sábado, 23 de março de 2024

PAVOR NA CIDADE DOS ZUMBIS (1980). Dir.: Lucio Fulci.

 

NOTA: 9


Entre 1980 e 1981, o diretor Lucio Fulci realizou a sua Trilogia do Inferno, em parceria com a atriz Catriona MacColl, que também se tornaram um marco em sua filmografia.

 

PAVOR NA CIDADE DOS ZUMBIS é o primeiro filme dessa trilogia, e o que faltava ser comentado aqui.

 

Já irei começar pelo obvio, e dizer que este é um dos melhores filmes do diretor, que estava dando seus primeiros passos no terror, um ano após o lançamento de Zombie, sua obra-prima.

 

Mais uma vez, Fulci se reuniu com o roteirista Dardano Sacchetti, e juntos escreveram outro filme de zumbis, mas desta vez, os mortos-vivos não são os protagonistas da trama, sendo transformados em coadjuvantes; o foco principal são os eventos sobrenaturais que assolam a cidade de Dunwich, após o suicídio do padre local.

 

Conforme pude averiguar na internet, a Trilogia do Inferno é composta por filmes que possuem apenas um fiapo de trama, e o foco são as maluquices presentes no roteiro. Eu pessoalmente acredito que os filmes têm, sim, uma trama, e que os acontecimentos estão relacionados a ela, e aqui não é diferente.

 

O suicídio do Padre Thomas, apresentado logo no início do filme, é um estopim para os acontecimentos sobrenaturais que começam, e Fulci e Sacchetti brincam com tudo que querem para contar sua história, o que deixa ainda mais divertida a cada revisão, assim como fizeram nos dois filmes posteriores dessa trilogia.

 

O filme marca a primeira parceria entre Fulci e a atriz Catriona MacColl, e ela está muito bem aqui, interpretando a vidente Mary Woodhouse. Sua interpretação não é exagerada, e ela transmite tudo aquilo que o roteiro pede, com naturalidade.

 

O restante do elenco também não faz feio; os atores secundários atuam daquela maneira exagerada que estamos acostumados a ver em filmes italianos, mas nada que prejudique a experiência de assistir ao filme.

 

A direção de Fulci também é muito boa, e o cineasta mostra que tem o domínio do gênero, criando cenas tensas e sequências antológicas, graças às suas técnicas criativas para criar terror, com destaque para o próprio padre, que sempre aparece com uma iluminação vinda de baixo, o que aumenta seu aspecto assustador.

 

Este é um filme de zumbis, e como não poderia deixar de ser, eles não ficam para trás. O visual das criaturas é aquele putrefato que se tornou característica de Fulci, com uma maquiagem carregada. Além do visual marcante, eles também podem se tele transportar e possuem um método bem específico que matar suas vítimas.

 

Falando em cenas antológicas, devo destacar a cena do carro, onde uma jovem regurgita suas vísceras, após avistar o padre. É uma cena que demora o tempo certo para acontecer, e começa de uma maneira bem simples, com a personagem vertendo lágrimas de sangue, até chegar ao ápice.

 

E além das cenas, temos também a trilha memorável de Fabio Trizzi, um dos colaboradores de Fulci.

 

Foi lançado em DVD no Brasil pela Versátil Home Vídeo na coleção Zumbis no Cinema Vol.2, que conta com um making of como extra.

 

Enfim, Pavor na Cidade dos Zumbis é um filme arrepiante. Uma história fascinante, com ar de pesadelo, repleta de momentos indigestos, com muito sangue e escatologia. Um filme de zumbis putrefatos, com excelentes efeitos de maquiagem e gore. A direção de Lucio Fulci é segura, combinada a um roteiro bem escrito, e uma trilha sonora assustadora. Um belo exemplar do cinema de zumbi italiano, e uma grande obra do Padrinho do Gore, Lucio Fulci.


Créditos: Versátil Home Vídeo.


segunda-feira, 18 de março de 2024

AS LÁGRIMAS DE JENNIFER (1972). Dir: Giuliano Carnimeo.

 

NOTA: 8.5


Eu sou fã dos Gialli, principalmente dos exemplares tradicionais do gênero, com o assassino trajado com sobretudo e luvas.

