segunda-feira, 27 de junho de 2022

A HORA DO PESADELO 6 – PESADELO FINAL – A MORTE DE FREDDY (1991). Dir.: Rachel Talalay.

 

NOTA: 3



Antes de começar, vamos deixar uma coisa clara. Filmes ruins não são analisados aqui, a não ser que façam parte de uma franquia, e essa franquia deve estar disponível completa no Brasil. No entanto, podem ocorrer exceções. Vamos lá.

 

Em 1984, quando lançou A Hora do Pesadelo, Wes Craven não sabia o quão importante seu filme seria para o gênero, e o quão popular o seu vilão, o assassino Freddy Krueger, se tornaria ao longo dos anos. O sucesso do primeiro filme motivou os donos da New Line a transformar o filme em uma franquia.

 

A HORA DO PESADELO 6 – PESADELO FINAL – A MORTE DE FREDDY, lançado em 1991 e dirigido por Rachel Talalay, veterana na franquia, é a quinta continuação, e infelizmente, não é melhor delas.

 

A culpa, devo dizer, não é da direção, porque a diretora – estreando após anos na produção da franquia – tenta e consegue apresentar planos bem legais. O elenco também se esforça, principalmente o elenco jovem – com exceção do falso protagonista; até o astro Robert Englund tenta tirar leite de pedra, mas não está nos seus melhores dias, o que é uma pena, porque ele se tornou a cara da franquia... E o visual do vilão não é dos melhores aqui...

 

A culpa é do roteiro, escrito por Michael De Luca – que três anos depois, assinaria o roteiro do excelente À Beira da Loucura, de John Carpenter... – que tenta apresentar uma trama nova, contando para nós que Freddy tinha um filho perdido, coisa nunca explorada na franquia, além de tentar explicar a origem dos demônios dos sonhos. Infelizmente, nada disso funciona.

 

Fora a ideia de que a cidade de Springwood se tornou um lugar fantasma, onde somente os adultos vivem, imersos no medo de Freddy. Desculpe, mas nada disso lembra a Springwood do Clássico de Wes Craven. Para colaborar, os personagens adultos também são péssimos, com atuações exageradas, beirando à caricatura...

 

Pelo menos aqui, ainda temos a questão dos pais que não se importam com os problemas dos filhos, algo comum na franquia. O pior caso é o da garota que é abusada pelo padrasto.

 

No entanto, os maiores problemas desse filme são o humor negro e a explicação para a origem de Freddy.

 

Vamos começar pelo humor negro. Ao contrário dos filmes anteriores, aqui temos um Freddy 100% palhaço, que não faz mais uso da ameaça e dos métodos criativos para matar as vítimas. Chega a ser constrangedor ver um dos maiores vilões do cinema fazer papel de palhaço o tempo todo, literalmente. Fora que aqui, ele não é tão indestrutível quanto nos filmes anteriores, visto que literalmente apanha de um taco de beisebol até perder a consciência.

 

O outro problema é a explicação para a origem. Para começar, eu acho que não havia a menor necessidade de contar a origem do vilão em flashbacks, visto que na franquia inteira, nós ouvimos sobre quem era Freddy, quem eram suas vítimas e como ele morreu. Mas aqui, eles resolveram ir mais além, e inventaram uma infância abusiva, que culminou num casamento fracassado, onde o vilão matou a esposa na frente da filha... Desculpem, mas não funcionou.

 

E claro, temos também a bendita filha perdida do vilão, outro arco no roteiro que não faz o menor sentido, visto que o filme faz suspense sobre a identidade da mesma, fazendo o péssimo falso protagonista acreditar que ele mesmo era o filho perdido... Freddy não precisava passar por isso.

 

E claro, conforme mencionei acima, o design do vilão não é dos melhores aqui. Parece que a equipe de maquiagem e caracterização já estava de saco cheio de criar os efeitos e resolveram fazer tudo do jeito que deu e entregaram assim. Uma lástima, considerando que o personagem esteve nas mãos de grandes mestres da maquiagem no passado.

