sexta-feira, 12 de julho de 2024

O SANGUE DE DRÁCULA (1970). Dir.: Peter Sasdy.

 

NOTA: 7.5


Entre 1958 e 1974, a Hammer Films produziu uma série de filmes protagonizados pelo Conde Drácula, criado pelo escritor Bram Stoker. Ao todo, foram nove filmes, sete deles estrelados pelo grande Christopher Lee, no papel que o consagrou como astro do horror. Somente dois filmes não contaram com o astro no elenco.

 

O SANGUE DE DRÁCULA, lançado em 1970, é o quinto filme da franquia, e o quarto a contar com o astro no elenco.

 

Com direção de Peter Sasdy, este é um filme que apresenta suas qualidades, e consegue ser arrepiante em alguns momentos, mas, ainda assim, começa a apresentar alguns problemas.

 

Mas, antes de falar sobre os problemas, deixe-me falar sobre as qualidades.

 

Como os demais filmes da franquia até então, este é um filme bem feito, que presa pelo aspecto gótico e também com uma atmosfera de terror sempre presente.

 

Na trama, um vendedor é atacado em sua carruagem e acaba se deparando com o Conde Drácula sendo destruído – com cenas do filme anterior – e coleta seu sangue, juntamente com sua capa. Após esse prólogo, três homens conhecem um lorde que compra os pertences do conde e o traz de volta à vida por meio de um ritual satânico.

 

Pois bem, aqui, temos mais uma vez o Conde Drácula percorrendo o interior em busca de vingança contra aqueles que o prejudicaram, neste caso, os três homens que mataram seu servo antes do ritual ser completado.

 

Essa formula da vingança do conde já havia sido usada no filme anterior – e voltaria a ser usada no filme seguinte –, então, não há muitas novidades aqui, para falar a verdade.

 

Mas, no entanto, temos a presença do astro Christopher Lee como o Conde Drácula, e, como sempre, é o que faz o filme valer a pena. Mesmo com a pouca presença, o ator consegue nos satisfazer com sua interpretação magistral do conde, passando todo o ar ameaçador e demoníaco que o personagem pede, além de ser uma presença muito elegante.

 

O resto do elenco também compensa, principalmente a atriz Linda Hayden, que faz a mocinha que se torna escrava do vilão.

 

Esse é a sacada do roteiro. Ao invés da mocinha totalmente indefesa, temos aqui uma mocinha que no começo, se mostra como indefesa e doce, mas, após se encontrar com o conde, transforma-se em sua escrava, e não poupa ninguém.

 

Deixe-me falar também sobre os outros personagens. O pai da mocinha, e seus dois amigos, são aqueles clássicos homens que se fingem de bons moços, mas, que na verdade, saem à noite para se divertir em clubes masculinos pela cidade. Os três amigos da mocinha também funcionam e convencem, e claro, um deles é o par romântico dela, uma coisa que também se tornou registrado nessa franquia – a presença do casal protagonista de mocinhos.

 

Quem merece menção também é o lorde satanista, interpretado por Ralph Bates, um ator bem conhecido na Hammer. Apesar da pouca presença, o personagem é bem interpretado, e passa aquela aura misteriosa que o roteiro pede. Funciona bem.

 

Eu, no entanto, tenho alguns problemas com a mistura de temática satanista com vampirismo, porque, eu acho que são dois temas que não tem muita relação entre si, e isso seria explorado no penúltimo filme da franquia. Pode ser que eu esteja errado, mas, acredito que as coisas devem ser separadas. No entanto, admito que é um bom recurso para trazer o conde de volta, apenas para dar uma variada.

 

Outro problema presente no roteiro, é a falta de utilização de alguns personagens secundários. Um deles é o policial que resolve investigar as mortes dos três homens, mas, ele acaba sendo mal aproveitado, e sua participação não é muito desenvolvida.

 

O mesmo pode ser dito do namorado da amiga da mocinha, que não faz nada o filme inteiro, é atacado por um vampiro, e desaparece sem nenhuma cerimônia. Ele poderia ao menos ter voltado como vampiro, assim, o mocinho poderia matá-lo.

 

O cenário que serve de esconderijo para o conde é muito bom, uma velha igreja abandonada, que rende momentos arrepiantes, além de proporcionar um bom combate final, que culmina na derrota do vilão.

 

Enfim, O Sangue de Drácula é um bom filme. Uma continuação decente da franquia, que segue exatamente onde o filme anterior parou, além de proporcionar momentos de suspense e terror na medida certa, e de arrepiar com eficiência. O grande destaque é o astro Christopher Lee, novamente entregando uma brilhante performance como Drácula. Um filme recomendado.




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