NOTA: 10
Devo dizer que desde o seu surgimento, no começo da
década passada, os novos live-actions da Disney tem dado o que falar. Até o
presente momento, fomos presenteados com novas versões das animações clássicas
do estúdio, algumas boas e outras ruins. No entanto, uma coisa é justa: todos
foram sucesso de bilheteria.
Pois bem, hoje vou falar sobre um deles, de cara, um
dos melhores: CRUELLA (2021), filme
de origem de uma das maiores vilãs do estúdio.
O que posso dizer sobre ele? Bem, vou ser direto. É
um filme espetacular! Sem duvida, um filme onde tudo contribui a seu favor, e
consegue deixar qualquer um de queixo caído.
Cruella é
magnifico, um verdadeiro show de extravagância, cores, luzes, e,
principalmente, estilo. É sério. Quem conhece a personagem sabe que ela tem
estilo sobrando para dar e vender, mas, ter a oportunidade de ver de onde tudo
surgiu e como começou é uma experiência única. Ou seja, Cruella é um filme de origem.
Todos nós sabemos que são filmes de origem, e,
francamente, alguns são até dispensáveis. Mas, esse não é o caso. Confesso que Cruella
é aquela personagem que não precisa ter seu passado mostrado, mas, aqui, eles
conseguiram fazer isso de uma forma brilhante, sem apelar para o óbvio. E o
melhor, não transforma a personagem em uma vítima, ou sugere que ela no fundo é
incompreendida. Não. Aqui, temos a verdadeira Cruella De Vil, a Rainha da
Maldade, esbanjando glamour e... crueldade.
Eu confesso que desde o primeiro trailer, a minha
empolgação estava lá em cima, e após assistir ao filme, eu pude ver que eu
estava certo. O filme é tudo aquilo que prometeu e um pouco mais. É divertido,
tenso, dramático, engraçado e cheio de ação. E não passa pano nas maldades de
sua protagonista, conforme mencionado. E no fundo, está certo. Se uma
personagem é má, deve-se mostra-la como tal, e não tentar apresentar um
argumento fajuto de que ela foi mal interpretada.
O que temos aqui é o nascimento daquela Cruella que nós conhecemos e amamos, sempre esbanjando glamour e estilo com toda a pompa. E que estilo. Os figurinos são espetaculares, cada um melhor que o anterior. Um verdadeiro desfile na tela, literalmente.
A direção de arte e o design de produção também
merecem pontos. A Londres da década de 70 é muito bem retratada, toda colorida
e exuberante.
E a própria direção é fantástica. O diretor Gillespie fez um excelente trabalho e arrancou performances inspiradas de seu elenco, principalmente de Emma Stone e Emma Thompson, nos papeis de Cruella e da Barones, respectivamente. Ambas as atrizes brilham nos papéis, assim como o restante do elenco.
Devo dizer que o filme respeita, e muito, os
materiais de origem, no caso, a animação de 1961, e o livro de Dodie Smith, sem
apelar para easter eggs forçados. Aqui, temos, sim, easter eggs, mas são
aqueles easter eggs respeitosos, que aparecem porque devem aparecer, e não para
lucrar em cima do material original. Além disso, o roteiro não dá quase nenhuma
dica explicita a respeito da historia original, apenas apresenta seus
personagens principais, mas não dá tanto destaque; então, sim, aqui temos Roger
e Anita, mas eles são reduzidos a coadjuvantes, uma decisão mais do que
acertada. E quem conhece a história, seja da animação, seja do live-action de
1996, sabe que Cruella e Anita têm uma relação de longa data, algo mostrado
aqui de maneira rápida, mas também acertada.
E o que é de Cruella sem os dálmatas? Bom, não espere
os 101 dálmatas da história original. Aqui, nós temos apenas três, e já é o
suficiente para estabelecer a relação da vilã com eles. Aliás, relação essa que
vem desde o passado, conforme mostrado no prólogo.
Aliás, o prólogo é outro acerto do roteiro, mostrando
o passado conturbado da protagonista, sua relação com as pintas e como conheceu
seus capangas, Horácio e Gaspar. Inclusive, o roteiro adota uma sacada que,
acredito eu, nunca havia sido abordada antes: Cruella, Horacio e Gaspar se
conhecem há muito tempo e são velhos parceiros no crime.
Aliás, crimes é o que não faltam, principalmente
roubos. Então, além de ser um filme origem, é um filme sobre roubos, no melhor
estilo do gênero, e do tipo que empolga.
Eu confesso que fiquei empolgado nas cenas de ação,
justamente porque elas são muito bem feitas. E o que seria de Cruella sem um
pouco de ação, não é? Vimos isso na animação e também nos dois live-actions. E
mais uma coisa: não espere cenas para crianças, porque temos algumas que
realmente não são apropriadas para menores – mas sem nada muito pesado.
Para finalizar, vou repetir: o filme cumpriu as
minhas expectativas e as superou desde a primeira cena.
Enfim, Cruella
é um filme excelente. Divertido, empolgante, engraçado, dramático e cheio
de ação. Figurinos espetaculares, combinados com uma direção de arte
maravilhosa, uma direção firme e um elenco afiado, formam uma excelente
combinação e criam um filme que enche os olhos. Maravilhoso e cheio de
surpresas e diversão. Excelente.
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