NOTA: 9.5
Eu adoro lobos-cinzentos. São algumas das minhas criaturas
favoritas, principalmente por causa de sua beleza. E eu já comentei sobre eles.
A primeira vez foi sobre o meu primeiro livro, O Vale dos Lobos, publicado em 2014, pelo Grupo Editorial
Scortecci; e a segunda vez foi sobre o filme Lobos (1981), filme de terror que me inspirou a escrever o livro.
E aqui estou, mais uma vez, para falar sobre lobos. Mas desta vez,
não será uma história de horror. Pelo contrário, é uma história linda: CANINOS BRANCOS, do autor Jack London.
Na verdade, este texto é sobre uma releitura, uma vez que eu já
havia lido o livro antes, numa edição da Editora Martin Claret. No entanto,
aquela não foi uma leitura muito prazerosa, porque eu resolvi ler cada uma das
partes do livro num dia diferente – o livro é dividido em cinco partes. E nessa
leitura, eu não me agarrei com firmeza na história.
Bom, agora com essa releitura, a coisa foi diferente. Eu pude me
prender à leitura no tempo certo, lendo um pouco de cada vez, principalmente
porque o livro é composto basicamente por texto, e não contem muitos diálogos.
Aliás, preciso dizer que esse é um detalhe que torna a leitura
desse livro complicada, uma vez que London faz uso de muito texto para
descrever as aventuras de seu personagem-título. Mas ao mesmo tempo que é uma
leitura complicada, é também prazerosa e impressionante porque eu quase não
leio livros com poucos diálogos e poucos personagens humanos.
Isso mesmo, quase não temos personagens humanos nessa história, e
faz sentido, porque não é uma história sobre pessoas, mas sim, sobre um lobo.
London faz deste livro quase uma biografia do personagem, contando
para nós como e onde ele nasceu, passando por sua juventude, até chegar a vida
adulta. Se isso não é uma biografia, não sei o que deve ser. E o autor não
poupa Caninos Brancos de perrengues, e que perrengues. Existem passagens
violentas no livro, que cortam o coração do leitor, e é difícil escolher a
pior. Eu confesso que enquanto estava lendo, eu senti um aperto no coração.
E as coisas pioram quando ele se torna propriedade de um homem
branco que o compra de um cacique. Não vou dizer o que acontece, para não dar
spoilers, mas é tão terrível quanto os perrengues que ele enfrenta na floresta
e na aldeia dos índios.
Mas apesar disso, Caninos
Brancos é um grande livro. London se mostrou um excelente autor, e soube
contar sua história com total maestria. E o livro contém grandes cenas, todas
protagonizadas pelo personagem-título; as melhores, na minha opinião, acontecem
no final da história.
Antes de encerrar, devo dizer que o motivo que me levou a ler – ou
nesse caso, reler – o livro foi a adaptação lançada em 1993 e produzida pela
Disney. É um filme excelente, e durante a leitura, eu pude visualizar o ator
animal que interpretou o lobo, o cão Jed.
Essas são as qualidades que fazem de Caninos Brancos um livro excelente e um grande romance do escritor
Jack London.
Enfim, esse é um excelente livro. Uma linda história de aventura,
ação, drama e amor contada com uma maestria ímpar. O autor Jack London se
mostrou um grande contador de histórias e criou um dos maiores romances dos
Estados Unidos. Um livro maravilhoso. Altamente recomendado.
JACK LONDON |
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