NOTA: 9
Não há duvidas que Amityville é uma das maiores –
talvez a maior – franquia de terror do cinema. Ao todo, foram mais de dez
filmes, entre as “continuações oficiais” e produções da Asylium. No entanto, a
franquia tem apenas quatro filmes,
lançados entre 1979 e 2017. Eu pessoalmente não considero os filmes que vieram
depois de 1983, porque são todos horríveis e não tem nada a ver com a franquia
original; o único que retomou a franquia foi Amityville – O Despertar, que traz a casa de volta.
Mas não vou falar sobre eles. Vou falar sobre o
segundo filme da trilogia original, AMITYVILLE
II – A POSSESSÃO, lançado em 1982 e produzido por Dino de Laurentiis.
Esse foi meu primeiro contato oficial com a franquia,
porque foi o primeiro filme que assisti, numa edição lastimável de banca que
vinha junto com o terceiro filme. Eu aluguei muitas vezes na locadora, antes de
comprar quando estavam vendendo. E devo dizer que foi uma das experiências mais
assustadoras da minha vida, não porque o filme é ruim, mas porque ele é muito
assustador.
O filme tem tantas cenas assustadoras que é difícil
dizer qual é a mais. Eu pessoalmente tenho muito medo da cena em que a entidade
percorre a casa à noite, fazendo barulhos sinistros. Eu já assisti várias
vezes, mas quando chega nessa cena, eu sinto arrepios na espinha. E devo citar
também o confronto entre o Padre Adamsky e o garoto possuído.
O que torna essas cenas ainda mais assustadoras, além
da direção, é a ausência de trilha sonora. Eu já comentei algumas vezes que é
um fator determinante para criar um momento de tensão em um filme de terror, e
aqui, isso é aproveitado com habilidade.
Apesar de ter sido lançado três anos depois do
primeiro filme, Amityville II é
considerado uma prequel, porque conta para nós o que aconteceu na casa antes
dos Lutz se mudarem para lá. De fato, existem certos elementos que constatam
tal afirmação, principalmente a questão da possessão demoníaca e os
assassinatos numa noite de chuva. No entanto, há uma cena no início do filme
onde as janelas da casa estão seladas com pregos, algo que acontece no primeiro
filme. Eu honestamente não sei como interpretar isso, porque aconteceu
anteriormente, então... Fica a critério de cada um. Dizem também que o walkman
do filho mais velho é outro ponto contra a constatação de que é uma prequel,
então... Novamente, é difícil chegar a
uma conclusão.
No entanto, o que podemos dizer com certeza a
respeito de Amityville II, é que se
trata de um filme sobre possessão demoníaca, pegando carona no sucesso do
Clássico Absoluto O Exorcista (1973),
ainda que tardiamente. É sério, eu acho que é o último filme que tentou entrar
na onda do filme de William Friedkin, mas devo dizer que é um dos melhores. As
cenas de possessão são realmente muito boas, graças à maquiagem,
principalmente. Eu devo dizer que quando vi tais cenas pela primeira vez,
principalmente a cena dos assassinatos, eu fiquei com muito medo, porque a
maquiagem é muito boa, com tudo que tem direito, até mesmo voz alterada. É tudo
muito bem feito.
Outro ponto que quero destacar são as atuações. Alguns
atores até que entregam boas performances, mas, também existem momentos em que
as atuações são sofríveis, principalmente na cena dos assassinatos.
Agora, além da questão da possessão demoníaca,
existem questões um tanto quanto controversas, todas envolvendo a família. O pai
é alcoólatra e dominador; a mãe é submissa e existe um clima de incesto entre
os irmãos mais velhos. Além da família, devo destacar também o padre. Sinceramente,
eu não o considero um padre honesto, sem pensamentos pecaminosos; pelo
contrário, é evidente a atração sexual que ele sente pela filha mais velha, e
isso fica claro na cena de exorcismo. Não sei se aqueles que assistiram ao
filme tiveram a mesma impressão que eu, mas vou deixa-la aqui.
Antes de encerrar, devo mencionar também a trilha
sonora, novamente composta por Lalo Schifrin. Sinceramente, eu prefiro muito
mais a trilha sonora deste filme; é mais assustadora do que a do filme anterior
– na verdade, há uma certa diferença entre as duas, até mesmo o uso do coro
infantil – e isso fica mais evidente em cenas especificas, principalmente no
final do filme, quando há o uso de instrumentos de corda.
E como sempre, temos excelentes tomadas da casa,
principalmente de suas famosas janelas, dignas de arrepios, a marca registrada
da trilogia.
Foi lançado em VHS e DVD – em edição de banca – no Brasil,
mas estava fora de catálogo até que foi relançado em DVD pela Obras-Primas do Cinema
no box Trilogia Terror em Amityville,
em versão remasterizada.
Enfim, Amityville II – A Possessão é um filme assustador, com uma atmosfera de pesadelo que provoca arrepios no espectador. Um clima de medo enche o longa desde o começo e deixa o espectador apavorado. As cenas de possessão são muito boas e assustadoras, principalmente a cena de exorcismo, e a trilha sonora provoca arrepios sem o menor esforço. Um filme excelente.
Créditos: Obras-Primas do Cinema |
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