sábado, 20 de abril de 2024

LEATHERFACE – O MASSACRE DA SERRA ELÉTRICA III (1990). Dir.: Jeff Burr.

 

NOTA: 6


Em 1990, a franquia O Massacre da Serra Elétrica foi parar nas mãos da New Line Cinema, e o estúdio lançou LEATHERFACE – O MASSACRE DA SERRA ELÉTRICA III, com direção de Jeff Burr, que teve como objetivo dar uma mudança na franquia.

 

E foi aí que os problemas começaram, ao meu ver.

 

O Massacre III é um filme confuso na sua concepção, porque ele não sabe se quer ser um remake, ou um reboot, ou uma continuação do Clássico de Tobe Hooper, e isso já fica evidente já no texto de introdução, onde o narrador nos conta o que aconteceu com Sally Hadersty, a protagonista do filme original, e aparentemente, esquece o que aconteceu no filme anterior.

 

Na minha opinião, isso não ajuda, porque, em certo momento, o filme fica com cara de remake, porque apresenta as mesmas situações vividas pelos personagens do filme de Hooper, em especial na sequência do posto de gasolina.

 

Passada a cena do posto, somos apresentados a uma história diferente, mas, ainda assim, com os seus problemas, conforme mencionado acima.

 

O maior problema disso tudo é a presença de Leatherface, que, como nós sabemos, passou por maus bocados no final de O Massacre 2, e o roteirista aparentemente se esqueceu desse detalhe, ou então, o estúdio encomendou um reboot – ou um remake – mas, o mesmo roteirista apresentou elementos vistos anteriormente na franquia.

 

Então, qual é a desse filme?

 

Mas, apesar do grande problema, eu ainda acho que é um filme bom, visto que ainda consegue divertir e provocar um pouco de medo, principalmente porque temos que levar em conta que essa franquia não envolve nada de sobrenatural, e sim, o terror real.

 

A sequência de perseguição na floresta é a mais tensa do filme, porque nós não sabemos aonde está o assassino, nem quando ele vai atacar, então, ficamos com o coração batendo de medo, enquanto os personagens procuram se salvar do maníaco da motosserra.

 

Os personagens são interessantes também, mas o melhor deles é o personagem Benny, interpretado por Ken Foree, um nome conhecido do gênero. Seu personagem foi um soldado que se tornou especialista em sobrevivência, e faz de tudo para escapar da família canibal, ao mesmo tempo que tenta salvar a protagonista. A melhor cena é o confronto com o personagem do Viggo Mortensen, onde ambos soltam frases absurdas demais, que beiram ao engraçado.

 

A protagonista também funciona, e como de costume, ela passa por maus bocados nas mãos da família, e aqui, ela sofre – não tanto quanto a Sally, mas é quase isso. Ela é aquele típico personagem que muda de arco ao longo do filme – ela começa boazinha, e incapaz de ferir alguém, mas no final, ela sofre uma mudança brusca.

 

O restante do elenco também está bem, principalmente o ator Viggo Mortensen, que interpreta um dos membros da família canibal. Seu Tex consegue ser amistoso quando quer, mas quando se torna ameaçador, ele muda completamente, e se torna um personagem assustador.

 

No entanto, apesar dessas qualidades, o filme tem também os seus problemas. A direção de Jeff Burr não é ruim, mas o resto da técnica é questionável. O principal é a casa da família canibal, que se parece com uma casa comum e tem só um cômodo cheio de ossos velhos; o certo seria o contrário, fazer a casa inteira ser cheia de ossos velhos. A fotografia tem os seus méritos, mas a montagem não se salva, principalmente nas cenas violentas. Aparentemente, o filme foi censurado pela MPAA, então, não temos grandes efeitos aqui, sendo que o maior problema ficou na cena da marreta, que voa em direção ao rosto do personagem, mas acontece um corte antes de vermos o rosto dele ser destruído.

 

Os efeitos especiais ficaram a cabo da KNB Effects, e eles são quase inexistentes, conforme mencionei acima. Acredito que o melhor seja na sequência em que a protagonista tem as duas mãos perfuradas com pregos na cadeira.

 

E claro, no final, temos a mesma sequência de jantar, que funcionou nos dois primeiros filmes, mas, se você levar em conta o que foi escrito aqui, vai achar estranho.

 

Foi lançado em DVD no Brasil na coleção O Massacre da Serra Elétrica, da Obras-Primas do Cinema, com muitos extras.

 

Enfim, O Massacre da Serra Elétrica III é um bom filme, apesar dos seus defeitos. Uma história de horror contada de maneira honesta, com uma direção competente. O maior problema é o roteiro, que não sabe exatamente qual caminho seguir, e acaba repetindo elementos anteriores, e criando momentos que não fazem muito sentindo. Um filme problemático, mas decente.


Créditos: Obras-Primas do Cinema.


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