NOTA: 8.5
PAGUE PARA
ENTRAR, REZE PARA SAIR é um interessante exemplar do gênero slasher.
Lançado em 1981, e dirigido por Tobe Hooper, é um dos
filmes considerados menores do cineasta, mas, não deixa de ser um dos melhores.
Além de ser um dos melhores filmes do diretor, é
também um exemplar curioso do gênero Slasher, visto que apresenta as características
que estavam presentes no gênero naquela época.
Este é um dos filmes mais criativos dirigidos por Hooper,
graças às técnicas empregadas pelo cineasta, principalmente no que diz respeito
à câmera do diretor, que realiza movimentos incríveis.
O roteiro apresenta uma trama bem simples, de parque
de diversões maldito, onde um assassino se esconde. A protagonista Amy e seus
amigos decidem passar a noite nesse mesmo parque, e acabam testemunhando um
assassinato, e precisam fugir do assassino.
Parece ser uma trama bem simples, não? Na verdade,
até é, mas existe uma diferença aqui. Ao invés de um assassino convencional,
temos um assassino literalmente monstruoso, com um rosto deformado, que mata
suas vítimas com requintes de crueldade.
É uma trama simples, não é? Sim, é bem simples. As diferenças
são a ambientação – que foge do padrão tradicional dos Slashers – e o próprio assassino.
Os personagens são os típicos de um filme Slasher, com seus estereótipos característicos,
como o valentão, o figura cômica e a garota virginal.
No entanto, há uma diferença aqui. Amy, a
protagonista, até se encaixa no perfil da garota virginal – a final girl –, mas,
em determinados momentos, ela é vista fumando maconha, e se pegando com o
namorado. Mas, apesar dessas diferenças, Amy ainda se encaixa no perfil característico
da final girl, também presente no subgênero.
Conforme mencionado acima, um dos fatores que diferem
este de outros Slashers, é a ambientação, no caso, um parque de diversões itinerante.
Eu digo isso, porque, no gênero, era comum os filmes se passarem em
fraternidades ou em acampamentos, então, ao meu ver, a mudança de ares, é um
dos pontos positivos do filme.
O parque é aquele típico parque de diversões que
percorre o país, com seus brinquedos característicos, e personagens estranhos. Mas
não se engane; o design de produção é muito bem feito, considerando que o filme
foi rodado em locações e em estúdios na Flórida. O lugar é muito bem iluminado,
e tem as atrações clássicas, como o show de mágica, a roda-gigante, a
montanha-russa, e o show de aberrações, além de outras atrações.
No entanto, nenhuma das atrações supera o
trem-fantasma, que entra na tal Funhouse do título original. O local é repleto
de atrações fantasmagóricas e arrepiantes, como um show de bonecos animados,
além de aranhas gigantes e esqueletos que saem do chão. Eu nunca estive em um
desses, mas, se estivesse, não sei qual seria a minha reação.
A câmera de Hooper também é um ponto positivo. O diretor
faz uso de planos criativos, colocando-a em lugares específicos para contar sua
história. Uma das tomadas mais impressionantes, sem dúvida, é a grua, que
acontece quando o parque está prestes a fechar. A câmera começa acompanhando o
irmão mais novo da protagonista, e depois, vai subindo, até chegar a um grande
plano geral do parque; a própria grua é mais alta que a roda-gigante. Tal sequência
meio que se repete no final do filme.
Antes de encerrar, deixe-me falar sobre o assassino e
as cenas de morte. Como todo exemplar do gênero Slasher, é viável que o filme
tenha boas cenas de morte, certo? Mas não é esse o caso aqui. As cenas de morte
são bem reduzidas, e quase não temos o gore, que se espera de um filme desse gênero.
Já o assassino é outro detalhe. Ao contrário dos assassinos de costume, temos
aqui um ser literalmente monstruoso, com rosto deformado e atitudes
animalescas.
Mas digo que ele é a melhor coisa do filme. O design
do monstro foi criado pelo mestre da maquiagem, Rick Baker, o que já é um
grande ponto positivo para ele. Mesmo com as limitações, Hooper faz uso de
truques criativos para escondê-las, deixando o assassino sempre nas sombras, e
poucos closes. É um assassino animalesco, e um dos melhores do gênero.
Foi lançado em DVD no Brasil pela Obras-Primas do Cinema,
na coleção Sessão de Terror Anos 80 Vol.3.
Enfim, Pague para Entrar, Reze para Sair, é um filme muito bom. Uma história assustadora com toques de Slasher. A temática de parque de diversão assombrado, combinado a uma direção criativa, fazem deste um dos melhores filmes do diretor Tobe Hooper. O vilão também é um destaque, graças aos efeitos especiais do mestre Rick Baker. Um dos Filmes Mais Assustadores de Todos os Tempos. Recomendado.
Créditos: Obras-Primas do Cinema. |
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