NOTA: 10
JOGO PERIGOSO |
Vou confessar.
Tenho uma coleção grande de livros de Stephen King, mas, li somente alguns. Desses alguns, um deles foi Jogo Perigoso. Sobre esse livro, posso dizer o seguinte: é um livro tenso, pesado, violento, cruel e... ASSUSTADOR! Nunca pensei que uma historia simples, centrada em uma única pessoa pudesse dar tantos arrepios...
O livro é sobre Jessie Burlingame, esposa de Gerald, um
renomado advogado da Nova Inglaterra. Com dificuldades no casamento, eles
decidem passar o fim de semana em sua cabana no interior do Maine e praticar
jogos sadomasoquistas para apimentar a relação. No inicio, tudo parece bem, até
que Jessie se cansa de brincar, mas Gerald, não. Durante uma investida do
marido, Jessie o ataca e algo terrível acontece: ele sofre um ataque cardíaco e
morre, ao seu lado, deixando-a algemada à cama. A partir daí, Jessie trava uma
luta desesperada para se libertar das algemas e sair da casa. Porém, a noite e
sua mente têm algo especial para ela.
Pronto. Já contei o essencial da história. Poderia gastar
mais tempo, mas, iria entregar um baú de spoilers...
O básico que se precisa saber sobre o livro é que se trata
de um cabin in the woods book. Grande parte da ação acontece na cabana
dos Burlingame, mais precisamente, na cama de Jessie.
E acredite, o que vem por aí NÃO É BRINCADEIRA. Já pensou no
filme mais cruel de todos os tempos? A lista é grande. Bem, em relação à lista
dos livros mais cruéis de todos os tempos, imagino que seja grande também, e Jogo
perigoso merece lugar entre os 10 primeiros. Sério.
Conhecido pelo seu estilo sobrenatural e fantástico, aqui,
King cria uma história comum, até, se pararmos para pensar. Praticamente, o
Mestre não apela para monstros, fantasmas, vampiros, etc... Aqui, ele faz uso
da pior ferramenta humana: nosso subconsciente. Ao invés de ser um livro sobre
um monstro, Jogo é um autentico livro de terror psicológico, no melhor
sentido da expressão: enquanto está presa à cama, a protagonista é vítima dos
truques de sua própria mente – os fantasmas de seu passado. E olhe, que
passado.
Em um dos vários flashbacks de Jessie, King revela
que a personagem teve uma vida de merda. Mesmo. E pior não é isso. Durante seu
período na “prisão”, Jessie recebe algumas visitas: vozes de suas amigas e um
cachorro em estado deplorável (se Cujo era malvado, o cão desse livro foi seu
aluno), que faz algo inimaginável.
Mas, para ser honesto, durante toda a leitura, pude perceber
que o verdadeiro inimigo de Jessie era, de, fato, seu subconsciente. As cenas
que Jessie é obrigada a lembrar são as mais horríveis possível. King lida,
nesse livro, com temas que talvez ninguém pudesse imaginar: incesto, estupro,
abuso sexual de menor, sexo selvagem, assassinato, e... necrofilia. E olhem, é
difícil decidir qual o pior. Todos são mostrados envoltos em terror e medo, o
que me provocou arrepios na espinha.
Ao todo, Jessie passa quase três dias presa à cama, sendo
atormentada pelas vozes, pelos fantasmas e por um visitante misterioso, que se
revela um ser mais perturbador que qualquer fantasma.
Os momentos finais do livro resumem-se à uma carta que
Jessie escreve para sua amiga Ruth, após conseguir se soltar da cama, e sofrer
um acidente de carro na fuga.
Para quem pensa que King tortura sua protagonista apenas
psicologicamente, engana-se. A tortura é também física, principalmente nos
momentos em que Jessie luta para sair de sua prisão. Eu falo de sangue, sangue
e mais sangue. É sério!
Enfim, Jogo Perigoso pode não ser um romance
sobrenatural, mas, sem dúvida, é um dos melhores, e mais assustadores do
Mestre.
Recentemente, o livro ganhou uma excelente adaptação lançada
pela Netflix, que consegue ser tão assustadora e chocante quanto o livro.
Curiosidade:
- King planejava fundar a trama de Jogo perigoso com a de Eclipse Total, em razão das semelhanças entre ambas.
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