 

AS LÁGRIMAS DE JENNIFER, lançado em 1972, com direção de Giuliano Carnimeo, é um desses exemplares, e um dos meus favoritos.

 

O filme é muito bem feito, com uma direção inspirada e um roteiro bem escrito, aliado a um elenco de peso, que atua muito bem.

 

Quando o longa foi lançado, no inicio dos anos 70, o gênero estava em seu auge, com diversos exemplares clássicos, desde os mais tradicionais, até as variações criativas, e este aqui pegou carona no movimento e acertou na mosca.

 

Primeiramente, Jennifer foi escrito por Ernesto Gastaldi, um dos grandes nomes do cinema popular italiano de gênero, e o roteirista acerta em cheio em sua narrativa, apostando no clima de suspense, com diversos suspeitos e cenas de morte criativas. Além disso, Gastaldi aposta principalmente no personagem Andrea, interpretado por George Hilton, como principal suspeito, visto que ele conhece o prédio onde os crimes aconteceram e tem aversão ao sangue, o que, segundo os policiais do filme, pode ser um motivo para torna-lo um assassino.

 

Aliado a esse roteiro, temos uma direção afiada de Carnimeo, que também aposta no clima de suspense, mas faz uso de ângulos e lentes criativas para contar sua história, ao mesmo tempo em que se mostra um ótimo diretor de atores, visto que nenhum membro do elenco está atuando de maneira exagerada ou caricata.

 

Conforme mencionei acima, o filme é um exemplar clássico do gênero, então, temos um assassino clássico também, com sua roupa e máscara pretas, além de uma máscara da mesma cor para esconder sua identidade, e uma faca característica. No entanto, apesar do figurino, aqui não temos um psicopata com luvas de couro pretas, pelo contrário; o criminoso utiliza luvas marrons de borracha, semelhantes àquelas luvas de cirurgião. Eu pessoalmente não vejo nenhum problema, porque, como eu mesmo já disse, sou um adepto do Giallo Tradicional, com o assassino de luvas, então, qualquer par de luvas é bem-vindo.

 

Além disso, temos outras características clássicas do gênero: a misoginia, a forte sexualidade, e a polícia ineficiente. Esta é a melhor coisa do filme, a polícia ineficiente, formada por um comissário viciado em selos e seu parceiro tapado. O parceiro tapado é o melhor personagem do filme, porque é exatamente isso que ele é. O personagem não é muito eficiente no seu trabalho e faz sempre cara de bobo. Eu me divirto com esses dois. E claro, não são eles quem resolvem o crime.

 

O filme foi produzido por Luciano Martino, irmão do diretor Sergio Martino, outro especialista no gênero. Provavelmente o maior fator que comprova que o filme foi produzido pelo irmão Martino, é a presença dos atores Edwige Fenech e George Hilton, que formavam grandes casais em diversos filmes do gênero. E aqui, eles não fazem feio, aparentemente repetindo os mesmos papéis que interpretaram em outros filmes. Hilton é sedutor e Edwige é sensual; e como de costume, os dois ficam juntos no decorrer da narrativa.

 

No entanto, apesar do roteiro afiado no suspense, existe um problema na narrativa. Em determinados momentos, Jennifer – personagem de Edwige – é assediada pelo ex-marido stalker, que está disposto a tudo para não perdê-la. Até aí, tudo bem, mas, eles fazem parte de um grupo que pratica o amor livre, e, do meu ponto de vista, a ideia desse grupo atrapalha o desenvolvimento da trama, visto que o mesmo grupo não tem muita relevância.

 

Mas, deixando esse problema de lado, Jennifer é um ótimo exemplar do Giallo, e um dos meus favoritos.

 

Foi lançado em DVD no Brasil pela Versátil Home Vídeo, na coleção Giallo Vol.7, com áudio italiano, que conta com um depoimento de George Hilton como extra.

 

Enfim, As Lágrimas de Jennifer é um filme muito bom. Um Giallo clássico, com todos os elementos, contado de maneira ímpar, a partir de um roteiro afiado, aliado a uma direção criativa e um elenco de peso. Um filme que apresenta todos os elementos presentes no gênero, além de subverter alguns deles. Um filme que fica melhor e mais divertido a cada revisão. Um dos meus exemplares favoritos do gênero. 


