domingo, 17 de março de 2019

TERRORES URBANOS (2018).


NOTAS DOS EPISÓDIOS:

A LOIRA DO BANHEIRO: 9 | A GANGUE DOS PALHAÇOS: 8 | O QUADRO DO MENINO QUE CHORA: 7.5 | BONECO AMIGÃO: 8 | O HOMEM DO SACO: 8


TERRORES URBANOS (2018)
Lançada no inicio de Janeiro, Terrores Urbanos é mais uma das inúmeras produções nacionais voltadas para o gênero de terror. Ao contrario das demais, “Terrores” é uma produção de TV, realizada pela Record.

Eu admito que não sou consumidor da Record, simplesmente porque não sou fã da programação da emissora; mas, admito que a série me chamou a atenção, por causa do tema: Lendas Urbanas brasileiras. Porém, antes de começar a falar sobre os 5 episódios, vou admitir: não conheço nada sobre as lendas urbanas abordadas na série.

O primeiro episódio aborda a lenda da Loira do Banheiro, uma menina que morreu no banheiro da escola enquanto matava aula. Na história, uma adolescente, que recebeu a tarefa de ser oradora da turma no final do ano, passa a ser assombrada pelo fantasma de outra garota no banheiro da escola. Intrigada, ela decide descobrir quem é a garota. As consequências são desastrosas e assustadoras – comum em todos os episódios.

O segundo episódio apresenta a história da Gangue dos Palhaços, que, segundo dizem, sequestra crianças no portão da escola. Aqui, porém, as coisas são diferentes. A moradora de um bairro rico de SP – que mantém a casa sobre vigilância constante, com câmeras de segurança – é ameaçada em sua casa pela tal gangue, que possui alguma relação com a prisão de seu marido, devido a um escândalo. O resultado é uma noite de terror e medo.

No terceiro episódio, um médico recebe um Quadro com a figura de um Menino Chorando, que, segundo um funcionário da clínica, traz desgraças para quem seu dono. No inicio, o doutor não acredita nas historias; porém, conforme o tempo vai passando, coisas estranhas começam a acontecer: ele passa a ter visões de um garotinho, e seus pacientes começam a morrer de formas horríveis. Com o tempo, ele próprio passa a ser afetado pelo tal quadro.

O penúltimo episódio conta a história de um boneco amaldiçoado. Um menino ganha de sua avó um Boneco Amigão, que fez muito sucesso nos anos 90. À primeira vista, sua mãe – que acabou de dar a luz – não acha nada de estranho. Mas, as coisas começam a mudar na vida de seu filho. Intrigada, ela decide investigar a historia do boneco e descobre coisas assustadoras sobre ele. Com medo pela vida dos seus filhos, ela tenta, de todas as formas, livrar-se do brinquedo, mas descobre que não é nada fácil afastá-lo de seu filho, uma vez que ele próprio parece afetado pelo boneco.

O último episódio apresenta a historia do Homem do Saco, que segundo dizem, sequestrava crianças malvadas. Uma vendedora de cosméticos recebe de sua irmã a tarefa de cuidar de sua sobrinha. Inicialmente relutante, devido a uma traumática experiência anterior, ela acaba aceitando. Porém, coisas estranhas começam a acontecer, como o desaparecimento de uma criança do bairro, e seus clientes passam a ter reações alérgicas aos seus produtos; ao mesmo tempo, sua sobrinha começa a comportar-se mal, e passa a atormentá-la com a lenda do Homem do Saco.

Esteticamente falando, a série foi muito bem feita. A iluminação, edição, direção, elenco e efeitos especiais são muito bons, em especial o elenco, que não se deixa cair no exagero, coisa comum nas produções de entretenimento da emissora. Os atores expressaram o medo de forma autentica, o que ajudou a aumentar a tensão dos episódios. Os roteiros também foram muito bem escritos, redondos, com começo, meio e fim. Seguindo o formato de pequenas historias, no primeiro momento, tudo parece bem, até que, rapidamente, o terror toma conta, de forma discreta no inicio, mas, conforme a historia avança, ele vai crescendo, da melhor forma. Talvez tomando emprestado as técnicas do cinema americano, a série contava muito com jump-scares, mas ao contrario dos filmes de terror atuais, a técnica funcionou. E bem.

Agora, sobre os efeitos especiais, digo o seguinte. Foram outro dos trunfos da serie, principalmente os truques de maquiagem, com destaque para o primeiro episodio – a maquiagem de fantasma da garota morta era de arrepiar!

Agora, como copiar o trabalho dos outros não é novidade, os realizadores da série fizeram isso com certeza. Sério. Principalmente nos dois últimos episódios. O tal “Boneco Amigão” foi claramente inspirado no Chucky, tanto no nome quanto na aparência – o sorriso é praticamente idêntico! A própria estrutura do episodio também parece ter sido xerocada, principalmente do primeiro filme da série Brinquedo Assassino: em certo momento, a silhueta do menino correndo pelo corredor lembra, e muito, a cena do primeiro assassinato no filme de 1988. Agora, a piada foi deixada para o último episodio. O tal “Homem do Saco” é cópia escarrada do assassino de Seis Mulheres para o Assassino (1964), do Maestro Mario Bava! Sério! Enquanto assistia ao episodio, eu só pensava que estava assistindo a um Giallo!!!! Tive vontade de rir!!! Em tempo: o segundo episódio me fez lembrar – e muito – Os Estranhos ou a série Uma Noite de Crimes, uma vez que a trama se passa praticamente na casa.

Em compensação, o medo tomou conta de mim o tempo inteiro. Desde o primeiro episodio. Acho que desde Trilogia do Terror (1968), nunca tive tanto medo numa produção de horror brasileira!

Outra coisa que me chamou a atenção foi o fato de todos os personagens da série terem problemas. A começar pela protagonista do primeiro episodio: dominada por uma mãe exigente e perfeccionista. A protagonista do primeiro episódio tem problemas psicológicos, sofre nas mãos do filho rebelde – e assustador – e do marido corrupto, pra completar, sofre de Clourofobia (medo de palhaços)! O medico do terceiro episódio perdeu um garotinho para o câncer e ao que parece, passou a perna no antigo sócio. A protagonista do penúltimo episódio tenta, a todo custo, ser a esposa e mãe perfeitas, sofre com a rejeição da sogra, e, tem problemas de amamentação. E por fim, a mocinha do último episodio, perdeu o garotinho de quem tomava conta e vive atormentada pelo peso da culpa. Em suma, todos são vítimas fáceis para o sobrenatural – não que o sobrenatural também não escolha as “pessoas perfeitas”.

Os coadjuvantes também não ficam atrás. O filho da protagonista do Episódio 2 é assustador, mesmo, e consegue ser pior que os palhaços. O Homem do Saco também não fica atrás.

E por fim, os episódios são cheios de surpresas, mas, não vou entregar, pra não dar spoilers.


Enfim, Terrores Urbanos foi uma das melhores séries que assisti nesse começo de ano. Muito boa. Super bem feita. Assustadora.


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