NOTA: 8.5
Em 1975, Steven Spielberg lançou Tubarão, que rapidamente, tornou-se o primeiro blockbuster da
historia, arrecadando mais de US$ 100 milhões em bilheteria. O sucesso do filme
inspirou a Universal a produzir uma sequência, lançada quatro anos depois, que
também foi bem-sucedida. E quatro anos depois, o estúdio lançou uma nova
sequência.
Podem me julgar, mas eu adoro TUBARÃO 3! Para mim, é o meu favorito da franquia Tubarão,
porque foi o filme que eu mais vi quando era criança.
Talvez o motivo seja porque eu não me assustei tanto
com ele como me assustei com o primeiro filme, até porque, este aqui tem um
clima diferente. Ao contrario dos anteriores, que se passam em Amity Island,
aqui a ação é transferida para a Flórida, para um parque aquático, uma espécie
de Sea World.
Além disso, ao meu ver, o filme não tinha tantas
cenas assustadoras assim, e o tubarão-fêmea não metia tanto medo assim também.
Bom, então, como puderam ver, eu gosto desse filme e
me divirto toda vez que o vejo, principalmente com as cenas envolvendo o
tubarão-fêmea, mais detalhes sobre isso adiante.
Conforme mencionado acima, Tubarão 3 estava em desenvolvimento pela Universal, inclusive, por
Richard D. Zanuck e David Brown, os produtores dos dois primeiros filmes.
Segundo Brown, a ideia original era fazer uma parodia do gênero, mais focada na
comédia; eles tinham inclusive um título – Jaws
3 X People 0 - ; um roteiro – escrito por John Hughes, que pode ser
encontrado na internet – e um diretor em mente – o diretor Joe Dante, que fez Piranha em 1978.
No entanto, as ideias de ambos foram descartadas e o
filme foi mandado para o Limbo. Coube então ao roteirista Carl Gottlieb – que
escreveu os dois primeiros – a tarefa de reescrever o filme, com ajuda do
mestre Richard Matheson – autor de Eu
Sou a Lenda. Entretanto, conforme mencionou em uma entrevista, Matheson
declarou que suas ideias para o filme não foram aproveitadas, mas seu nome foi
mantido. Por qual motivo, jamais saberemos...
O fato é que aqui temos um filme completamente
diferente do que havia sido apresentado na franquia – tanto que existem teorias
que dizem que o filme nem deveria ter se chamado Tubarão 3, por causa do distanciamento do Clássico de Spielberg.
Se isso é verdade ou não, não sei. O que eu sei é que
este é um ótimo filme; tem seus problemas, tem, mas nada que impeça a gente de
se divertir com ele, e não leva-lo tão a sério, como muitas pessoas devem
fazer.
Vamos aos problemas. Em certo momento do filme, dois
ladrões entram no parque para roubar corais e vender no mercado ilegal, mas
acabam sendo mortos pelo tubarão. Certo. No entanto, tal evento nunca mais é
mencionado, nem o veículo dos homens é apreendido ou encontrado... Então, não
havia motivo para essa sequência toda estar no filme. Esse problema já foi
apresentado em outros lugares, e eu concordo com quem o considera um furo de
roteiro. Outro problema é o 3D, muito comum na época para filmes de terror que
entravam em sua segunda sequência, conforme mencionei antes. Aqui temos o velho
artificio de jogar coisas na lente, como gotas d´água e pedaços das presas do
monstro. E quando um filme em 3D é convertido para 2D, em lançamentos em mídia
física, o efeito na imagem fica muito estranho... No entanto, na minha opinião,
os piores problemas são os golfinhos – Cindy e Sandy – e algumas cenas entre
Brody e Kay, sua namorada. Os golfinhos se tornam quase onipresentes, chegando
ao ponto de ajudar os protagonistas no final do filme... Além disso, Kay é
muito apegada a eles. Eu entendo isso, mas acho que aqui ficou muito exagerado.
E as cenas entre ela e Mike às vezes ficam muito forçadas também, tanto que
eles não funcionam como casal.
Mas, deixando os problemas de lado, vou me concentrar
no tubarão-fêmea agora. O monstro é a melhor coisa do filme, com seus 10m de
comprimentos e fome por carne humana. Desde o seu surgimento – que demora um
pouco – ela se mostra como uma máquina de matar, que não poupará ninguém que
estiver em seu caminho. O design do animal também é muito legal, não lembrando
nada o design de Bruce e seu colega Scarface. Eu particularmente gosto muito do
tubarão-fêmea, e as cenas dela são as melhores, principalmente o pandemônio que
ela causa no parque diante do público apavorado; o ataque a FitzRoyce também me
agrada muito; e o final quase épico nas instalações do parque. Além da fêmea,
também temos o seu filhote, que desencadeia toda a trama antes do surgimento da
ameaça principal. Ele protagoniza um dos melhores momentos do filme, quando os
personagens decidem leva-lo para o parque para estuda-lo, numa sequência de
mergulho noturno arrepiante.
Mas o melhor fica após que a fêmea aparece, e provoca
pânico e destruição no parque, começando pelos esquiadores diante do público e
terminando nos tuneis. Eu adoro essa sequência, principalmente por causa dos
gritos das pessoas ali presentes, algo que me agrada muito nos filmes – o medo
do público impotente diante de uma situação de terror. A sequência nos tuneis
também é muito legal, novamente com o pânico das pessoas.
Antes de encerrar, deixe-me comentar sobre os
polêmicos efeitos dos tubarões. Eu pessoalmente não vejo nenhum problema com
eles, visto que eram os efeitos comuns da época, principalmente por causa do
orçamento limitado. E os efeitos no final do filme, considerados os piores da
história, também são bem legais, com direito até a stop-motion. Hoje em dia
temos efeitos especiais muito piores, em filmes muito piores.
Tubarão 3 estreou
em 22/jul/1983, e foi bem de bilheteria, arrecadando US$ 88 milhões. Em
compensação, as criticas foram – e continuam sendo – negativas, e o filme
recebeu cinco indicações ao Framboesa de Ouro, incluindo a de Pior Filme. Chegou
a ser lançado em VHS e DVD no Brasil, mas atualmente está fora de catálogo.
Enfim, Tubarão
3 é um filme muito divertido. Uma história de suspense com toques de
claustrofobia, que diverte o espectador, apesar de seus defeitos. Os efeitos especiais do tubarão são a melhor
coisa do filme e rendem cenas muito legais e memoráveis. O meu filme de tubarão
favorito. Muito divertido. Recomendado.
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