NOTA: 6
Em 1990, a franquia O Massacre da Serra Elétrica foi parar nas mãos da New Line Cinema,
e o estúdio lançou LEATHERFACE – O
MASSACRE DA SERRA ELÉTRICA III, com direção de Jeff Burr, que teve como
objetivo dar uma mudança na franquia.
E foi aí que os problemas começaram, ao meu ver.
O Massacre III
é um filme confuso na sua concepção, porque ele não sabe se quer ser um
remake, ou um reboot, ou uma continuação do Clássico de Tobe Hooper, e isso já
fica evidente já no texto de introdução, onde o narrador nos conta o que
aconteceu com Sally Hadersty, a protagonista do filme original, e
aparentemente, esquece o que aconteceu no filme anterior.
Na minha opinião, isso não ajuda, porque, em certo
momento, o filme fica com cara de remake, porque apresenta as mesmas situações
vividas pelos personagens do filme de Hooper, em especial na sequência do posto
de gasolina.
Passada a cena do posto, somos apresentados a uma
história diferente, mas, ainda assim, com os seus problemas, conforme
mencionado acima.
O maior problema disso tudo é a presença de
Leatherface, que, como nós sabemos, passou por maus bocados no final de O Massacre 2, e o roteirista
aparentemente se esqueceu desse detalhe, ou então, o estúdio encomendou um
reboot – ou um remake – mas, o mesmo roteirista apresentou elementos vistos
anteriormente na franquia.
Então, qual é a desse filme?
Mas, apesar do grande problema, eu ainda acho que é
um filme bom, visto que ainda consegue divertir e provocar um pouco de medo,
principalmente porque temos que levar em conta que essa franquia não envolve
nada de sobrenatural, e sim, o terror real.
A sequência de perseguição na floresta é a mais tensa
do filme, porque nós não sabemos aonde está o assassino, nem quando ele vai
atacar, então, ficamos com o coração batendo de medo, enquanto os personagens
procuram se salvar do maníaco da motosserra.
Os personagens são interessantes também, mas o melhor
deles é o personagem Benny, interpretado por Ken Foree, um nome conhecido do
gênero. Seu personagem foi um soldado que se tornou especialista em
sobrevivência, e faz de tudo para escapar da família canibal, ao mesmo tempo
que tenta salvar a protagonista. A melhor cena é o confronto com o personagem
do Viggo Mortensen, onde ambos soltam frases absurdas demais, que beiram ao
engraçado.
A protagonista também funciona, e como de costume,
ela passa por maus bocados nas mãos da família, e aqui, ela sofre – não tanto
quanto a Sally, mas é quase isso. Ela é aquele típico personagem que muda de
arco ao longo do filme – ela começa boazinha, e incapaz de ferir alguém, mas no
final, ela sofre uma mudança brusca.
O restante do elenco também está bem, principalmente
o ator Viggo Mortensen, que interpreta um dos membros da família canibal. Seu
Tex consegue ser amistoso quando quer, mas quando se torna ameaçador, ele muda
completamente, e se torna um personagem assustador.
No entanto, apesar dessas qualidades, o filme tem
também os seus problemas. A direção de Jeff Burr não é ruim, mas o resto da
técnica é questionável. O principal é a casa da família canibal, que se parece
com uma casa comum e tem só um cômodo cheio de ossos velhos; o certo seria o
contrário, fazer a casa inteira ser cheia de ossos velhos. A fotografia tem os
seus méritos, mas a montagem não se salva, principalmente nas cenas violentas.
Aparentemente, o filme foi censurado pela MPAA, então, não temos grandes
efeitos aqui, sendo que o maior problema ficou na cena da marreta, que voa em
direção ao rosto do personagem, mas acontece um corte antes de vermos o rosto
dele ser destruído.
Os efeitos especiais ficaram a cabo da KNB Effects, e
eles são quase inexistentes, conforme mencionei acima. Acredito que o melhor
seja na sequência em que a protagonista tem as duas mãos perfuradas com pregos
na cadeira.
E claro, no final, temos a mesma sequência de jantar,
que funcionou nos dois primeiros filmes, mas, se você levar em conta o que foi
escrito aqui, vai achar estranho.
Foi lançado em DVD no Brasil na coleção O Massacre da Serra Elétrica, da
Obras-Primas do Cinema, com muitos extras.
Enfim, O
Massacre da Serra Elétrica III é um bom filme, apesar dos seus defeitos.
Uma história de horror contada de maneira honesta, com uma direção competente.
O maior problema é o roteiro, que não sabe exatamente qual caminho seguir, e
acaba repetindo elementos anteriores, e criando momentos que não fazem muito
sentindo. Um filme problemático, mas decente.
Créditos: Obras-Primas do Cinema. |
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