NOTA: 10
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EVIL DEAD - UMA NOITE ALUCINANTE I - A MORTE DO DEMÔNIO (1981) |
EVIL DEAD é um Clássico!
Não apenas um Clássico do Terror, mas um Clássico do Cinema. Um marco do gore,
é um filmes mais assustadores que eu já vi na vida.
Tudo começou em 2002, quando fui à locadora com meu irmão e minha mãe,
como era costume nas noites de sexta-feira. Como sempre, fui à seção de filmes
de terror e comecei a vasculhar as fitas. Acabei encontrando o VHS e resolvi
alugar. Naquela mesma noite, botei no videocassete. O resultado foi uma noite
de horror, tão grande que devolvi a fita no dia seguinte. Um tempo depois,
aluguei a fita novamente e consegui assistir ao filme, com exceção da cena em
que um dos monstros decepa a própria mão com os dentes – cena essa que me
assustou da primeira vez. Mais tarde naquele mesmo ano, acabei comprando o DVD,
que veio junto com o VHS do segundo filme, numa banca de revista. A experiência
foi praticamente a mesma. Hoje em dia, reconheço o valor e a importância desse
pequeno filme de horror.
Lançado em 1981, escrito e dirigido por Sam Raimi, não há duvidas de
que é um dos maiores filmes de terror de todos os tempos, contando com legiões
de fãs no mundo todo.
Com certeza, o que torna Evil
Dead tão assustador é a sua simplicidade. Rodado com um orçamento mínimo,
praticamente por estudantes de cinema, é a prova de que não se precisa de um
orçamento gigantesco para se contar uma boa historia, independente do gênero.
Raimi conseguiu grandes feitos, principalmente técnicos, com destaque para a
maquiagem dos monstros e truques de câmera, que seriam aprimorados no segundo
filme, lançado seis anos depois.
Um detalhe curioso é que na época em que o filme foi lançado, o que
estava em vigor no cinema de horror eram os slashers, então, Raimi e sua equipe
queriam fazer uma coisa diferente, fora de realidade, como explicou o astro
Bruce Campbell, anos mais tarde. E de fato, conseguiram. Filmes sobre
possessões demoníacas não eram novidade no cinema na época, porém, eram sempre
voltados para o cunho religioso. Até onde eu sei, antes de Evil Dead, não houve nenhum filme sobre possessão demoníaca
abordada dessa maneira. E com certeza, nunca houve depois.
Como mencionado acima, o filme, além de ser um marco do horror, é um
marco do gore, ou talvez, um dos mais importantes filmes gore do cinema. E falo
sério. Desde o momento que o primeiro personagem é possuído pelos demônios,
Raimi não nega fogo, e mostra sangue de todas as formas, saindo de todos os
lugares, principalmente nos momentos finais. Antes dele, talvez o maior filme gore
do cinema tenha sido O Despertar dos
Mortos (1978), do saudoso George A. Romero, que logo na abertura, contava
com sequencias verdadeiramente sangrentas, criadas pelo mestre Tom Savini. Mas
aqui, parece que Raimi foi mais fundo, com o exagero ao máximo, o que contribui
para o clima assustador da historia.
Porém, não só de horror vive Evil
Dead. Em certos momentos, principalmente no inicio, o diretor pega leve com
o espectador, às vezes criando um clima de filme leve, até engraçado. E mesmo
depois que a coisa pega fogo, ele apresenta momentos em que nada acontece, o
que também ajuda a aumentar o medo e a tensão. E não é sempre que isso dá
certo.
Outra coisa que o filme ajudou a fazer, foi popularizar, e por que
não, criar o subgênero Cabin in the Woods,
onde os personagens vão para uma cabana nas montanhas. Talvez o exemplo mais
conhecido depois de Evil Dead seja Cabana do Inferno (2003), primeiro
filme dirigido por Eli Roth.
Não sei o que outros cineastas que exploraram esse subgênero fizeram
em seus filmes, mas, aqui, Raimi praticamente transforma a cabana em um
personagem da historia, talvez um dos personagens mais importantes da historia,
uma vez que os outros não podem sair, porque os espíritos demoníacos tomaram
todo o ambiente. E o pior é que, de fato, não há lugar para onde eles podem ir,
conforme o protagonista Ash e sua irmã descobriram quando tentaram escapar após
a polêmica sequencia das árvores – que até hoje, rende discussões. E como eles,
de certa forma, também nós nos sentimos presos àquele lugar, ainda mais quando
as esperanças de fugir com vida vão diminuindo à medida que todos são
possuídos.
Por falar nos personagens, dois merecem destaque. O primeiro com
certeza é Ash, interpretado por Bruce Campbell. Para quem conhece o personagem
hoje, com seu ar de bad boy, com uma motosserra na mão, caçando e despedaçando
demônios, vai se surpreender. Aqui ele é apresentado quase como um medroso,
sempre gritando e hesitando na hora de matar os monstros. Isso é claramente uma
forma de construir o personagem, uma vez que no segundo filme, ele se torna-se
aquele Ash J. Williams que todos nós conhecemos e adoramos hoje – e que com
certeza, gostaríamos de ser ou então ter ao nosso lado numa briga com os
demônios da franquia. Outro que merece destaque é sua irmã, Cheryl. Se no
inicio da historia, ela mostra-se uma pessoa insegura com aquela aventura, após
ser possuída pelos demônios, torna-se um monstro implacável.
Alias, essa sempre foi uma característica da trilogia: mesmo com os outros personagens
sendo possuídos, sempre um acaba se tornando o vilão principal. E logo no
primeiro filme, a coisa fica feia. A criatura não poupa o personagem principal
em momento nenhum, principalmente depois que foge do porão, onde estava presa.
Para finalizar, Evil Dead é
um filme cheio de fãs. Desde o seu modesto lançamento, tornou-se um dos mais
importantes filmes de todos os tempos, figurando na lista dos “1001 Filmes que
Você Precisa Ver Antes de Morrer”, além de receber altas avaliações em sites
especializados no gênero e outros. E o reconhecimento passou para suas
continuações, que também contam com altas avaliações do publico.
Em 2013, recebeu um remake, que contou com Raimi e
Campbell como produtores. Como todo produto do cinema de horror atual, o remake
aposta mais no clima pesado e na falta de sustos. Pelo menos, contou com
efeitos práticos que conseguem ser convincentes, mas, não superam o original em
nada.
Enfim, Evil Dead é um
grande filme. Um verdadeiro Clássico do Terror. Um dos Filmes Mais Assustadores
de Todos os Tempos. Excelente.