 

Antes de encerrar, devo destacar a patética derrota do vilão, rogada a efeitos em 3D, usados para simular o mundo dos sonhos e a mitologia dos demônios dos sonhos. Mais uma vez, tal artimanha foi simplesmente jogada no roteiro sem a menor explicação. Se tivessem utilizado isso nas outras continuações, talvez ficasse melhor, mas aqui não funciona. E no final, Freddy é derrotado do modo mais idiota possível, diferente dos modos criativos dos filmes anteriores, com uma banana de dinamite e uma frase de efeito! E os efeitos em 3D não servem para absolutamente nada.

 

Pelo menos, o filme tem uma trilha sonora bacana – principalmente nos créditos de abertura e finais – e uma ponta de Johnny Depp, numa cena bizarra, mas que surpreende por causa de presença do ator.

 

A franquia foi lançada em VHS, DVD e Blu-ray no Brasil ao longo dos anos, mas atualmente, está fora de catálogo.

 

Enfim, A Hora do Pesadelo 6 – Pesadelo Final – A Morte de Freddy é o mais fraco da franquia. Um filme com um roteiro que tenta explicar algumas coisas sobre o vilão e sobre a própria franquia, mas que infelizmente, falha nesse sentido. O vilão Freddy está em sua pior forma aqui, tanto na caracterização quanto nas ações, abusando do humor negro e perdendo o tom de ameaça dos filmes anteriores, principalmente do Clássico de Wes Craven. A direção de Rachel Talalay pelo menos faz uso de planos elaborados, mas é só isso. Um filme fraco e uma triste pré-conclusão para a franquia. 



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terça-feira, 21 de junho de 2022

RE-ANIMATOR – A HORA DOS MORTOS-VIVOS (1985). Dir.: Stuart Gordon.

 

NOTA: 9.5



Na década de 20, H.P. Lovecraft escreveu Herbert West Reanimator, um de seus trabalhos mais sangrentos, influenciado pelo clássico Frankenstein, de Mary Shelley. O texto é um dos melhores trabalhos do autor, além de ser um de seus mais conhecidos.

 

Em 1985, o diretor Stuart Gordon, em parceria com o produtor Brian Yuzna, e o roteirista Dennis Paoli, lançou RE-ANIMATOR – A HORA DOS MORTOS-VIVOS, adaptação do conto, e com certeza, a melhor adaptação de uma obra do autor para o cinema.

 

Re-Animator é um festival de sangue, repleto de cenas memoráveis e momentos absurdos, além de ser um dos melhores filmes de zumbi de todos os tempos.

 

A primeira coisa que chama a atenção é o fato do filme ser ambientado na era contemporânea – no caso, os anos 80 – porque, se fosse uma adaptação literal, ambientada nos anos 20, não teria um bom resultado, porque naquela época, o terror gótico já não estava mais em voga no cinema. Conforme mencionei na resenha de A Guerra dos Mundos (1953), eu gosto desse tipo de adaptação, porque o filme se passa em uma realidade alternativa, onde o material-base não existe.

 

Além disso, temos aqui um dos filmes mais sangrentos de todos os tempos, com cenas dignas de provocar náuseas no espectador; e temos também o elemento sexual, que não existe em nenhuma obra do autor, culminando na cena mais famosa e bizarra do filme.

 

O filme foi dirigido por Stuart Gordon, em sua estreia no cinema, após anos de trabalho no teatro, e posso dizer que ele fez um excelente trabalho. O diretor conseguiu tirar ótimas performances de seu elenco, principalmente do trio principal, composto por estreantes. Além disso, mostrou-se também competente nas cenas de horror, conseguindo criar algumas das melhores do gênero, mesmo sabendo de suas limitações orçamentárias.

 

Esse, aliás, é o grande charme do filme. Re-Animator é claramente um Filme B de baixo orçamento, mas do tipo de possui um charme atemporal, conforme era comum na época. Com isso, somos brindados com cenas absurdas, como por exemplo, a cena do gato que volta dos mortos.



