NOTA: 9.5
A HORA DO ESPANTO (1985) |
A HORA DO ESPANTO (1985) é,
sem duvida, o filme de vampiro definitivo dos anos 80. Acredito que seja um
jeito interessante de analisa-lo, uma vez que a década nos deu uma galeria de
filmes definitivos de monstros clássicos. E este aqui é o representante máximo
dos vampiros, ao lado de Vamp, A Noite dos Vampiros (1986) e Os Garotos
Perdidos (1987).
Mas o que torna este um filme tão especial? Bom, devo dizer que o
primeiro ponto é a nostalgia. Quem foi criança nos anos 90, com certeza já deve
ter visto esse filme inúmeras vezes na televisão à noite; esse infelizmente, não
é o meu caso, mas, guardo esse filme com muita nostalgia, porque tive a chance
de assisti-lo numa época muito boa da minha vida. E foi uma das mais divertidas
e assustadoras experiências que já tive. É incrível como ainda hoje, esse filme
consegue ser divertido e assustador, cortesia da própria década de 80, que nos
presenteou com inúmeras produções de horror trash,
além de nos dar também o chamado “terrir”, produções que combinavam terror e
comédia de maneira brilhante.
Não se engane. A Hora do Espanto
não é uma produção trash; pelo
contrario, é uma das mais bem-feitas produções de terror dos anos 80. Absolutamente
nada parece falso ou mal feito. Tudo o que aparece na tela, foi criado com o
orçamento disponível, e funciona muito bem. A maquiagem dos vampiros é muito
boa, os animatrônicos também, assim como os efeitos visuais; tudo feito com
aquele charme dos anos 80, que consegue ser muito melhor do que os efeitos
especiais de hoje, e não envelhecem.
Mas, muito mais do que um filme de efeitos especiais, A Hora do Espanto é um filme que deu
nova vida ao subgênero dos vampiros. O filme foi lançado no meio da década de
80, na febre dos filmes Slasher, que haviam recebido um novo personagem em sua
galeria, o vilão Freddy Krueger, que estreou no cinema no anterior. Pois bem,
da mesma forma que Freddy serviu como um sopro de originalidade ao Slasher,
este aqui deu sopro de vida aos vampiros, que estavam muito ligados ao terror gótico
dos anos 50, 60 e 70. O diretor Holland deu nova roupagem aos vampiros,
transportando-os para os subúrbios americanos, onde, aparentemente, nada de horrível
acontecia. E não foi só isso. Em seu roteiro, Holland fez uso dos utensílios clássicos
usados para matar vampiros, como cruzes, alho e estacas no coração; porém aqui,
a cruz tem um detalhe extra: ela só funciona se a pessoa tiver fé, caso
contrario, é inútil. Muito bom. E há também a presença do lacaio humano.
Além disso, a maquiagem dos vampiros também sofreu mudanças: ao invés da
pele pálida, das unhas longas, e caninos afiados, aqui, eles se transformam em
verdadeiros monstros, passando por diferentes estágios até atingirem a forma
final. A primeira vez que eu vi o
vampiro Jerry Dandrige na sua forma final, eu fiquei muito assustado porque é
muito bem feita. O mesmo vale para os outros vampiros. O melhor deles é o amigo
de Charley, que possui um visual muito legal.
Os efeitos especiais e visuais também não ficam atrás. Como todo filme
de terror dos anos 80, este aqui contou com efeitos práticos para criar as
proezas que o roteiro pedia, e todas são muito bem feitas. Talvez para os mais
exigentes, os efeitos pareçam ultrapassados, mas não para mim. Eu sou um grande
admirador de efeitos práticos e é sempre um prazer vê-los na tela. O diretor
tinha um belo time de profissionais a sua disposição e o trabalho é excelente. Lobos
e morcegos animatrônicos, maquiagem e próteses, tudo muito bom e convincente.
Outro fator que o torna um filme excelente é a trilha sonora. Desde o
tema musical, às canções que rolam durante a cena da discoteca, tudo é
contagiante e deixa com vontade de dançar, principalmente a cena da discoteca. Toda
iluminada com luz neon carregada, é o cenário perfeito de um filme dos anos 80.
Todos ali se vestem de modo extravagante e brega, e dançam de forma exagerada. Com
certeza, quem viveu essa época, sente a nostalgia batendo quando assiste.
Os personagens também são um trunfo. Charley, sua namorada Amy e seu
amigo Evil Ed, são os típicos adolescentes americanos, que andam sempre juntos,
e, apesar de ocasionais discussões, pode-se ver que serão sempre amigos. Mas os
melhores são o vilão Jerry Dandrige, e o “Great Vampire Killer!”, Peter Vincent.
Dandrige é bonito, charmoso e sedutor,
do tipo que atrai a atenção de todos. Interpretado de maneira brilhante pelo
ator Chris Sarandon, ele é, com toda certeza, um dos melhores vampiros do
cinema. Já Peter Vincent... Conhecido como “The Great Vampire Killer!”, o
personagem é uma grande piada. Ao invés de ser valente como aparenta no seu
programa de TV, ele é um medroso sem tamanho, que foge ao primeiro sinal de
ameaça. Mas mesmo assim, ele também se mostra um grande amigo para Charley,
ajudando-o a caçar e exterminar os vampiros. Muito do carisma do personagem vem
da atuação do ator Roddy McDowall, que nos anos 60, estrelou o Clássico O Planeta dos Macacos.
A Hora do Espanto foi
lançado em Agosto de 1985, e tornou-se um sucesso de bilheteria, além de
receber criticas e avaliações positivas. Atualmente, é considerado um clássico
dos anos 80 e um dos melhores filmes de vampiros de todos os tempos. Três anos
depois, uma continuação foi lançada, desta vez, dirigida por Tommy Lee Wallace,
novamente com Roddy McDowall e William Ragsdale no elenco.
Em 2016, um documentário sobre a produção do filme – e da sequencia –
foi lançado em plataforma digital, com entrevistas com membros do elenco e
equipe.
Enfim, A Hora do Espanto é
um dos melhores filmes de terror dos anos 80. Contem tudo aquilo que o gênero pôde
oferecer no período, torna-se melhor a cada revisão. É divertido, assustador,
sangrento, sexy e apaixonante. Um dos Filmes Mais Assustadores de todos os
tempos. Um dos maiores filmes de vampiro. Maravilhoso.
Altamente recomendado.
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