NOTA: 8
Em 1984, quando lançou A Hora do Pesadelo, Wes Craven não sabia o quão importante seu
filme seria para o gênero, e o quão popular o seu vilão, o assassino Freddy
Krueger, se tornaria ao longo dos anos. O sucesso do primeiro filme motivou os donos
da New Line a transformar o filme em uma franquia.
Um ano após O
Mestre dos Sonhos, a distribuidora lançou A HORA DO PESADELO 5 – O MAIOR HORROR DE FREDDY, comandado por Stephen
Hopkins, marcando o retorno de Alice Johnson, após derrota-lo no filme
anterior.
Bem, vou ser sincero aqui. Ao contrário do que muitos
dizem, eu gosto desse filme, principalmente porque ainda mantém o grau de
qualidade da franquia, além de trazer a protagonista Alice de volta, e trazer
novas formas criativas para Freddy matar suas vítimas; além, é claro, da expansão
da história do maníaco, e a ideia de que desta vez, ele não está matando nos
sonhos dos jovens, e sim, nos sonhos do bebê não-nascido de Alice.
Segundo a produtora Sara Risher, a ideia original era
trazer temas mais pesados, como o aborto, mas, devido a diferenças criativas, a
ideia foi alterada e novos roteiristas foram chamados, o que, infelizmente,
acabou trazendo problemas para o filme.
Mas mesmo assim, eu acho a temática interessante,
visto que desta vez, os jovens protagonistas estão perdidos e precisam encontrar
uma nova maneira de destruir o vilão, algo que é revelado logo após a sua ressurreição.
Sobre essa cena, posso dizer que é uma das mais
bizarras da franquia, visto que tudo começa com um bebê deformado e termina em
uma versão ainda mais deformada do vilão, que pessoalmente, me incomoda um
pouco, mas não tanto a ponto de acabar com a minha experiência toda vez que
assisto. Também posso dizer que nessa cena, temos um pouco do Freddy Krueger diabólico
do primeiro filme, mas temos também a volta dos toques de humor negro, ainda
que reduzidos, em comparação ao filme anterior. No entanto, uma coisa não me
agrada nessa cena: o tamanho das garras afiadas do vilão. Mesmo que dure poucos
segundos, as garras são mostradas exageradamente grandes, em comparação ao
restante da franquia. Felizmente, esse erro é corrigido com o passar do filme.
Além do retorno em grande estilo do vilão, temos a volta
de Alice e Dan, o casal protagonista do filme anterior. Novamente, esse é um
toque que me agrada na franquia, a possibilidade de tornar Krueger, uma
entidade universal, que ameaça os pesadelos de todos. E acho que posso dizer,
sem medo de errar, que Alice se tornou uma das melhores final-girls da franquia
ao lado de Nancy. E aqui, não temos a garota perdida, que não sabe como lidar
com a ameaça do assassino dos sonhos; pelo contrário, quando descobre que Freddy
está vivo novamente, Alice rapidamente pede ajuda ao seu novo grupo de amigos,
pois a essa altura, ela sabe do que o assassino é capaz.
E como de costume, temos novamente cenas de morte
criativas, uma para cada vítima especifica. A melhor, sem dúvida, é quando – Spoiler! – Dan é fundido à uma moto
antes de morrer, transformando-se numa criatura grotesca com efeitos de Body Horror
dignos de arrepios. A segunda melhor é a do garoto viciado em quadrinhos, que
acaba sendo morto da forma mais criativa possível, mas não sem antes de
enfrentar o Super Freddy, uma versão em HQ do vilão, e talvez, uma das figuras
mais lembradas do filme.
Além das cenas de morte criativas, temos também os
pais que não se importam com os filhos, pois não acreditam em seus medos, marca
registrada da franquia, que retornaria no filme seguinte. A pior deles é a mãe de
Greta, que sonha em transformar a filha em uma Top Model, obrigando-a a passar
por situações humilhantes, apenas para satisfazer seus caprichos, conforme
mostrado na horrorosa cena do jantar. Os pais de Dan também não ficam atrás, e
mostram que não se importam com Alice quando tentam tirar seu filho, a fim de cria-lo
como se fosse seu. Horrível.
Além dessas duas características, temos também a volta
dos cenários e cenas mirabolantes, mergulhados no surrealismo. Sem dúvida, aqui
temos algumas das cenas mais surreais da franquia, visto que o diretor optou
por gravá-las com o auxílio de lentes distorcidas, principalmente na cena do manicômio,
onde vemos o terrível destino de Amanda Krueger. As outras cenas de pesadelo
possuem quase o mesmo aspecto, além de serem mergulhadas nas cores pulsantes e
luzes fortes. Novamente, um belo exemplo da marca do cineasta escolhido para
comandar o filme.
Aliás, vale ressaltar que A Hora do Pesadelo 5 foi um filme marcado por problemas nos
bastidores, visto que a equipe teve um tempo muito apertado para produzir o
filme, além de alterações no roteiro, que era escrito às pressas,
principalmente o final, que, na minha opinião, não foi tão satisfatório quando
nos filmes anteriores, apesar da boa estratégia apresentada, a presença de Amanda
Krueger.
Antes de encerrar, quero destacar novamente o vilão Freddy
Krueger. Não é novidade nenhuma que ele é a melhor coisa da franquia, e aqui,
ele continua afiado. E claro, tudo isso se deve ao astro Robert Englund, que também
aparece sem a maquiagem na horrorosa cena do manicômio. A caracterização do
personagem continua muito boa, tudo porque trouxeram David Miller de volta, então,
pode-se dizer que aqui, temos um visual mais ou menos – mais ou menos!! – próximo
ao visual do primeiro filme. Além disso, eles não se esqueceram de apresentar
as garras arranhando canos de aço. E a sequência da derrota do vilão também é
muito legal, novamente com o vilão se transformando em uma coisa disforme.
A Hora do Pesadelo
5 foi lançado em 11/ago/1989, e conseguiu arrecadar ótimos resultados na
bilheteria, apesar das críticas negativas. A franquia foi lançada em VHS, DVD e
Blu-ray no Brasil ao longo dos anos, mas atualmente, está fora de catálogo.
Enfim, A Hora
do Pesadelo 5 é um ótimo filme. Um longa que traz de volta os elementos
clássicos da franquia, juntamente com a protagonista do filme anterior, além de
novos detalhes sobre o passado do vilão. Robert Englund mais uma vez entrega
uma ótima performance, e Freddy novamente faz uso de métodos criativos para
matar suas vítimas. Um filme muito divertido.
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