NOTA: 7.5
Entre 1958 e 1974, a Hammer Films produziu uma série
de filmes protagonizados pelo Conde Drácula, criado pelo escritor Bram Stoker.
Ao todo, foram nove filmes, sete deles estrelados pelo grande Christopher Lee,
no papel que o consagrou como astro do horror. Somente dois filmes não contaram
com o astro no elenco.
O SANGUE DE
DRÁCULA, lançado em 1970, é o quinto filme da franquia, e o quarto a contar
com o astro no elenco.
Com direção de Peter Sasdy, este é um filme que
apresenta suas qualidades, e consegue ser arrepiante em alguns momentos, mas,
ainda assim, começa a apresentar alguns problemas.
Mas, antes de falar sobre os problemas, deixe-me
falar sobre as qualidades.
Como os demais filmes da franquia até então, este é um
filme bem feito, que presa pelo aspecto gótico e também com uma atmosfera de
terror sempre presente.
Na trama, um vendedor é atacado em sua carruagem e
acaba se deparando com o Conde Drácula sendo destruído – com cenas do filme
anterior – e coleta seu sangue, juntamente com sua capa. Após esse prólogo, três
homens conhecem um lorde que compra os pertences do conde e o traz de volta à
vida por meio de um ritual satânico.
Pois bem, aqui, temos mais uma vez o Conde Drácula
percorrendo o interior em busca de vingança contra aqueles que o prejudicaram,
neste caso, os três homens que mataram seu servo antes do ritual ser
completado.
Essa formula da vingança do conde já havia sido usada
no filme anterior – e voltaria a ser usada no filme seguinte –, então, não há
muitas novidades aqui, para falar a verdade.
Mas, no entanto, temos a presença do astro Christopher
Lee como o Conde Drácula, e, como sempre, é o que faz o filme valer a pena. Mesmo
com a pouca presença, o ator consegue nos satisfazer com sua interpretação magistral
do conde, passando todo o ar ameaçador e demoníaco que o personagem pede, além
de ser uma presença muito elegante.
O resto do elenco também compensa, principalmente a
atriz Linda Hayden, que faz a mocinha que se torna escrava do vilão.
Esse é a sacada do roteiro. Ao invés da mocinha
totalmente indefesa, temos aqui uma mocinha que no começo, se mostra como
indefesa e doce, mas, após se encontrar com o conde, transforma-se em sua
escrava, e não poupa ninguém.
Deixe-me falar também sobre os outros personagens. O pai
da mocinha, e seus dois amigos, são aqueles clássicos homens que se fingem de
bons moços, mas, que na verdade, saem à noite para se divertir em clubes
masculinos pela cidade. Os três amigos da mocinha também funcionam e convencem,
e claro, um deles é o par romântico dela, uma coisa que também se tornou
registrado nessa franquia – a presença do casal protagonista de mocinhos.
Quem merece menção também é o lorde satanista, interpretado
por Ralph Bates, um ator bem conhecido na Hammer. Apesar da pouca presença, o
personagem é bem interpretado, e passa aquela aura misteriosa que o roteiro
pede. Funciona bem.
Eu, no entanto, tenho alguns problemas com a mistura
de temática satanista com vampirismo, porque, eu acho que são dois temas que não
tem muita relação entre si, e isso seria explorado no penúltimo filme da
franquia. Pode ser que eu esteja errado, mas, acredito que as coisas devem ser
separadas. No entanto, admito que é um bom recurso para trazer o conde de
volta, apenas para dar uma variada.
Outro problema presente no roteiro, é a falta de utilização
de alguns personagens secundários. Um deles é o policial que resolve investigar
as mortes dos três homens, mas, ele acaba sendo mal aproveitado, e sua participação
não é muito desenvolvida.
O mesmo pode ser dito do namorado da amiga da
mocinha, que não faz nada o filme inteiro, é atacado por um vampiro, e
desaparece sem nenhuma cerimônia. Ele poderia ao menos ter voltado como
vampiro, assim, o mocinho poderia matá-lo.
O cenário que serve de esconderijo para o conde é
muito bom, uma velha igreja abandonada, que rende momentos arrepiantes, além de
proporcionar um bom combate final, que culmina na derrota do vilão.
Enfim, O
Sangue de Drácula é um bom filme. Uma continuação decente da franquia, que
segue exatamente onde o filme anterior parou, além de proporcionar momentos de
suspense e terror na medida certa, e de arrepiar com eficiência. O grande
destaque é o astro Christopher Lee, novamente entregando uma brilhante performance
como Drácula. Um filme recomendado.
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