Créditos: Versátil Home Vídeo.


sábado, 9 de março de 2024

MORGIANA (1972). Dir.: Juraj Herz.

 

NOTA: 8.5


O diretor Juraj Herz foi um dos cineastas mais criativos de todos os tempos, e seus filmes possuíam um toque experimental e assustador.

 

MORGIANA é outro filme do cineasta, e um dos mais assustadores que já vi, e motivos para isso não faltam.

 

Desde a primeira vez em que o assisti, fui tomado por uma sensação de pavor, misturada com desconforto e fascínio, tudo isso graças, principalmente, à sequência dos créditos iniciais, que é banhada com uma trilha sonora arrepiante, combinada a imagens desconcertantes. Eu confesso que toda vez que penso em assistir ao filme, eu fico com receio por causa dessa sequência inicial, mas logo tal sensação passa, e sou capaz de apreciar o longa, ainda que tenha que enfrentar certos momentos arrepiantes.

 

Além de ser um dos mais assustadores que já vi, o filme é também um dos mais impressionantes, graças às técnicas de direção de Herz, que faz uso de métodos criativos e bizarros para contar sua história, como por exemplo, o uso de lentes grande-angulares e distorção de cores.

 

Mas não é apenas a técnica de direção que deixa o filme belo; a direção de arte e o figurino também contribuem para isso, e nos fazem entrar naquele mundo gótico europeu do século XIX. Sempre que assisto ao filme, eu presto atenção a esses detalhes, porque eles me deixam ainda mais imerso na experiência.

 

Agora que já mencionei a qualidade técnica, deixe-me falar sobre seu elenco, com destaque para a atriz Iva Janzurová, que interpreta as gêmeas Klara e Viktoria. A atriz está excelente em seus papéis, e confesso que é difícil não imaginar se são duas mulheres diferentes dando vida àquelas personagens, visto o grau de diferença de atuação. Iva se transforma nas personagens de modo impressionante, e nós sentimos simpatia pelas duas irmãs, apesar de sabermos que Viktoria é perversa.

 

Sobre as irmãs, digo o seguinte. O filme é a clássica história do gêmeo bom e do gêmeo mal, e fica fácil saber qual das irmãs é a boa, e qual é a má. Viktoria é a gêmea má, e isso fica evidente logo em sua primeira cena. A personagem é excelente, sempre vestida de preto, com sua maquiagem e rosto pálido como papel. Klara é a gêmea boa, sempre vestida com roupas coloridas, com ar de ingenuidade e bondade presentes em sua personalidade.

 

Ainda sobre Viktoria, ela é a encarnação da maldade, praticando atos ruins apenas porque é malvada, prejudicando a todos ao seu redor e se mostrando gananciosa e disposta a tomar a parte da herança que Klara recebeu do pai. Ela é uma das melhores vilãs que já vi em um filme.

 

Klara, por outro lado, é doce e sensível, e acredita na bondade das pessoas. Por isso, quando ela é envenenada, nós sentimos pena dela, pois sabemos o que aconteceu e o motivo pelo qual aconteceu; o mesmo acontece quando ela passa a sofrer os efeitos do veneno, sendo acometida por visões terríveis e disformes. O maior problema disso tudo, é que ela é obrigada a ficar sob os cuidados de uma freira assustadora e severa.

 

A trilha sonora também é um ponto positivo para o filme. É difícil classificá-la com precisão, mas digo que é uma verdadeira trilha sonora de filme de terror, que provoca arrepios no espectador; pelo menos para mim é assim sempre que assisto ao filme.

 

O filme também é cheio de momentos arrepiantes, escuros e desconcertantes, e é difícil dizer qual é o mais arrepiante. O que todos têm em comum, é que todos são protagonizados por Viktoria, o que aumentam seus graus de maldade.

 

Segundo o diretor Herz, o filme foi encarado por ele como um exercício para ele não perder suas habilidades de direção, visto que foi proibido de exercer a profissão por motivos políticos.

 

Foi lançado em DVD no Brasil pela Versátil Home Vídeo, na coleção Obras-Primas do Terror 14, dedicado ao terror europeu, com um depoimento do cineasta como extra.

