NOTA: 9.5
AVISO:
Tentarei conter os spoilers.
Em 2017, eu tive o prazer de assistir Assassinato no Expresso do Oriente,
primeira excursão de Kenneth Branagh ao universo de Agatha Christie, no cinema
com meu irmão. Devo dizer que foi um dos melhores filmes que vi naquele ano,
graças à habilidade de Branagh em contar a história, além do elenco estrelar, e
é claro, sua própria performance no papel do detetive Poirot.
No último sábado, eu tive o prazer de assistir MORTE NO NILO no mesmo cinema, novamente
com meu irmão, e digo que este já tem seu lugar na minha lista dos melhores
desse ano. No entanto, vou ser sincero aqui. Eu ainda não li o livro, porque
estava com outra leitura em andamento, e eu queria assistir esse filme no
cinema. Então, aqui está. Dito e feito.
Eu me arrisco a dizer que Nilo é melhor que Expresso,
principalmente nos quesitos técnicos. Novamente comandando, e estrelando, uma
adaptação de Agatha Christie, Branagh se mostrou um diretor competente, arrancando
ótimas atuações de seu novo elenco estelar – característica das adaptações das
obras da autora – e realizando tomadas de tirar o folego.
Primeiro, devo salientar que este é um filme
completamente diferente do anterior, principalmente por causa da paleta de
cores. Se em Expresso nós tínhamos um
filme gelado, com cores escuras e frias, aqui é o oposto; desde o começo, nós
somos banhados com cores fortes e quentes, que combinam com o ambiente, no
caso, o Egito e o Rio Nilo. E as cores funcionam muito bem e passam a impressão
de calor sem o menor esforço, e quando combinadas com o cenário, foram
paisagens dignas de fotos, além de algumas sequencias em plano zenital que
enchem os olhos.
Mas não só isso. Como mencionado acima, Branagh conseguiu
mais uma vez reunir um elenco de estrelas para contar sua história, e cada um
dos atores desempenha seu papel com maestria, com destaque para Gal Gadot, a
nossa Mulher-Maravilha. A atriz mostra tudo de si no seu papel – que não vou
dizer qual é – e mostra que pode ser considerada uma das melhores do ramo
atualmente – não é exagero. Sua performance mistura alegria e tristeza com perfeição,
e, destaco um take em que ela aparece vestida como Cleópatra, em uma possível referência
ao vindouro filme da Rainha do Nilo, que ela deve protagonizar. E digo, com
toda certeza, que ela merece interpretar Cleópatra, sim!
O restante do elenco também surpreende,
principalmente Annette Bening e Armie Hammer. Os dois também brilham em seus
papeis, mas Annette entrega uma atuação inspirada, misturando ódio e raiva de
maneira singular. Armie também brilha no papel do milionário Simon, mesmo com
sua pouca presença – talvez um reflexo do que aconteceu com o ator na vida
real. Outros astros como Rose Leslie, Jennifer Saunders, Tom Bateman, Russell Brand,
Ali Fazal, Letita Wright, Sophie Okonedo e Dawn French completam o elenco de
estrelas. Quem também merece destaque aqui é Emma Mackey, no papel de Jacqueline
de Bellefort, ex-noiva de Simon, e uma das principais suspeitas. Ela também entrega
uma excelente atuação, indo da alegria à loucura de forma impressionante.
Mas, deixa eu falar sobre as performances de Gal Gadot
e Armie Hammer. Ambos se entregam de corpo e alma aos papeis, e atuam em cenas
cheias de glamour e principalmente, química. Seus personagens transbordam química
na tela desde a primeira vez que se encontram, e essa química
vai percorrendo o filme até o momento chave da trama. E os atores não tem medo
de entregar cenas verdadeiramente ardentes.
No entanto, apesar de seu brilho, Nilo foi alvo de uma polêmica, o que
pode também ter atrasado seu lançamento nos cinemas. A vítima foi Armie Hammer,
que se envolveu em um escândalo envolvendo assédio e até canibalismo, o que
provocou seu cancelamento do cinema. Quanto a isso, não posso dar detalhes,
porque não acompanhei nada, mas deixo aqui o meu parecer: é uma pena que ele
tenha se envolvido em tais escândalos e desaparecido, porque é um grande ator,
e quem já viu A Rede Social sabe do
que estou falando. Se ele voltará ou não para o cinema, não sei, mas espero que
sim.
E claro, além de diretor, Branagh também voltou a
interpretar Poirot, e ele dá um show. Ele dá vida ao personagem de forma ímpar,
destacando suas manias e excentricidades, além de, assim como todos, transitar
do sério para o engraçado; e claro, aqui conhecemos um pouco mais do passado do
personagem, movido por traumas.
Como mencionado acima, Nilo é melhor que Expresso,
e espero que não seja a última vez que veremos Kenneth Branagh dando vida ao
universo de Agatha Christie no cinema.
Enfim, Morte no
Nilo é um filme excelente. Um verdadeiro espetáculo visual que enche a
tela. Excelentes atuações de um elenco estelar, aliados à direção de Kenneth Branagh,
fazem deste um dos melhores filmes do ano e uma das melhores adaptações de Agatha
Christie para o cinema. Um filme maravilhoso, cheio de mistério, romance e um
pouco de humor.
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