NOTA: 9.5
Desde sua publicação, no século XIX, Frankenstein, de Mary Shelley,
tornou-se um clássico da literatura e um dos maiores expoentes da literatura de
horror e ficção cientifica. E como todo sucesso literário, ganhou diversas
adaptações para diversas mídias, principalmente para o cinema.
E hoje, eu vou falar sobre uma delas: A MALDIÇÃO DE FRANKENSTEIN, lançado em
1957, dirigido por Terence Fisher, e produzido pela lendária Hammer Filmes.
Bom, eu vou começar dizendo que este é um dos mais
importantes filmes de horror de todos os tempos, porque inaugurou a nova fase
do lendário estúdio britânico, que na época, estava mal das pernas e investia
em produções em preto e branco. Frankenstein
quebrou essa regra porque foi o primeiro filme do estúdio totalmente
produzido em cores, além de transportar a historia de Mary Shelley para outra
época, diferente do havia sido feito até então em Hollywood.
Além de ser um dos filmes de terror mais importantes
de todos os tempos, este é também um dos melhores filmes do estúdio, e isso se
deve à sua técnica. É um filme muito bem feito, bem escrito, bem dirigido, bem
atuado e com uma técnica exemplar.
O longa foi dirigido por Terence Fisher, um dos
grandes nomes do estúdio, e responsável pelos maiores clássicos do mesmo. O
cineasta fez um excelente trabalho aqui e conseguiu arrancar grandes
performances de seus atores e equipe, e criou momentos memoráveis. O cineasta
soube aproveitar muito bem tudo o que tinha, assim como faria nos filmes
posteriores do estúdio.
Sem duvida, um dos grandes atrativos de A Maldição de Frankenstein é o seu
elenco. No papel principal, temos o lorde Peter Cushing, na época, um nome bem
reconhecido no estúdio, graças às suas contribuições anteriores. O astro criou
um Frankenstein digno de ódio, um personagem vilanesco, que não se importa com
ninguém além de si próprio e seus experimentos. Em alguns momentos, é possível
sentir raiva do personagem, visto o modo como ele trata os demais. Mas isso não
o impede de ser uma das grandes performances do astro.
Além de Cushing, temos também os atores Robert
Urquhart, como o professor de Frankenstein, Paul Krempe; Hazel Court como
Elizabeth; e Valerie Gaunt como a empregada Justine. Assim como Cushing, todos
estão muito bem em seus papeis, principalmente Urguhart, que faz um professor
Krempe que se mostra oposto à Frankenstein, principalmente quando o mesmo passa
a envolver Elizabeth em seus experimentos. Krempe é o verdadeiro herói do
filme, e está disposto a combater Frankenstein com todas suas forças, a fim de
impedir seu reinado de horror. Hazel Court também não faz feio e entrega uma
Elizabeth doce e amável, além de apaixonada por Frankenstein. Quem também não
está ruim é Valerie Gaunt, cuja personagem é um mero brinquedo para o Barão,
mas que não tem medo dele quando é colocada de lado.
Mas não tem jeito. Quem sem duvida rouba a cena, é o
também lorde Christopher Lee, em seu primeiro filme de terror e sua primeira
colaboração com o estúdio. O astro interpreta a Criatura de Frankenstein, e tem
a melhor atuação do longa, fazendo de sua Criatura um ser perverso, cruel, que
não tem escrúpulos em matar. Mesmo sem dizer uma palavra, Lee tem uma das
maiores atuações de sua carreira, sem dúvida.
Ainda sobre a Criatura, ela tem um dos visuais mais
originais do cinema, indo totalmente contra o que foi feito pelo lendário Jack
Pierce no clássico de James Whale. A Criatura de Christopher Lee tem um rosto
envolto em cicatrizes, além de um figurino que lembra o Nosferatu de Murnau. É
um dos melhores visuais para a Criatura de todos os tempos.
A Maldição de
Frankenstein também marca o inicio, não apenas da parceria, mas também da
amizade entre Peter Cushing e Christopher Lee, que rapidamente se tornaram
sinônimo de sucesso de produções do estúdio, e também grandes amigos fora dele,
e assim ficaram até o fim de suas vidas. Seus nomes estão para sempre cravados
no hall dos grandes astros do cinema de horror de todos os tempos.
A Maldição de
Frankenstein foi o primeiro filme em cores da Hammer, e posso dizer que é
um dos melhores. As cores pulsam na tela, principalmente o vermelho, enchem o
filme, e o deixam ainda mais bonito, principalmente com as novas versões
restauradas.
O filme foi lançado nos cinemas em Maio de 1957, e se
tornou um sucesso de bilheteria, o que motivou o estúdio a lançar uma sequencia
já no ano seguinte, e criar uma franquia, assim como fizeram com Drácula,
também do ano seguinte.
Foi lançado em DVD no Brasil pela Versátil Home
Vídeo, na coleção Frankenstein no
Cinema, em inédita versão restaurada, com muitos extras.
Enfim, A Maldição de Frankenstein é um filme
excelente. Um verdadeiro espetáculo visual, que se tornou um dos filmes de
horror mais importantes de todos os tempos para a Hammer Filmes. A presença dos
lordes Peter Cushing e Christopher Lee no elenco é o grande atrativo do filme,
e é maravilhoso vê-los juntos pela primeira vez. A direção e a fotografia
também contribuem para deixar o filme ainda melhor. Um verdadeiro clássico do
terror e uma das melhores adaptações da obra de Mary Shelley. Altamente
recomendado.
Créditos: Versátil Home Vídeo. |
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