 

Enfim, Morgiana é um filme muito bom. Um filme de terror com imagens e cenas arrepiantes, que prendem a atenção do espectador, e podem causar pesadelos sem o menor esforço. A atriz Iva Janzurová é o grande destaque, com sua atuação magistral, no papel das gêmeas Klara e Viktoria. Um filme verdadeiramente assustador, e um dos melhores filmes de terror do cinema europeu.


Créditos: Versátil Home Vídeo.


quinta-feira, 7 de março de 2024

TUBARÃO 4 – A VINGANÇA (1987). Dir.: Joseph Sargent.

 

NOTA: 5.5


Todos nós temos as nossas contas e boletos para pagar.

 

Acredito que essa é a melhor forma de definir TUBARÃO 4 – A VINGANÇA, lançado em 1987, com direção de Joseph Sargent, que contou com a participação do ator Michael Caine no elenco.

 

O filme é considerado um dos piores do mundo e também é o responsável pelo sepultamento da série, porque foi um fracasso de bilheteria.

 

Eu pessoalmente não o considero o pior filme do mundo, mas admito que o mesmo tem seus problemas.

 

A começar pela trama sem sentido de vingança, porque não fica claro quem está se vingando de quem; se é o tubarão que se vingando da família Brody; ou se é Ellen quem está vingando do tubarão... Isso nunca fica claro em momento nenhum do filme, e poderia ser mais explorado. Isso acontece na novelização do longa, que dá uma explicação ainda mais absurda para a trama de vingança.

 

O outro principal problema é a ausência dos envolvidos na série desde o primeiro filme, o que contribuiu para deixá-lo ainda mais deslocado. Não sei o motivo que levou os realizadores optarem por novos caminhos, mas o fato é que graças a isso, o filme meio que se torna um reboot, visto que ignora os eventos do filme anterior.

 

Essa ideia de reboot fica evidente na idade dos personagens, porque Sean é muito mais novo do que no filme anterior; o mesmo vale para seu irmão Michael. Além disso, a trama começa em Amity, novamente filmada em Martha’s Vineyard, e não faz nenhuma menção ao parque aquático e o emprego e a namorada de Michael. E temos aqui o retorno de Ellen, agora viúva, que acredita que o tubarão que matou Sean é descendente do tubarão que foi morto por Brody, e que está perseguindo sua família.

 

Após essa introdução em Amity, a trama se muda para as Bahamas, onde Michael vive com sua nova família. A ambientação é muito boa, e as locações são convidativas, com o sol e o calor sempre presentes, fazendo um contraste com o inverno em Amity.

 

A direção de Joseph Sargent até que é competente, e o diretor conseguiu arrancar boas performances do seu elenco; a única exceção é quando Lorraine Gary está triste pela morte do filho, e a atuação dela passa um pouco do limite, principalmente na cena da balsa.

 

Sem dúvida, o grande destaque do filme é a presença de Michael Caine, como o piloto Hougie, o interesse amoroso de Ellen. Impossível assistir a esse filme e não pensar que o ator tinha algumas contas para pagar e aceitou o papel por causa do dinheiro. O próprio ator admite que não se lembra do filme, mas se lembra da casa que comprou com o dinheiro que ganhou. Na época, ele havia sido indicado ao Oscar® de Melhor Ator Coadjuvante por Hannah e Suas Irmãs, levou o prêmio, e não pôde receber porque estava filmando este filme.

 

Outro grande problema do filme são os efeitos especiais. O tubarão não é convincente e é absolutamente inexpressivo. É até triste assistir ao Clássico de Spielberg e depois este, e ver como os efeitos decaíram fortemente. A única sequência boa na minha opinião, é quando o peixe persegue Michael dentro do navio e o filho de Ellen escapa utilizando o tanque de oxigênio de maneira inteligente. E as cenas de ataque são muito mal editadas e não fazem muito sentido.

 

Enfim, Tubarão 4 – A Vingança é um filme regular. Um filme com uma trama absurda, mas que é compensada pelo elenco carismático e uma direção competente. Os efeitos especiais não convencem e é possível perceber o quanto eles caíram em relação ao primeiro filme. Um encerramento sem inspiração para a série.



 

sexta-feira, 1 de março de 2024

UM DRINK NO INFERNO (1996). Dir.: Robert Rodriguez.

 

NOTA: 9.5


O primeiro filme de terror a gente nunca esquece, não é verdade? E quanto ao segundo?

