NOTA: 9
Segundo os produtores do primeiro Sexta-Feira 13, nunca houve a intenção
de produzir uma sequência, muito menos de apresentar o personagem Jason, uma
vez que no primeiro filme, quem distribui as facadas é sua mãe, Pamela
Voorhees, que estava disposta a se vingar dos conselheiros pela morte de seu
filho. Bom, até aí, tudo bem, mesmo porque o primeiro filme tinha uma história
redondinha, com começo, meio e fim. No entanto, como sabemos, o final dá uma
dica para uma possível continuação, agora focada no garoto que se afogou em
Crystal Lake.
Bom, dito e feito. No ano seguinte ao lançamento de Sexta-Feira 13, fomos brindados com a
sequência. Mas não se engane. SEXTA-FEIRA
13 – PARTE 2 é tão bom quanto o primeiro, e o melhor de tudo, seguiu os
passos do primeiro e se tornou um filme ainda focado na tensão e no suspense,
ao invés do banho de sangue. Mas isso não significa que o filme não tenha
sangue. Mas, vamos falar sobre isso adiante.
O fato é que o filme é um dos melhores da franquia, e
o meu favorito, talvez por ser um dos primeiros que eu vi, não me recordo bem.
Mas seja como for, é um filme que eu gosto muito e me divirto toda vez que
assisto.
Mas por que ele é tão bom? Pessoalmente, além dos
detalhes mencionados acima, eu diria que é porque é bem escrito e bem dirigido,
além de contar com bons atores que dão vida a personagens convincentes; mas,
principalmente, eu diria que o filme é muito bom por causa de Jason, aqui em
sua primeira aparição real na franquia. Mas, vamos por partes.
O roteiro, escrito por Ken Rutz, é redondo, com uma
ótima trama focada no suspense nos primeiros atos, para depois focar nos
assassinatos, assim como foi feito no primeiro filme. Como eu já disse várias
vezes, é um tipo de filme de terror que eu gosto muito, uma vez que prepara o
espectador para o que virá no futuro, e constrói o suspense de maneira
convincente. Infelizmente, como sabemos, não é mais assim que se faz filmes de
terror hoje em dia, então, é um ponto positivo. Outro é a direção de Steve
Miner, aqui estreando. O diretor conseguiu fazer um ótimo trabalho, e as cenas
são muito bem dirigidas, com ótimos enquadramentos e planos abertos. O elenco
também não fica atrás. Assim como no primeiro filme, aqui, nós temos
personagens bem escritos, que se parecem muito com pessoas que vemos no
dia-a-dia. Novamente, é outra coisa que faz falta no cinema de terror atual –
salvo algumas exceções. No entanto, a melhor personagem é a protagonista,
Ginny, interpretada por Amy Steel. Ela é uma ótima personagem, e protagoniza as
melhores cenas do filme, principalmente no final, quando fica cara a cara com
Jason. Com certeza, é a melhor final girl
da franquia.
No entanto, o melhor mesmo é o Jason, e já em sua primeira aparição oficial na franquia, ele está em sua melhor forma. Ao contrário do que veríamos nos filmes seguintes, principalmente após o ator Kane Hodder ter assumido o papel, aqui nós temos um Jason mais caipira, que vive no mato, numa casa improvisada, que usa um macacão e camisa xadrez. Não sei os demais fãs, mas eu gosto mais desse visual do personagem. Além disso, temos também um Jason atlético, que corre pela mata atrás de suas vítimas – assim como foi feito nos dois filmes seguintes – diferente o brucutu que anda calmamente até chegar às vítimas. E claro, não posso deixar de mencionar que, aqui, ele não está com sua clássica máscara de hóquei; ao invés disso, ele adota um saco na cabeça, com um buraco para o olho, e também não temos o clássico facão; temos aqui diversas armas, sendo as mais populares um forcado e uma picareta. E por fim, o rosto do vilão é o melhor da franquia inteira. Sem dúvida, aqui nós temos o melhor visual do personagem de toda a franquia.
Esses são os pontos positivos do filme. Devo também
mencionar os efeitos especiais e as cenas de mortes. Infelizmente, aqui não
pudemos contar com o mestre Tom Savini, mas o responsável pelos efeitos também
fez um ótimo trabalho, e criou cenas de mortes memoráveis, com destaque para a
cena da lança, completamente chupada do clássico Banho de Sangue (1971), do Maestro Mario Bava, além da cena da
facada no rosto, também chupada do filme de Bava. Sim, o filme não tem muitas
cenas de mortes, mas elas são muito boas, por causa dos efeitos especiais e da
maneira como foram filmadas. No entanto, infelizmente, elas sofreram cortes da
censura, talvez para evitar uma classificação indicativa maior, coisa muito
comum na época. Hoje em dia, essas cenas podem ser encontradas na internet.
Mas apesar disso, Sexta-Feira 13 – Parte 2 é um filme muito bom, e além de contar com
ótimas cenas de mortes, também conta com cenas bem tensas, principalmente no
final. Assim como foi feito no primeiro filme, aqui foram utilizadas câmeras
objetivas para simular o POV do assassino, e apenas suas mãos foram mostradas
em cena, com uso de planos detalhes e enquadramentos estratégicos, para depois
mostrar o vilão por completo nos momentos finais. Além disso, a cena em que a
protagonista vê o personagem se aproximando de sua casa por uma janela é
arrepiante e me dá calafrios toda vez que eu vejo. Tais técnicas foram
utilizadas também nos dois filmes seguintes.
Assim como o anterior, foi distribuído pela
Paramount, que possuía dos direitos da franquia, e foi distribuído no exterior,
inclusive aqui no Brasil, pelo estúdio, ao contrário do que aconteceu com o
primeiro. Foi lançado em VHS e DVD por aqui, mas atualmente está fora de
catálogo. Lá fora, recentemente foi lançado em um box gigante em Blu-ray com
todos os filmes da franquia; se tal box chegará aqui, talvez nunca saberemos.
Enfim, Sexta-Feira 13 – Parte 2 é um filme muito bom. Uma história redonda, com cenas de mortes memoráveis e momentos de pura tensão, que conta também com uma ótima direção. Um dos melhores da franquia, que fica melhor a cada revisão. A primeira aparição oficial de Jason Voorhees na franquia, em sua melhor forma. Um ótimo exemplo de uma continuação que não fica atrás do filme original e consegue ser tão boa quanto. Altamente recomendado.
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