NOTA: 8.5
BLÁCULA, O VAMPIRO NEGRO (1972) |
Por
motivos desconhecidos, eu sempre subestimei BLÁCULA, O VAMPIRO NEGRO, talvez por acha-lo trash ou bizarro. Bom,
após assistir ao filme, eu vi que estava certo. Blácula é um filme bizarro, mas muito divertido.
Realizado
no ciclo do Blaxploitation – filmes
feitos por negros para o público negro – este é um dos filmes de vampiro mais
memoráveis dos anos 70, super simples e engraçado ao estremo.
A
trama é super simples: um príncipe africano é mordido pelo Conde Drácula,
enterrado em um caixão e acaba despertando na Los Angeles dos anos 70, causando
pânico e transformando todos em vampiros. Mesmo com essa simplicidade, o
roteiro consegue divertir e assustar, principalmente nas cenas envolvendo os
vampiros. A caracterização das criaturas é super exagerada, com maquiagem
carregada e sangue falso. Porém, no quesito de exagero, o Drácula, presente no
prologo é bizarro: usa roupas coloridas, barba e bigode! Eu nunca vi um Drácula
mais estranho do que esse. Em compensação, o personagem-título é muito bem
feito. Interpretado de forma memorável por William Marshall, Blácula é um dos
personagens mais icônicos do cinema fantástico dos anos 70: elegante, todo de
preto, com uma capa característica e os enormes caninos. Fascinante. Impossível
não sentir simpatia por ele.
Outra
coisa que chama a atenção é o fato de ser uma produção de baixo orçamento,
daquelas muito comuns naquela época. E a falta de orçamento não prejudica o
filme em momento nenhum, e fica muito evidente nas cenas em que o protagonista
utiliza seus poderes: não há cenas elaboradas, cheias de efeitos especiais; os
efeitos limitam-se apenas à transformação em morcego, no melhor estilo de
antigamente. As limitações orçamentárias também surgem nas cenas em que os vampiros
são destruídos pelos “caçadores”.
Aliás,
como em todos os filmes de vampiros, aqui os “heróis” adquirem o conhecimento
necessário sobre vampiros muito rápido, após ler vários livros em um único dia!
Vale lembrar que isso é muito comum, e aparece em qualquer filme de vampiro. Ou
seja, todo boca aberta se considera um Van Helsing após ler um ou mais livros
sobre vampiros. Vale lembrar que o Professor adquiriu seus conhecimentos após anos de estudo. Mas isso não deixa de
ser divertido.
Como
mencionado acima, Blácula foi
realizado na época do Blaxploitation. Como não vi muitos filmes dessa época,
não posso dar um parecer completo sobre o assunto, mas, algumas características
ficam claras: o uso da trilha sonora, a pouca presença de atores brancos e o
clima exagerado. Não que esse exagero seja um defeito; pelo contrario, ele
diverte ainda mais.
O
filme surgiu de forma curiosa, porque seus realizadores tentavam procurar novas
formas de expandir o ciclo, que limitava-se aos filmes policiais. Talvez Blácula foi o primeiro, ou então um dos
primeiros filmes de terror do ciclo, que também apresentou obras baseadas em O
Médico e o Monstro, O Exorcista e o excelente Os Zumbis de Sugar Hill. Um ano depois, o filme ganhou uma
sequencia, Scream Blacula Scream, novamente estrelada por William
Marshall. Segundo o especialista no gênero, Kim Newman, foi uma tentativa da
American Internation Pictures de criar uma franquia, como fizera anteriormente
com Dr.
Phibes e Conde Yorga.
Seja
como for, este é um dos melhores Filmes de Vampiro dos anos 70. Divertido,
sangrento e arrepiante.
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