NOTA: 9
O que os fãs queriam? Acho que essa é a pergunta a se
fazer após assistir HALLOWEEN ENDS,
a conclusão da trilogia iniciada com o maravilhoso reboot da franquia, em 2018.
Eu mesmo não sabia o que esperar, a não ser o combate final entre os
protagonistas, mas fora isso, não tinha a menor ideia. Tanto que não liguei
para nada do que falaram e fui ao cinema conferir por mim mesmo.
Pois bem, eu não sei o que os fãs queriam, mas, com
certeza, irão se surpreender – para o bem ou para o mal – após assistirem ao
filme, porque, é de fato, aquilo que todos nós esperávamos, mas com algumas
ideias novas também.
Para começar, eu devo dizer que Halloween Ends presta agora a sua homenagem à Halloween 4, ou melhor, ao que o filme deveria ter sido, quando foi
concebido por John Carpenter em 1988. A ideia original de Carpenter, era fazer
um filme completamente diferente do que acabou saindo, com uma historia focada
em uma Haddonfield traumatizada pelos eventos dos dois primeiros filmes, então,
não haveria comemoração de Halloween, mas logo, novos assassinatos
aconteceriam, e um novo Michael Myers surgiria. Uma ideia muito boa, certo? De
fato, mas, infelizmente, como sabemos, ela foi descartada pelo produtor
Moustapha Akkad, como resultado, tivemos um Halloween 4 completamente diferente.
Pois bem, agora, parece que o diretor David Gordon
Green e os produtores da Blumhouse decidiram ouvir Carpenter – parcialmente – e
pegaram a ideia de uma Haddonfield traumatizada pelos eventos da noite de
Halloween de 2018, e a transformaram em uma cidade tocada pelo mal, onde seus
habitantes não esqueceram o que aconteceu e passaram a enxergar Michael como a
verdadeira força do mal que ele é. Mas isso não poupou também Laurie e sua
neta, que também passam a ser perseguidas, principalmente por valentões e
parentes das vitimas. Quando eu vi que esse foi o rumo, logo me lembrei da
ideia original de Carpenter para o quarto filme, e aqui, eles fizeram um
trabalho excelente.
No entanto, além de Laurie e Allyson, que estão se
recuperando também, surge uma nova vitima, o adolescente Corey Cunningham, que
matou um garotinho por acidente no Halloween de 2019, e também ganhou uma
péssima reputação, tanto dos pais, quanto da cidade, que também o marginaliza.
E a coisa muda quando seu caminho se cruza com o de Michael...
O que acontece também, é que aqui, não temos tanto
foco em Michael Myers, mas sim, nos novos crimes que acontecem em Haddonfield,
o que leva Laurie a acreditar que Michael ainda está vivo, mas Allyson não acredita.
E conforme mencionado acima, essa era a ideia original de Carpenter, e parece
que os roteiristas resolveram escutá-lo, porque temos uma nova onda de
assassinatos aqui, mas também temos o vilão original. Pode ser que muitas
pessoas já saibam do que estou falando, mas o fato é que eu gostei muito dessa
ideia, por motivos já mencionados.
Bem, aqui temos mais uma vez o diretor David Gordon
Green no comando, e mais uma vez ele acerta no clima de tensão, apelando para
jump-scares, verdade, mas apostando também na tensão, que sempre foi o foco do
clássico de Carpenter. Mas não se enganem, aqui também temos um banho de
sangue, mas tudo feito sem exagero.
Deixe-me agora falar sobre os personagens. Laurie e
Allyson seguem com suas vidas, na medida do possível, principalmente Laurie,
que ainda não se recuperou dos incidentes do passado, principalmente por ela
ainda acredita que Michael possa estar vivo. Allyson trabalha no Hospital
Memorial de Haddonfield e precisa lidar com uma colega de trabalho inconveniente.
E Corey, como já mencionei, também tenta colocar as vidas nos trilhos... Temos
aqui também aparições rápidas de Lindsey Wallace e do policial Hawkins, que
também tentam se reconstruir.
Em resumo, Halloween
Ends é um filme sobre os personagens tentando se reerguer, mas também é o
fechamento da trilogia, e nesse quesito, cumpre o que promete.
E claro, temos o vilão. Assim como no reboot e em Halloween Kills, aqui temos um Michael
Myers brutal que não poupa ninguém. E o segundo assassino também não faz feio,
principalmente quando assume a identidade temporária do matador. Seu melhor
momento fica na sequencia do ferro-velho, onde massacra um grupo de valentões.
E claro, aqui não podem faltar as homenagens. Além da
já mencionada homenagem a Halloween 4,
temos também uma nova homenagem à Halloween
III, nos créditos de abertura; e claro, as homenagens ao clássico de
Carpenter não param, com uma cena que lembra a da morte de Bob, e uma ponta de
Nick Castle, o ator que interpretou o assassino em 1978.
Mas claro, o melhor fica para o confronto final entre
Laurie e Michael, que era o que estávamos de fato esperando. A sequencia é
brutal, com os dois lutando no corpo-a-corpo, com tudo que tem direito, como
facas e agulhas e sangue, muito sangue.
Com tudo isso, devo dizer que Halloween Ends encerra com louvor a trilogia do reboot, e que eu
amei o filme. Eu acredito que Jamie Lee Curtis tinha razão quando disse que
muitos iriam odiar, talvez por não ser aquilo que esperavam, mas de minha
parte, pode ficar em paz.
Enfim, Halloween Ends é um filme excelente, carregado de tensão, violência e brutalidade, além de uma trama que novamente presta homenagens ao clássico de John Carpenter e à franquia como um todo. Um filme que cumpre o que promete e entrega um encerramento digno para a trilogia e para a franquia também.
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