 

Qual foi o segundo filme de terror que vocês assistiram? O meu foi UM DRINK NO INFERNO, um misto de ação, terror e crime, comandado pela dupla Quentin Tarantino e Robert Rodriguez.

 

Infelizmente, serei obrigado a dar spoilers aqui nessa resenha, senão, a mesma ficaria incompreensível.

 

Recado dado, vamos lá.

 

Para quem já conhece, o filme é dividido em duas partes bem diferentes.

 

Na primeira, acompanhamos uma trama de crime digna dos filmes de Tarantino, com os irmãos, Seth e Richard Gecko, dois criminosos que espalham o terror pelo país e sequestram uma família, com o objetivo de fugir para o México. Na segunda parte, acompanhamos os personagens em um bar de strip-tease que se revela um antro de vampiros sugadores de sangue.

 

Passada essa introdução, vamos falar sobre o filme como um todo.

 

A começar pela direção de Robert Rodriguez, que é muito boa, e o diretor consegue conduzir as duas partes da trama com maestria, e ambas acertam em cheio.

 

A primeira parte, conforme mencionada acima, lembra muito os filmes de ação do diretor Tarantino, com a temática de sequestro e assalto a lojas e bancos, com ângulos de câmera e diálogos que poderiam ter saído diretamente de um filme de Tarantino, assim como as cenas violência.

 

Já a segunda parte, se transforma em um filme completamente diferente, com um ar de trasheira, com cenas de mortes exageradas e sangrentas ao extremo, com o sangue jorrando sem parar logo após a introdução dos vampiros, e os personagens lutando contra as criaturas com tudo que encontram no local, como tacos de bilhar e as pernas das mesas.

 

E o roteiro de Tarantino é muito bom em combinar essas duas partes, e faz tudo com maestria. Na primeira metade, tudo acontece aos poucos, com a dupla de irmãos se organizando para fugir do país, enquanto mantêm uma mulher como refém, mas as coisas não acabam bem, e os dois são obrigados a sequestrar uma família para ajudá-los a fugir.  No entanto, quando chegamos na segunda metade, o terror surge com tudo, com direito a corpos decepados e sangue jorrando com gosto; mas, após o massacre inicial, o roteiro novamente aposta no slow-burn, até desencadear para novos momentos de terror.

 

Os efeitos especiais foram criados pela KNB Effects Group, de Robert Kurtzman, Greg Nicotero, e Howard Berger, e eles não economizaram. Aqui tem de tudo, de membros falsos, passando por bonecos animatrônicos, e fantasias de monstros. Esqueça os vampiros clássicos. Aqui, temos vampiros monstruosos, com rostos deformados, e presas afiadas. Difícil dizer qual é o melhor, porque todos são muito bem feitos, e, convencem muito até hoje, assim como os efeitos de sangue.

 

Deixe-me falar um pouco mais sobre os vampiros. Além do visual monstruoso, eles são inspirados nos vampiros clássicos, e seguem algumas regras, como, por exemplo, são derrotados pela luz do sol; estacas de madeira no coração e cruzes também funcionam; e se transformam em morcegos. No entanto, o que os torna diferentes, é que eles podem ingerir outras bebidas, conforme mostrado quando somos apresentados ao bar Twittie-Twister – não vou usar a tradução aqui, para não criar polêmicas.

 

No início da resenha, eu mencionei que este foi o meu segundo filme de terror, porque eu o assisti quando era criança com a minha mãe. Até assisti-lo novamente, anos depois, eu me lembrava de algumas cenas, e sempre que o revejo, e as cenas aparecem, sinto um quentinho no coração. Por isso, este filme tem um lugar especial na minha vida.

 

Enfim, Um Drink no Inferno é um filme excelente. Um filme de ação e terror, contado com maestria pela dupla Quentin Tarantino e Robert Rodriguez, com um roteiro bem afiado e direção inspirada. Os efeitos especiais são o grande destaque, com tudo que tem direito, e a KNB cria vampiros verdadeiramente assustadores. Altamente recomendado.



LISA E O DIABO (1973). Dir.: Mario Bava.

  NOTA: 10 LISA E O DIABO é um filme belíssimo.   Uma história de horror, fantasia e mistério contada com a maestria do Maestro Mario Ba...