Mas, claro, o grande destaque são os efeitos especiais. Temos aqui um dos melhores efeitos especiais de um filme de zumbi, com tudo que temos direito. Temos cabeças decepadas, membros arrancados, efeitos de queimaduras, etc. E claro, o sangue. Logo na primeira cena, temos uma ideia do que vem pela frente, visto que Gordon já apresenta uma sequência sangrenta e escatológica. A partir daí, o filme não dá descanso. No entanto, apesar dos efeitos especiais, o filme teve cortes quando passou na televisão brasileira, o que deve ter prejudicado o entendimento de quem assistiu na época.  


Além dos efeitos especiais, temos também o elenco, com destaque para Jeffrey Combs e David Gale, que interpretam o Dr. Herbert West e o Dr. Carl Hill, respectivamente. Os dois dão um show de atuação e fica difícil saber qual deles está melhor no papel. No entanto, não é difícil saber quem é o verdadeiro vilão da trama. Os atores Barbara Crampton e Bruce Abbott também não fazem feio nos papeis do casal protagonista. Após esse filme, a atriz se tornaria uma das maiores screen-queens do cinema de horror moderno. 

 

E claro, temos também a questão do sexo, algo que não aparece em nenhum texto do autor. No momento mais memorável, temos a atriz Barbara Crampton protagonizando uma sequência de nudez enquanto é atormentada – para dizer o mínimo – pela cabeça decapada do Dr. Hill, num festival antológico de sangue e sexo.

 

Re-Animator foi lançado em 18/out/1985 e não foi um sucesso de bilheteria, mas ganhou status de cult no mercado de home vídeo. Atualmente, é considerado um dos melhores filmes de terror dos anos 80 e uma das melhores adaptações da obra de Lovecraft.

 

Em 1986, o diretor Gordon lançou a adaptação de Do Além, novamente estrelada por Jeffrey Combs e Barbara Crampton. Em 1989, Re-Animator ganhou uma sequência, A Noiva de Re-Animator, novamente com Jefffrey Combs, Bruce Abbott e David Gale no elenco, mas desta vez, dirigido por Brian Yuzna.

 

Foi lançado em DVD no Brasil pela Versátil Home Vídeo na coleção Lovecraft no Cinema em versão restaurada em 4k, após anos fora de catálogo.

 

Enfim, Re-Animator – A Hora dos Mortos-Vivos é um filme brilhante. Uma historia de sangue e sexo, com os dois elementos muito bem combinados. Um filme que não dá folego ao espectador desde o começo, e consegue prender a atenção, e fica melhor a cada revisão. Uma historia assustadoramente simples, mas cheia de momentos antológicos e violentos, que a deixam ainda mais perturbadora e divertida. Atuações excelentes e direção correta e roteiro redondo contribuem para o excelente desempenho do filme. Os efeitos especiais sangrentos e escatológicos roubam a cena. Um dos Filmes Mais Assustadores de Todos os Tempos. Um dos melhores filmes de terror dos anos 80. Uma excelente adaptação de H.P. Lovecraft. 


Créditos: Versátil Home Vídeo


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sábado, 11 de junho de 2022

A HORA DO PESADELO 5 – O MAIOR HORROR DE FREDDY (1989). Dir.: Stephen Hopkins.

 

NOTA: 8



Em 1984, quando lançou A Hora do Pesadelo, Wes Craven não sabia o quão importante seu filme seria para o gênero, e o quão popular o seu vilão, o assassino Freddy Krueger, se tornaria ao longo dos anos. O sucesso do primeiro filme motivou os donos da New Line a transformar o filme em uma franquia.

 

Um ano após O Mestre dos Sonhos, a distribuidora lançou A HORA DO PESADELO 5 – O MAIOR HORROR DE FREDDY, comandado por Stephen Hopkins, marcando o retorno de Alice Johnson, após derrota-lo no filme anterior.

 

Bem, vou ser sincero aqui. Ao contrário do que muitos dizem, eu gosto desse filme, principalmente porque ainda mantém o grau de qualidade da franquia, além de trazer a protagonista Alice de volta, e trazer novas formas criativas para Freddy matar suas vítimas; além, é claro, da expansão da história do maníaco, e a ideia de que desta vez, ele não está matando nos sonhos dos jovens, e sim, nos sonhos do bebê não-nascido de Alice.

