segunda-feira, 6 de junho de 2022

A HORA DO PESADELO 4 – O MESTRE DOS SONHOS (1988). Dir.: Renny Harlin.

 

NOTA: 8.5



Em 1984, quando lançou A Hora do Pesadelo, Wes Craven não sabia o quão importante seu filme seria para o gênero, e o quão popular o seu vilão, o assassino Freddy Krueger, se tornaria ao longo dos anos. O sucesso do primeiro filme motivou os donos da New Line a transformar o filme em uma franquia de sucesso.

 

Em 1988, a New Line lançou A HORA DO PESADELO 4 – O MESTRE DOS SONHOS, terceira continuação da franquia, com direção de Renny Harlin.

 

Aqui, temos outro ótimo filme, com o mesmo clima dos anteriores, que apresenta pela primeira vez o polêmico humor negro do vilão Freddy Krueger.

 

Além do humor negro, temos também o retorno de Kristen e seus amigos do filme anterior, aqui novamente às voltas com Krueger. Mas, conforme sabemos – spoilers! – esse novo filme não é sobre eles, e sim sobre a amiga de Kristen, Alice Johnson, que se torna o novo alvo do vilão.

 

Conforme mencionei na resenha do filme anterior, eu acho esse um grande toque da franquia, pois apresenta para nós a possibilidade de Krueger ser uma entidade universal, que ameaça os sonhos de outras pessoas, e não apenas de Nancy Thompson, protagonista do primeiro filme.

 

Pois bem, aqui temos um novo grupo de adolescentes atormentados pelo vilão, que precisam unir forças para tentar destruí-lo. Além das novas vítimas, temos também os adultos que não se importam com os problemas dos filhos, algo muito comum na franquia.

 

E assim como nos filmes anteriores, temos aqui uma direção criativa, com cenários e cenas exuberantes, fantasiosos, outra coisa muito comum na franquia. O diretor Harlin fez um ótimo trabalho, além de dar um toque único para a franquia.

 

Aliás, esse é outro toque. Cada diretor deu o seu toque único à franquia, mas não perderam a essência da mesma, e o trabalho de Harlin é um dos melhores.

 

O roteiro também não fica atrás, com cenas memoráveis e dignas de nota, como por exemplo, a cena da pizza de almas, a cena da barata e a derrota de Freddy. Cada uma dessas cenas é bem feita e tem o seu mérito.

 

O elenco jovem também é um destaque. Nenhum dos jovens atua de forma caricata e dão seu próprio ar aos personagens. Cada um dos jovens tem a sua própria característica, o que os torna presas fáceis para o vilão. E temos aqui grandes cenas de morte, sendo uma delas mencionada acima. Eu pessoalmente acho esse um dos atrativos da franquia – as formas criativas com que Freddy mata suas vítimas, chegando a ser melhores do que a dos slashers que vieram depois dele.

 

E claro, temos o vilão novamente em forma. Como todos sabemos, a partir deste aqui, vemos o assassino abusar do humor negro na hora de se apresentar para as vítimas, algo que para os mais exigentes, pode ser uma falha, mas para mim, não há problema, visto que Krueger faz uso do humor desde o primeiro filme, sim! Eu encaro essa tendência como uma arma a mais para o vilão, além de dar-lhe mais personalidade.

 

No entanto, apesar de suas qualidades, um dos problemas do filme é a presença de Kristen Parker, aqui interpretada por Tuesday Knight, que substituiu Patricia Arquette, que estava grávida na época. Eu sinceramente acho muito estranho ver a atriz interpretando a personagem, que apesar do seu esforço, não convence. Talvez, os realizadores pudessem ter escalado outra atriz, ou então, reescrever o roteiro. Mas, enfim...

 

Antes de encerrar, quero destacar os efeitos especiais. Temos aqui talvez, alguns dos melhores efeitos da franquia, visto que os responsáveis fazem verdadeiros truques de mágica para trazer o roteiro à vida, principalmente nas cenas de mortes. A melhor delas, sem dúvida, é a cena da barata, onde uma das personagens vai se transformando num inseto antes de ser eliminada. Uma cena nojenta, mas, em se tratando de pessoas virando insetos, teremos sempre A Mosca (1986), o Clássico absoluto de David Cronenberg, onde Jeff Goldblum se transforma em mosca. Outra cena memorável, é a cena da pizza de almas, que mistura miniaturas e cenários em tamanho real. E temos também um exemplo parecido na cena de derrota de Freddy, onde o técnico Screaming Mad George teve que criar um peito gigante do vilão para os atores interagirem.

 

Mas o melhor é a caracterização do vilão, novamente comandada por Kevin Yagher, com auxílio de Howard Berger, da KNB Effects Group. Eu pessoalmente gosto muito do trabalho de Yagher na franquia, visto que ele deu seu próprio ar ao astro, e talvez, um de seus visuais mais memoráveis. E Robert Englund continua perfeito, numa atuação inspirada.

 

A Hora do Pesadelo 4 foi lançado em 04/mai/1988 nos EUA e foi um sucesso de bilheteria, motivando a New Line a produzir uma nova sequência para o ano seguinte. A franquia foi lançada em VHS, DVD e Blu-ray no Brasil ao longo dos anos, mas atualmente, está fora de catálogo.

 

Enfim, A Hora do Pesadelo 4 é um dos melhores da franquia. A direção de Renny Harlin é um dos atrativos do longa, com cenas hipnotizantes e coloridas. Robert Englund entrega uma atuação inspirada no papel do vilão Freddy Krueger, que começa a apresentar os primeiros indícios de humor negro, algo que contribui para deixar o filme ainda melhor. Os efeitos especiais também merecem menção, principalmente nas cenas de mortes. Um longa criativo e divertido.



 

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