação, talvez porque não sabiam, ou então, não se preocuparam. O fato é que a viúva do autor ficou furiosa com todos os envolvidos, e mesmo com as alterações nos nomes dos personagens, ela ordenou que as copias do filme fossem destruídas. Felizmente, antes disso, algumas copias conseguiram ser levadas para fora da Alemanha, o que possibilitou a exibição do filme fora do país. Ainda bem, porque senão, o filme entraria para a lista de filmes perdidos, o que seria uma lástima, porque, queira ou não, o filme é um registro histórico. Hoje em dia, é considerado um dos filmes mais importantes da Alemanha, e um marco do Expressionismo Alemão, e o filme mais famoso de Murnau.

 

Outra história de bastidores, aliás, uma lenda de bastidores, é a de o ator Max Schreck era, de fato, um vampiro. Não sei de onde tal boato surgiu, mas talvez tenha relação com seu sobrenome, que em alemão significa “Medo” ou “Terror”. Seja como for, o fato é que esse boato ficou conhecido por muito tempo. Outra história de bastidores que surgiu é a de o produtor, Albin Grau, estava envolvido com ocultismo, e, inclusive, existe a historia de que símbolos ocultistas estejam presentes na carta que Knock recebe do Conde; e outra história de bastidores, envolve o provável envolvimento da produtora Prana-Films com o Nazismo, e inclusive, o próprio filme foi considerado como parte da propaganda antissemita. Se todos são verdade, talvez nunca saibamos.

 

Mesmo quase 100 anos desde seu lançamento, o filme se mantem muito forte, tendo influenciado uma série de outros filmes do gênero, e também diversos cineastas, como por exemplo, o diretor Tim Burton, fã declarado do Expressionismo Alemão, que homenageou o movimento, e o filme em Batman, o Retorno, com o vilão Max Schreck, interpretado por Christopher Walken.

 

Em 1979, ganhou um excelente remake dirigido por Werner Herzog, e estrelado por Klaus Kinski, Isabelle Adjani e Bruno Ganz.

 

Teve seus bastidores retratados no excelente A Sombra do Vampiro (2000), dirigido por E. Elias Merhige, e estrelado por John Malkovich, no papel de Murnau, Willem Dafoe, no papel de Schreck, e Udo Kier, como o produtor Albin Grau. Apesar de focar nos bastidores da produção, o filme é uma obra de ficção, principalmente porque faz uso da lenda de que Schreck era um vampiro de verdade. Mesmo assim, é altamente recomendado.

 

Foi lançado em DVD por aqui pela Versátil Home Vídeo, primeiro na coleção Vampiros no Cinema, e depois na caixa Nosferatu – Edição Definitiva Limitada, juntamente com o excelente remake de 1979.


Enfim, Nosferatu é um Clássico do Cinema. Um filme verdadeiramente assustador, que ainda mantém seu impacto, quase 100 anos após seu lançamento. Uma história arrepiante, repleta de características que se tornariam parte do cinema de terror gótico, e que consegue assustar e provocar calafrios sem o menor esforço. A direção de F.W. Munrau torna o filme ainda mais belo e impressionante, com luzes e sombras distorcidas. A atuação de Max Schreck é o grande ponto do filme, e o ator dá vida a um personagem arrepiante, diabólico e repulsivo. A primeira adaptação registrada do clássico de Bram Stoker. Um marco do Expressionismo Alemão, e um dos Filmes Mais Assustadores da História. Obrigatório para fãs de cinema. Altamente recomendado. 



Créditos: Versátil Home Vídeo 


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