 

Segundo a produtora Sara Risher, a ideia original era trazer temas mais pesados, como o aborto, mas, devido a diferenças criativas, a ideia foi alterada e novos roteiristas foram chamados, o que, infelizmente, acabou trazendo problemas para o filme.

 

Mas mesmo assim, eu acho a temática interessante, visto que desta vez, os jovens protagonistas estão perdidos e precisam encontrar uma nova maneira de destruir o vilão, algo que é revelado logo após a sua ressurreição.

 

Sobre essa cena, posso dizer que é uma das mais bizarras da franquia, visto que tudo começa com um bebê deformado e termina em uma versão ainda mais deformada do vilão, que pessoalmente, me incomoda um pouco, mas não tanto a ponto de acabar com a minha experiência toda vez que assisto. Também posso dizer que nessa cena, temos um pouco do Freddy Krueger diabólico do primeiro filme, mas temos também a volta dos toques de humor negro, ainda que reduzidos, em comparação ao filme anterior. No entanto, uma coisa não me agrada nessa cena: o tamanho das garras afiadas do vilão. Mesmo que dure poucos segundos, as garras são mostradas exageradamente grandes, em comparação ao restante da franquia. Felizmente, esse erro é corrigido com o passar do filme.

 

Além do retorno em grande estilo do vilão, temos a volta de Alice e Dan, o casal protagonista do filme anterior. Novamente, esse é um toque que me agrada na franquia, a possibilidade de tornar Krueger, uma entidade universal, que ameaça os pesadelos de todos. E acho que posso dizer, sem medo de errar, que Alice se tornou uma das melhores final-girls da franquia ao lado de Nancy. E aqui, não temos a garota perdida, que não sabe como lidar com a ameaça do assassino dos sonhos; pelo contrário, quando descobre que Freddy está vivo novamente, Alice rapidamente pede ajuda ao seu novo grupo de amigos, pois a essa altura, ela sabe do que o assassino é capaz.

 

E como de costume, temos novamente cenas de morte criativas, uma para cada vítima especifica. A melhor, sem dúvida, é quando – Spoiler! – Dan é fundido à uma moto antes de morrer, transformando-se numa criatura grotesca com efeitos de Body Horror dignos de arrepios. A segunda melhor é a do garoto viciado em quadrinhos, que acaba sendo morto da forma mais criativa possível, mas não sem antes de enfrentar o Super Freddy, uma versão em HQ do vilão, e talvez, uma das figuras mais lembradas do filme.

 

Além das cenas de morte criativas, temos também os pais que não se importam com os filhos, pois não acreditam em seus medos, marca registrada da franquia, que retornaria no filme seguinte. A pior deles é a mãe de Greta, que sonha em transformar a filha em uma Top Model, obrigando-a a passar por situações humilhantes, apenas para satisfazer seus caprichos, conforme mostrado na horrorosa cena do jantar. Os pais de Dan também não ficam atrás, e mostram que não se importam com Alice quando tentam tirar seu filho, a fim de cria-lo como se fosse seu. Horrível.

 

Além dessas duas características, temos também a volta dos cenários e cenas mirabolantes, mergulhados no surrealismo. Sem dúvida, aqui temos algumas das cenas mais surreais da franquia, visto que o diretor optou por gravá-las com o auxílio de lentes distorcidas, principalmente na cena do manicômio, onde vemos o terrível destino de Amanda Krueger. As outras cenas de pesadelo possuem quase o mesmo aspecto, além de serem mergulhadas nas cores pulsantes e luzes fortes. Novamente, um belo exemplo da marca do cineasta escolhido para comandar o filme.

 

Aliás, vale ressaltar que A Hora do Pesadelo 5 foi um filme marcado por problemas nos bastidores, visto que a equipe teve um tempo muito apertado para produzir o filme, além de alterações no roteiro, que era escrito às pressas, principalmente o final, que, na minha opinião, não foi tão satisfatório quando nos filmes anteriores, apesar da boa estratégia apresentada, a presença de Amanda Krueger.

