sexta-feira, 19 de julho de 2024

A CASA DO ESPANTO (1986). Dir.: Steve Miner.

 

NOTA: 8.5


A CASA DO ESPANTO é um dos filmes da minha coleção que eu gosto muito.

 

Desde a primeira vez que o assisti, há mais de 20 anos, eu gostei muito dele, e me diverti muito com tudo aquilo que vi na tela, e essa sensação segue até os dias de hoje.

 

Além disso, este é um daqueles filmes dos anos 80 que misturam terror e humor de maneira muito boa e realista. Se o filme fosse apenas um filme de terror de casa assombrada, tudo bem, mas o modo como as coisas são feitas aqui, contribui para deixá-lo único.

 

Na trama, o escritor Roger Cobb se muda para a casa da tia após a morte dela, com o objetivo de escrever um livro sobre suas experiências no Vietnã. Mas ao mesmo tempo, ele decide investigar mais a fundo, o desaparecimento do filho, que supostamente foi raptado dentro da casa.

 

A trama básica é essa, mas, conforme o filme vai andando, as coisas bizarras vão acontecendo uma atrás da outra, e o longa se revela como um filme de casa assombrada, mas não no sentido literal.

 

Aqui, não temos apenas fantasmas; nós temos criaturas de outra dimensão, monstros e zumbis, que têm como único objetivo, infernizar a vida do protagonista, e impedir que ele resolva o mistério por trás do desaparecimento do filho.

 

O roteiro é muito bom em misturar terror e humor, e na verdade, eu mesmo não considero este um filme de terror; na minha opinião, ele é uma comédia de humor negro, visto a quantidade de situações absurdas que o protagonista enfrenta ao longo da narrativa.

 

Além das criaturas bizarras, nós temos também personagens excêntricos, como o vizinho enxerido do protagonista; a ex-esposa dele – talvez a mais normal entre os personagens –; a vizinha bonitona; e os fãs do escritor, os tipos mais variados de figuras. O vizinho é um personagem bem legal, pois está sempre aparecendo nos momentos mais inoportunos, mas se mostra um amigo para o protagonista. As cenas de interação entre os dois são muito boas e engraçadas também, principalmente quando Roger o convida para capturar uma das criaturas.

 

Outro personagem que merece menção, é o parceiro de guerra de Roger, o fortão Big Ben, que aparece nas cenas de flashback da guerra. Big Ben é o típico personagem casca-grossa, mas não deixa de ser engraçado quando o roteiro pede. As cenas entre ele e Roger também são muito bem escritas e dão um contraste bacana entre eles, expondo suas diferenças em combate.

 

Agora que já falei os personagens, vou falar das criaturas. Há várias delas aqui, que vão desde monstros saindo do armário, até zumbis que voltam do túmulo, passando por seres tentaculares e voadores de outra dimensão. A melhor delas é mulher de vestido roxo e unhas vermelhas, que é uma personagem muito engraçada desde a primeira vez em que aparece, e ela apanha muito durante o filme.

 

No entanto, o principal monstro do filme é a versão zumbi de Ben, que se mostra o verdadeiro vilão do filme, e tem um motivo pessoal para ir atrás de Roger.

 

A direção de Steve Miner também merece ser mencionada aqui, porque o diretor faz uso de técnicas criativas para contar sua história, sendo a mais engenhosa delas o plano sequência que acontece durante os créditos iniciais, que começa na parte de trás da casa e termina na fachada da mesma, uma sequência inteira sem cortes, que não deve ter sido fácil de ser feita na época.

 

A trilha sonora de Harry Manfredini também é muito boa, principalmente o tema principal, que remete a um filme de terror de fato. Em certos momentos, a trilha lembra muito a da franquia Sexta-Feira 13, que é do mesmo compositor, e isso não é um defeito.

 

As cenas de humor e terror são muito boas também, e não apelam para muitos clichês. Os momentos de verdadeiro terror acontecem quando Roger atravessa os portais para outra dimensão, ou então, quando é perseguido pelo zumbi; já as cenas de humor acontecem graças às criaturas, que são muito engraçadas de fato, principalmente a mulher de vestido roxo.

 

E para finalizar, a própria casa em si é um personagem, principalmente a sua fachada em estilo colonial, que é bem memorável e assustadora.

 

Enfim, A Casa do Espanto é um filme muito bom. Um filme de terror de casa assombrada, com toques de humor espertos, aliados a uma direção competente, e um roteiro criativo. Os efeitos especiais merecem menção também, principalmente as criaturas, que são bem convincentes. A fotografia faz um ótimo trabalho, principalmente quando destaca a fachada da casa, que é bem memorável. Uma ótima mistura de terror e humor.




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