NOTA: 9.5
Três anos após o lançamento do maravilhoso reboot da
franquia Halloween, Laurie Strode e Michael
Myers estão de volta em HALLOWEEN KILLS –
O TERROR CONTINUA.
O que posso falar sobre esse filme? Bem,
vou começar pelo mais claro. Eu adorei esse filme! É uma continuação digna para
o reboot de 2018 e também para essa nova fase da franquia, porque mais uma vez,
os produtores respeitaram a essência do longa de John Carpenter e da franquia
como um todo, e entregaram um filme maravilhoso.
É o tipo de filme onde tudo coopera para obter um
ótimo resultado, a começar pelo roteiro que tem a excelente sacada de
homenagear Halloween II (1981), e
continua a história exatamente de onde o filme anterior parou, além da subtrama
no hospital, algo presente na primeira sequencia do clássico de Carpenter. Mais
detalhes sobre isso adiante.
Na verdade, Halloween
Kills não é uma espécie de remake de Halloween
II, porque o filme todo é sobre a vingança dos moradores de Haddonfield contra
Michael, todos liderados por Tommy Doyle, que não se recuperou dos incidentes
ocorridos 40 anos atrás. Alias, esse é um dos méritos do filme, trazer os
personagens do clássico de volta; além de Tommy, temos também Linsdey Wallace e
a enfermeira Marion Chambers, aqui reinterpretadas por Kyle Richards e Nancy Stephens
– em seu retorno à franquia – respectivamente. E além delas, temos também o ex-xerife
Brackett, novamente interpretado por Charles Cyphers; e também Loonie, um dos
garotos que atormentaram Tommy no clássico de Carpenter. Todos aqui desempenham
seus papeis muito bem e alguns tem o seu tempo certo de tela.
Além da homenagem ao segundo filme da franquia, aqui
temos também um filme construído com um pouco menos de tensão e mais sangue,
visto que a tensão já estava presente no primeiro filme dessa nova fase. Até porque,
aqui, como é o filme do meio de uma trilogia, é necessário que já um pouco de
narrativa, porque é um momento de transição entre um filme e outro, algo que
muitas pessoas não gostaram – e que deve ser comentado, mas vou deixar para a
resenha do último filme.
Vou falar sobre os personagens. Conforme mencionado
acima, temos o retorno dos demais personagens clássicos da franquia, e todos estão
muito bem. Aqui também acontece uma mudança, porque, parece que desta vez, o
protagonismo fica com Tommy, que se torna o líder da multidão que se une para
caçar Michael. O personagem está ótimo, com seus traumas evidentes e também um
pouco de paranoia, algo mostrado em Halloween
H2O com Laurie; e as coisas mudam quando ele passa a liderar a multidão,
porque ele se mostra como alguém capaz de tudo para combater o mal em Haddonfield.
Lindsey e Marion, apesar da pouca presença, também estão muito bem, e também carregam
o medo e o trauma dos incidentes de 1978. Aliás, temos aqui a presença de um
casal figura cômica, que fizeram um pequena ponta no reboot; assim como o
garotinho do reboot, eles são engraçados e rendem momentos divertidos.
Talvez o maior problema do filme, na opinião dos fãs,
seja a ausência de Laurie, que passa o filme todo no hospital, se recuperando
dos ferimentos. Mas, saindo em defesa do filme, a historia não é sobre ela, e
sim, sobre todo o mal de Michael na cidade e o pânico que ele provoca. Tivemos algo
semelhante em Halloween II, cujo
roteiro foi mais focado em Loomis e nos demais personagens do quem Laurie, e
naquele filme funcionou; aqui, também. Conforme mencionado acima, Halloween Kills não é sobre o confronto
entre Laurie e Michael.
Além do ótimo roteiro, que homenageia o segundo filme
da franquia, aqui temos uma homenagem ao famigerado Halloween III, com a presença das máscaras da Silver Shamrock, que
aparecerem de relance no reboot, mas aqui, aparecem com louvor. Quando eu vi
pela primeira vez, eu fiquei muito feliz, porque não sabia que tais acessórios estariam
no filme. Uma prova que Halloween III não
é um filme esquecido pelos fãs e pelos produtores.
Juntamente com a presença das máscaras da Silver Shamrock,
temos também uma homenagem ao clássico de Carpenter, na cena do carro, onde os
personagens, inclusive Marion, são atacados por Michael, da mesma forma que
aconteceu no portão do sanatório de Smith’s Grove; do mesmo jeito, mesmo, com
direito ao vilão pulando em cima do carro e quebrando o vidro com a mão. No trailer,
já era lindo, no filme, fica ainda melhor.
E claro, temos o vilão. Assim como no reboot, aqui
temos um Michael Myers ameaçador e brutal, que não poupa ninguém, e se mostra
uma verdadeira máquina de matar. Sua melhor cena acontece quando ele ataca o
primeiro casal com requintes de crueldade, transformando a morte de ambos,
principalmente do marido, em um verdadeiro espetáculo de horror, do jeito que o
personagem sabe fazer. Ele é sempre o melhor personagem do filme e da franquia,
com seu ar ameaçador e cruel.
Laurie também não fica atrás. Mesmo com sua pouca
presença, ela ainda se mostra uma mulher forte e disposta a acabar com o
reinado de terror de Michael, não importa as consequências. O mesmo vale para
sua família, que junta-se a ela em sua busca por vingança. Sua filha Karen é
ainda mais determinada, e mostra que não tem medo do vilão.
E claro, não posso encerrar essa resenha, sem
mencionar a melhor sequência do filme: o flashback de 1978, que mostra o que
aconteceu após a fuga de Michael. Tudo foi construído nos mínimos detalhes para
lembrar o clima do clássico de John Carpenter. Nenhum detalhe foi deixado de
lado, nem mesmo o objeto que quebrou a janela da casa dos Myers e o cachorro
morto dentro da casa. As melhores caracterizações ficam com Michael e o Dr. Loomis
– numa presença que me surpreendeu quando eu vi pela primeira vez. Os dois
ficaram idênticos ao clássico de 1978 e surpreendem muito bem. Pelo que eu vi,
todos gostaram muito dessa sequência, mesmo alguns tendo odiado o filme.
Mas, conforme mencionei acima, Halloween Kills é um filme de transição. Agora, só esperar pela
conclusão da trilogia.
Enfim, Halloween
Kills é um filme excelente. Um longa cheio de momentos de tensão e medo,
com toques absolutos de horror e sangue. A direção e o roteiro conseguiram
fazer um grande trabalho, e mais uma vez, prestaram homenagens respeitosas à
franquia original e principalmente, ao clássico de John Carpenter, com seus
personagens que retornam e se unem mais uma vez. Um filme excelente e
maravilhoso. Altamente recomendado.
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