 

Antes de encerrar, quero destacar novamente o vilão Freddy Krueger. Não é novidade nenhuma que ele é a melhor coisa da franquia, e aqui, ele continua afiado. E claro, tudo isso se deve ao astro Robert Englund, que também aparece sem a maquiagem na horrorosa cena do manicômio. A caracterização do personagem continua muito boa, tudo porque trouxeram David Miller de volta, então, pode-se dizer que aqui, temos um visual mais ou menos – mais ou menos!! – próximo ao visual do primeiro filme. Além disso, eles não se esqueceram de apresentar as garras arranhando canos de aço. E a sequência da derrota do vilão também é muito legal, novamente com o vilão se transformando em uma coisa disforme.

 

A Hora do Pesadelo 5 foi lançado em 11/ago/1989, e conseguiu arrecadar ótimos resultados na bilheteria, apesar das críticas negativas. A franquia foi lançada em VHS, DVD e Blu-ray no Brasil ao longo dos anos, mas atualmente, está fora de catálogo.

 

Enfim, A Hora do Pesadelo 5 é um ótimo filme. Um longa que traz de volta os elementos clássicos da franquia, juntamente com a protagonista do filme anterior, além de novos detalhes sobre o passado do vilão. Robert Englund mais uma vez entrega uma ótima performance, e Freddy novamente faz uso de métodos criativos para matar suas vítimas. Um filme muito divertido. 




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sexta-feira, 10 de junho de 2022

POSTAGEM ESPECIAL.

 



Hoje, há 100 anos, nasceu Judy Garland.

 

Ao longo de sua carreira, Judy foi uma das maiores atrizes da Hollywood Clássica, tendo participado de clássicos como O Mágico de Oz, Agora Seremos Felizes, O Ponteiro da Saudade, Desfile de Páscoa, entre muitos outros.

 

Apesar de seus outros trabalhos, até hoje, a atriz é lembrada por sua atuação em O Mágico de Oz, onde protagonizou uma das cenas mais icônicas do cinema: a interpretação da canção “Somewhere Over the Rainbow”, que levou o 1º lugar na lista do AFI.

 

Judy Garland deu vida a personagens inesquecíveis, e sua contribuição para o cinema jamais será esquecida.

 

Feliz aniversário, JUDY GARLAND!


segunda-feira, 6 de junho de 2022

A HORA DO PESADELO 4 – O MESTRE DOS SONHOS (1988). Dir.: Renny Harlin.

 

NOTA: 8.5



Em 1984, quando lançou A Hora do Pesadelo, Wes Craven não sabia o quão importante seu filme seria para o gênero, e o quão popular o seu vilão, o assassino Freddy Krueger, se tornaria ao longo dos anos. O sucesso do primeiro filme motivou os donos da New Line a transformar o filme em uma franquia de sucesso.

 

Em 1988, a New Line lançou A HORA DO PESADELO 4 – O MESTRE DOS SONHOS, terceira continuação da franquia, com direção de Renny Harlin.

 

Aqui, temos outro ótimo filme, com o mesmo clima dos anteriores, que apresenta pela primeira vez o polêmico humor negro do vilão Freddy Krueger.

 

Além do humor negro, temos também o retorno de Kristen e seus amigos do filme anterior, aqui novamente às voltas com Krueger. Mas, conforme sabemos – spoilers! – esse novo filme não é sobre eles, e sim sobre a amiga de Kristen, Alice Johnson, que se torna o novo alvo do vilão.

 

Conforme mencionei na resenha do filme anterior, eu acho esse um grande toque da franquia, pois apresenta para nós a possibilidade de Krueger ser uma entidade universal, que ameaça os sonhos de outras pessoas, e não apenas de Nancy Thompson, protagonista do primeiro filme.

 

Pois bem, aqui temos um novo grupo de adolescentes atormentados pelo vilão, que precisam unir forças para tentar destruí-lo. Além das novas vítimas, temos também os adultos que não se importam com os problemas dos filhos, algo muito comum na franquia.

 

E assim como nos filmes anteriores, temos aqui uma direção criativa, com cenários e cenas exuberantes, fantasiosos, outra coisa muito comum na franquia. O diretor Harlin fez um ótimo trabalho, além de dar um toque único para a franquia.

