quinta-feira, 27 de maio de 2021

DRÁCULA – O PRÍNCIPE DAS TREVAS (1966). Dir.: Terence Fisher.


NOTA: 10



Entre 1958 e 1974, a Hammer Films produziu uma série de filmes protagonizados pelo Conde Drácula, criado pelo escritor Bram Stoker. Ao todo, foram nove filmes, sete deles estrelados pelo grande Christopher Lee, no papel que o consagrou como astro do horror. Somente dois filmes não contaram com o astro no elenco.

 

DRÁCULA – O PRÍNCIPE DAS TREVAS, o terceiro filme da série, é o segundo filme que contou com o astro no elenco. Lançado em 1966 e dirigido por Terence Fisher, em seu último envolvimento com a série, este é o melhor filme de todos os nove, melhor até que o primeiro filme, O Vampiro da Noite (1958). E motivos para isso não faltam.

 

É um filme muito bem feito, com todo o charme presente nos dois filmes anteriores, além de contar com uma ótima direção e ótimos atores. Impossível encontrar um defeito, mesmo porque eles não existem.

 

É um filme onde tudo acontece na hora certa, sem apelar para sustos artificiais e efeitos especiais duvidosos. Pelo contrário, aqui temos um verdadeiro filme de terror gótico, com tudo que o gênero soube trazer para nós.

 

A começar pela atmosfera. O filme tem aquela atmosfera interiorana que é sempre muito agradável e convidativa e que parece ficar melhor a cada revisão. Em seguida, quando os personagens já estão dentro do castelo, temos aquela atmosfera de medo e mistério que nunca vai embora, e depois, retornamos para a atmosfera anterior.

 

Outra coisa que torna o filme espetacular é a direção de arte. O castelo do conde é o melhor cenário do filme, com sua ambientação isolada e abandonada, mas mesmo assim, banhada na cor vermelha. O mosteiro também é um dos melhores, principalmente o escritório do Padre Sandor, que possui um aspecto familiar. E as paisagens também não ficam atrás, com a floresta e a choupana. Realmente, é o tipo de coisa que não se vê mais hoje em dia.

 

E claro, não posso deixar de citar o elenco. O diretor Fisher é um ótimo diretor de atores, e soube arrancar atuações realistas de seus interpretes; nenhum dos atores atua de maneira forçada ou caricata e os personagens são realmente criveis. No entanto, quem rouba a cena, é o astro Christopher Lee, em sua melhor interpretação do conde. Mesmo com pouca presença em tela, Lee conseguiu criar o melhor Drácula da série, com seu ar maligno e perverso. E o melhor, ele não precisou dizer nada. Diz a lenda que o astro não gostou do roteiro, e aceitou participar do filme apenas com a condição de que iria aparecer depois de 50 minutos de rodagem e que não diria uma palavra. Bem, dito e feito. O conde aparece somente após a metade do filme, mas enche a tela com sua presença. Maravilhoso, sem dúvida.

 

E o astro protagonizou cenas memoráveis. Minha favorita é quando ele sai do castelo atrás da mocinha, com a capa voando com o vento e se abrindo como asas de morcego. Uma cena que mostra a elegância do ator e do personagem. E como de costume, temos também o Drácula sedutor, que hipnotiza suas vítimas antes de ataca-las e cobre-se com a capa quando vai mordê-las. O Drácula Clássico.

 

Bem, como mencionado, esses são os atributos que fazem deste um grande filme de terror, e um dos melhores filmes de vampiro de todos os tempos.

 

Foi lançado em DVD no Brasil em três ocasiões. As duas primeiras, em edições individuais; a terceira, no Box Drácula – The Ultimate Hammer Collection. Lá fora, foi lançado em Blu-ray duas vezes, em versões maravilhosamente restauradas e coloridas.

 

Enfim, Drácula – O Príncipe das Trevas é um filme excelente. Uma obra assustadora e fascinante, com cenas que prendem a atenção e enchem os olhos. Christopher Lee entrega sua melhor atuação como Drácula, sem a menor dúvida. O melhor filme da série do Drácula da Hammer Films, e um dos melhores filmes do estúdio, com todo o charme que somente eles sabiam fazer. Altamente recomendado.



 

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