segunda-feira, 27 de maio de 2019

O VAMPIRO DA NOITE (1958). Dir.: Terence Fisher.


NOTA: 9.5



DRÁCULA,
O VAMPIRO DA NOITE (1958)
DRÁCULA, O VAMPIRO DA NOITE é mais uma adaptação do Clássico de Bram Stoker. Lançado em 1958, é a primeira produção colorida sobre o Conde Vampiro, produzida pela Hammer Films um ano após o lançamento de A Maldição de Frankenstein, estrela por Peter Cushing e Christopher Lee. Aqui, os atores voltam a atuar juntos, nos papeis do Prof. Van Helsing, e do Conde Drácula, respectivamente. 

Além de ser um clássico do terror, essa produção da Hammer Films é uma das melhores adaptações do livro de Bram Stoker, que fez de Christopher Lee um astro, e fixou seu lugar no hall dos Mestres do Terror, ao lado do amigo Peter Cushing, Vincent Price, Bela Lugosi, Boris Karloff e outros. E também, ao lado de Lugosi, Lee tornou-se o interprete definitivo de Drácula, com seu ar elegante, aristocrático, sedutor e principalmente, ameaçador, exibindo suas presas afiadas, banhadas em sangue – apresentadas pela primeira vez neste filme.

Sem duvida, um dos atrativos da produção é o fato de ter sido rodado em Technicolor, o que ajudou a criar um clima belo e assustador, principalmente quando envolve o vermelho vivo do sangue, que enche a tela.

O diretor Terence Fisher criou um dos filmes mais assustadores de todos os tempos, um marco do terro gótico, com todas as características que se tornariam clássicas no gênero, o cemitério envolto em nevoas, florestas abandonadas, o castelo cheio de teias de aranha e pó, entre outros. E tudo funciona muito bem. Desde o primeiro momento, o filme não decepciona, e conforme a historia avança, a beleza aumenta, bem como o clima de mistério e horror, digno de provocar arrepios.

Talvez, hoje em dia, para o publico mais exigente, o filme não seja tão assustador, uma vez que os tempos mudaram, e o gosto do publico mudou. Mas, para mim, assistir a esse filme, é uma experiência maravilhosa, tanto pelos motivos mencionados acima, como pelas atuações de Peter Cushing e Christopher Lee. Há quem diga que Cushing se transformou na personificação definitiva do arqui-inimigo de Drácula, e, devo dizer que é verdade. Que me perdoem Edward Van Sloan (Drácula de 1931), Anthony Hopkins (Drácula de Bram Stoker) e até mesmo Laurence Olivier (Drácula de 1979), mas o Van Helsing de Cushing é excelente. Determinado a sua causa, ele não poupa esforços para destruir o Vampiro-Mor, mas também mostra-se um homem racional, devotado tanto à fé quanto à ciência. Já o Drácula de Christopher Lee é a personificação do Mal. Alto e elegante, seu Drácula consegue tomar conta do filme, mesmo com sua pouca presença em tela; desde que surge pela primeira vez, envolto em sombras, é capaz de meter medo no espectador sem nenhum esforço, com seu olhar frio e expressão neutra; o mesmo acontece quando se transforma numa criatura sanguinária.

O restante do elenco também convence em suas performances, principalmente o ator Michael Gough, no papel de Arthur Holmwood, irmão de Lucy, noiva de Harker. O ator entrega uma atuação notável, sem caricaturas ou exageros. Melissa Stribling, no papel de Mina, esposa de Arthur, também merece destaque, com uma atuação convincente.

Como em todas as adaptações cinematográficas, esta teve mudanças em sua estrutura e narrativa. Talvez a mais notável seja a ocorrida nos personagens. Enquanto que no livro de Bram Stoker, Jonathan Harker e Mina Murray são noivos, aqui ela torna-se esposa de Arthur Holmwood, que tornou-se irmão de Lucy, ao invés de seu pretendente; os demais personagens não são mencionados – apenas o Dr. Seward, aqui reduzido a uma ponta. A atração de Lucy por crianças, após ser vampirizada, permaneceu, quando ela toma a filha da governanta como sua vitima. A cena em que Van Helsing a enfrenta no cemitério é a melhor do filme, um trabalho maravilhoso de direção e fotografia e direção de arte.

Mas, talvez, o melhor mesmo fique para o ultimo ato, quando Drácula e Van Helsing finalmente se enfrentam no castelo: uma cena de combate imbatível, com os dois rivais lutando igualmente, até o momento em que Van Helsing derrota o vilão, numa cena antológica, que sofreu cortes da censura. Porém, apesar de ser uma cena memorável, não supera o embate entre Van Helsing e Drácula no filme 1931.

Drácula fez um grande sucesso na época do seu lançamento, o que possibilitou a Hammer a lançar uma série de filmes sobre o vilão, com Christopher Lee reprisando o papel em 6 deles. No entanto, mesmo com o sucesso financeiro, o filme não obteve boas criticas. Hoje em dia, é reconhecido como um clássico do terror.

Enfim, Drácula, O Vampiro da Noite é um filme excelente. Uma das melhores adaptações do livro de Bram Stoker. Um belíssimo filme de terror.



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