 

Aliás, esse é outro toque. Cada diretor deu o seu toque único à franquia, mas não perderam a essência da mesma, e o trabalho de Harlin é um dos melhores.

 

O roteiro também não fica atrás, com cenas memoráveis e dignas de nota, como por exemplo, a cena da pizza de almas, a cena da barata e a derrota de Freddy. Cada uma dessas cenas é bem feita e tem o seu mérito.

 

O elenco jovem também é um destaque. Nenhum dos jovens atua de forma caricata e dão seu próprio ar aos personagens. Cada um dos jovens tem a sua própria característica, o que os torna presas fáceis para o vilão. E temos aqui grandes cenas de morte, sendo uma delas mencionada acima. Eu pessoalmente acho esse um dos atrativos da franquia – as formas criativas com que Freddy mata suas vítimas, chegando a ser melhores do que a dos slashers que vieram depois dele.

 

E claro, temos o vilão novamente em forma. Como todos sabemos, a partir deste aqui, vemos o assassino abusar do humor negro na hora de se apresentar para as vítimas, algo que para os mais exigentes, pode ser uma falha, mas para mim, não há problema, visto que Krueger faz uso do humor desde o primeiro filme, sim! Eu encaro essa tendência como uma arma a mais para o vilão, além de dar-lhe mais personalidade.

 

No entanto, apesar de suas qualidades, um dos problemas do filme é a presença de Kristen Parker, aqui interpretada por Tuesday Knight, que substituiu Patricia Arquette, que estava grávida na época. Eu sinceramente acho muito estranho ver a atriz interpretando a personagem, que apesar do seu esforço, não convence. Talvez, os realizadores pudessem ter escalado outra atriz, ou então, reescrever o roteiro. Mas, enfim...

 

Antes de encerrar, quero destacar os efeitos especiais. Temos aqui talvez, alguns dos melhores efeitos da franquia, visto que os responsáveis fazem verdadeiros truques de mágica para trazer o roteiro à vida, principalmente nas cenas de mortes. A melhor delas, sem dúvida, é a cena da barata, onde uma das personagens vai se transformando num inseto antes de ser eliminada. Uma cena nojenta, mas, em se tratando de pessoas virando insetos, teremos sempre A Mosca (1986), o Clássico absoluto de David Cronenberg, onde Jeff Goldblum se transforma em mosca. Outra cena memorável, é a cena da pizza de almas, que mistura miniaturas e cenários em tamanho real. E temos também um exemplo parecido na cena de derrota de Freddy, onde o técnico Screaming Mad George teve que criar um peito gigante do vilão para os atores interagirem.

 

Mas o melhor é a caracterização do vilão, novamente comandada por Kevin Yagher, com auxílio de Howard Berger, da KNB Effects Group. Eu pessoalmente gosto muito do trabalho de Yagher na franquia, visto que ele deu seu próprio ar ao astro, e talvez, um de seus visuais mais memoráveis. E Robert Englund continua perfeito, numa atuação inspirada.

 

A Hora do Pesadelo 4 foi lançado em 04/mai/1988 nos EUA e foi um sucesso de bilheteria, motivando a New Line a produzir uma nova sequência para o ano seguinte. A franquia foi lançada em VHS, DVD e Blu-ray no Brasil ao longo dos anos, mas atualmente, está fora de catálogo.

 

Enfim, A Hora do Pesadelo 4 é um dos melhores da franquia. A direção de Renny Harlin é um dos atrativos do longa, com cenas hipnotizantes e coloridas. Robert Englund entrega uma atuação inspirada no papel do vilão Freddy Krueger, que começa a apresentar os primeiros indícios de humor negro, algo que contribui para deixar o filme ainda melhor. Os efeitos especiais também merecem menção, principalmente nas cenas de mortes. Um longa criativo e divertido.



 

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LISA E O DIABO (1973). Dir.: Mario Bava.

  NOTA: 10 LISA E O DIABO é um filme belíssimo.   Uma história de horror, fantasia e mistério contada com a maestria do Maestro Mario Ba...