sexta-feira, 1 de março de 2024

UM DRINK NO INFERNO (1996). Dir.: Robert Rodriguez.

 

NOTA: 9.5


O primeiro filme de terror a gente nunca esquece, não é verdade? E quanto ao segundo?

 

Qual foi o segundo filme de terror que vocês assistiram? O meu foi UM DRINK NO INFERNO, um misto de ação, terror e crime, comandado pela dupla Quentin Tarantino e Robert Rodriguez.

 

Infelizmente, serei obrigado a dar spoilers aqui nessa resenha, senão, a mesma ficaria incompreensível.

 

Recado dado, vamos lá.

 

Para quem já conhece, o filme é dividido em duas partes bem diferentes.

 

Na primeira, acompanhamos uma trama de crime digna dos filmes de Tarantino, com os irmãos, Seth e Richard Gecko, dois criminosos que espalham o terror pelo país e sequestram uma família, com o objetivo de fugir para o México. Na segunda parte, acompanhamos os personagens em um bar de strip-tease que se revela um antro de vampiros sugadores de sangue.

 

Passada essa introdução, vamos falar sobre o filme como um todo.

 

A começar pela direção de Robert Rodriguez, que é muito boa, e o diretor consegue conduzir as duas partes da trama com maestria, e ambas acertam em cheio.

 

A primeira parte, conforme mencionada acima, lembra muito os filmes de ação do diretor Tarantino, com a temática de sequestro e assalto a lojas e bancos, com ângulos de câmera e diálogos que poderiam ter saído diretamente de um filme de Tarantino, assim como as cenas violência.

 

Já a segunda parte, se transforma em um filme completamente diferente, com um ar de trasheira, com cenas de mortes exageradas e sangrentas ao extremo, com o sangue jorrando sem parar logo após a introdução dos vampiros, e os personagens lutando contra as criaturas com tudo que encontram no local, como tacos de bilhar e as pernas das mesas.

 

E o roteiro de Tarantino é muito bom em combinar essas duas partes, e faz tudo com maestria. Na primeira metade, tudo acontece aos poucos, com a dupla de irmãos se organizando para fugir do país, enquanto mantêm uma mulher como refém, mas as coisas não acabam bem, e os dois são obrigados a sequestrar uma família para ajudá-los a fugir.  No entanto, quando chegamos na segunda metade, o terror surge com tudo, com direito a corpos decepados e sangue jorrando com gosto; mas, após o massacre inicial, o roteiro novamente aposta no slow-burn, até desencadear para novos momentos de terror.

 

Os efeitos especiais foram criados pela KNB Effects Group, de Robert Kurtzman, Greg Nicotero, e Howard Berger, e eles não economizaram. Aqui tem de tudo, de membros falsos, passando por bonecos animatrônicos, e fantasias de monstros. Esqueça os vampiros clássicos. Aqui, temos vampiros monstruosos, com rostos deformados, e presas afiadas. Difícil dizer qual é o melhor, porque todos são muito bem feitos, e, convencem muito até hoje, assim como os efeitos de sangue.

 

Deixe-me falar um pouco mais sobre os vampiros. Além do visual monstruoso, eles são inspirados nos vampiros clássicos, e seguem algumas regras, como, por exemplo, são derrotados pela luz do sol; estacas de madeira no coração e cruzes também funcionam; e se transformam em morcegos. No entanto, o que os torna diferentes, é que eles podem ingerir outras bebidas, conforme mostrado quando somos apresentados ao bar Twittie-Twister – não vou usar a tradução aqui, para não criar polêmicas.

 

No início da resenha, eu mencionei que este foi o meu segundo filme de terror, porque eu o assisti quando era criança com a minha mãe. Até assisti-lo novamente, anos depois, eu me lembrava de algumas cenas, e sempre que o revejo, e as cenas aparecem, sinto um quentinho no coração. Por isso, este filme tem um lugar especial na minha vida.

 

Enfim, Um Drink no Inferno é um filme excelente. Um filme de ação e terror, contado com maestria pela dupla Quentin Tarantino e Robert Rodriguez, com um roteiro bem afiado e direção inspirada. Os efeitos especiais são o grande destaque, com tudo que tem direito, e a KNB cria vampiros verdadeiramente assustadores. Altamente recomendado.



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